Segurança dos trabalhadores é responsabilidade da empresa

14/04/11

Desde a privatização da Cosipa (atual Usiminas), os trabalhadores vem passando um período muito ruim no que se refere às condições de segurança e saúde na área da empresa. São 53 mortes computadas neste período, sem contar  aqueles que foram mutilados ou adquiriram doenças no local de trabalho.

No Brasil é prática corrente nas empresas   investigações que atribuem a ocorrência do acidente à comportamentos inadequados do trabalhador (descuido, imprudência, negligência, desatenção, etc).

A teoria do “ato inseguro”, no fundo, pressupõe que o processo de trabalho deve ser visto como algo imutável e perene, tendo o trabalhador que se adaptar às tais condições, transferindo a responsabilidade da empresa para o trabalhador. É ainda comum encontrarmos nas empresas cartazes com o dedo apontando para o trabalhador com os dizeres: “Você é o responsável pela sua segurança” ou “A segurança depende de você”, entre outros.

Infelizmente, esta cultura que tenta culpar as vítimas pelos próprios acidentes ocorridos é ainda predominante no meio produtivo.

Os acidentes de trabalho ocorrem em determinadas condições dentro de um contexto de relações estabelecidas entre patrões e empregados no processo produtivo. Portanto, os acidentes de trabalho são influenciados por fatores relacionados à situação imediata de trabalho, como o maquinário, a tarefa, o meio ambiente de trabalho e também pela organização do trabalho em sentido amplo pelas relações do trabalho.

Desta forma a ameaça ao desemprego, a pressão da chefia exigindo mais produção, as condições dos equipamentos, as condições do ambiente (como a presença de ruído, calor, gases, etc), a redução das equipes com o aumento da sobrecarga dos trabalhadores, a realização de horas extras, terceirizações, são todos componentes importantes que devem ser analisados, quando se pretende entender e prevenir a ocorrência de acidentes.

RESULTADO - O Ministério Público do Trabalho, esteve no último dia 05 de abril, visitando e verificando as condições de trabalho e segurança na empresa.  Após a visita, o MPT chegou a seguinte conclusão: A Usiminas terá que reduzir o número de acidentes com investimentos propostos pelo próprio Ministério. Caso contrário, deverá ser por meio da Justiça.

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