O Metalúrgico #441

04 de novembro de 2016

Índice:

-Comemorar o quê? As mais de 5 mil demissões? O calote nos salários? O acúmulo de função para quem ficou na usina sem as mínimas condições ;
-Lucros marcados com sangue, demissões e desrespeito;
-Não se deixe enganar pela conversa das chefias. O que eles querem é sugar cada vez mais o seu trabalho, desrespeitando seus direitos;
-Condições de trabalho cada vez piores, comida cada vez pior, vestiários caindo aos pedaços;
-Para tentar impedir que as denúncias continuem, a Usiminas tenta isolar os diretores do Sindicato. Mas nos não vamos aceitar;
-Na decapagem mais dobras e antecipações;
-Mais trabalho, mais risco e mais calote nos adicionais;
-É um assalto!;
-Nota de repúdio;
-Luto;
-Zé Protesto;



Comemorar o quê? As mais de 5 mil demissões? O calote nos salários? O acúmulo de função para quem ficou na usina sem as mínimas condições

A direção da Usiminas gastou com propaganda e festa para comemorar seus 54 anos de operação, que para os trabalhadores significam mais de meio século de muita exploração.

Os acionistas mesmo continuando sua guerra para ver quem assume o controle da usina, tem mesmo o que comemorar, pois os lucros não param de crescer, o terceiro trimestre de 2016 registrou EBTIDA de R$307 milhões, ou seja a margem de lucro da Usiminas segue aumentando.

Mas para nós trabalhadores não há o que comemorar. Quem ficou na usina não tem nenhuma garantia de emprego, só mais arrocho nos salários e mais trabalho.



Lucros marcados com sangue, demissões e desrespeito

A Usiminas jamais falará nos discursos de seus presidentes, ou no seu informativo “Fala Aí”, que na realidade é um “Engana Aí”, que outubro não é apenas o mês de comemoração de fundação da usina.

Veja o que a direção da usina tenta colocar pra debaixo do tapete

- No dia 07 de outubro de 1963, em Ipatinga, a Polícia a mando da Usiminas, reprimiu a greve dos mais de 6 mil trabalhadores que lutavam contra as péssimas condições de trabalho e a humilhação praticada pela vigilância privada da usina. Foram centenas de feridos e oficialmente dizem que foram 7 trabalhadores assassinados e 1 criança que estava no colo de sua mãe no momento. Mas são muitos os relatos afirmando que o número de feridos e desaparecidos foi bem maior.

- A Usiminas também não falará que nesses 54 anos de operação, em 25 deles já são 56 trabalhadores mortos na usina de Cubatão vítimas das péssimas condições de trabalho.

- A Usiminas também não falará que em outubro de 2015, colocou mais de 300 homens da Polícia militar dentro da usina e depois nas portarias para reprimir com suas balas, bombas e cassetetes, a luta organizada pelo Sindicato, contra as milhares de demissões que fez a partir de janeiro de 2016.



Não se deixe enganar pela conversa das chefias. O que eles querem é sugar cada vez mais o seu trabalho, desrespeitando seus direitos

Mobilização da Intersindical no dia 29 de setembro contra os ataques do governo Temer aos nossos direitos Mobilização da Intersindical no dia 29 de setembro contra os ataques do governo Temer aos nossos direitos

A direção da Usiminas através de suas chefias tenta enfiar na cabeça de cada trabalhador, que é um “presente”, o fato de continuar trabalhando na usina, ao mesmo tempo em que espalha a pressão nas áreas, sempre com ameaça de demissão para exigir ainda mais de quem está trabalhando por mais de 3.

Os trabalhadores não têm o que comemorar: o trabalho aumentou e o salário está mais arrochado e se não tiver luta vai piorar, pois o governo Temer/PMDB tenta aumentar a idade para aposentadoria, aumentar a jornada de trabalho e diminuir os salários e direitos.

É com nossa união e luta que vamos conseguir barrar a violência da exploração nos locais de trabalho e a violência que vem dos governos contra os direitos que tanto lutamos para ter.
 

Juntos, somos mais fortes do que quem nos explora. Juntos e na luta é que garantimos que nenhum direito seja à menos e avançamos em nossas reivindicações



Condições de trabalho cada vez piores, comida cada vez pior, vestiários caindo aos pedaços

Na Laminação a Frio, os trabalhadores estão expostos a mais riscos: isso porque a porta da cadeira nº 4 do LTF continua fora de operação. O prazo para a Usiminas resolver o problema era 10 de outubro, mas até agora nada. E a desculpa esfarrapada é de que a porta quebrou. Enquanto isso, os trabalhadores na área continuam inalando vapores que contém mistura de graxa, óleo e detergentes. Cadê a Cipa que foi eleita para eliminar riscos? Por que não interdita o local?

Já avisamos, que não vamos esperar mais, se não tiver solução, vamos encaminhar a denúncia para os órgãos de fiscalização, exigindo que não sejam coniventes com essa situação absurda que coloca a saúde dos trabalhadores em risco.



Para tentar impedir que as denúncias continuem, a Usiminas tenta isolar os diretores do Sindicato. Mas nos não vamos aceitar

A Usiminas não resolve os problemas que prejudicam a saúde dos trabalhadores, mas persegue os diretores do Sindicato por causa das denúncias que estamos fazendo. Foi o que a direção da usina fez com o companheiro Fernando que estava trabalhando no LTF e foi transferido para o Pátio de Carvão.

Não vamos aceitar e já cobramos da direção da empresa o retorno do companheiro para o antigo setor. É um direito garantido na luta, a organização sindical dos trabalhadores e os diretores do Sindicato seguem firmes juntos com os companheiros dentro da área. Portanto, se você tem alguma denúncia, entre em contato com os diretores do Sindicato e fale sobre os problemas na sua área.



Na decapagem mais dobras e antecipações

Os trabalhadores do setor de decapagem estão sendo obrigados a trabalhar cada vez mais para dar conta da produção, por causa das milhares de demissões que a Usiminas fez. Agora quem ficou, trabalha por 3 e as dobras e antecipações estão cada vez mais frequentes.



Mais trabalho, mais risco e mais calote nos adicionais

A Usiminas montou uma equipe de manutenção para fazer as Preventivas por toda a usina obrigando os trabalhadores a trabalhar em vários setores insalubres, expostos a diversos riscos e ainda quer dar calote no pagamento dos devidos adicionais.



É um assalto!

Trabalhadores na usina reclamam do preço abusivo cobrado na cantina



Nota de repúdio

No último dia 30, o grupo Trupe Olho da Rua encenava ao ar livre a peça “Blitz, o Império que Nunca Dorme”, na Praça dos Andradas, em Santos, quando foi interrompida de forma truculenta pela Polícia Militar, com a prisão do diretor da peça e apreensão de todo material cênico, inclusive de celular de quem estava assistindo.

A diretoria do Sindicato, repudia o ataque ao direito à liberdade de expressão e a violência, um retrocesso aos anos de chumbo e que não se pode admitir.

Nossa solidariedade aos companheiros.



Luto

É com grande pesar que a diretoria do Sindicato comunica os falecimentos do senhor Gracindo Eugênio (dia 1º/11) e esposa, senhora Josefa Rosa Pereira (29/10), pais do companheiro Gracindo Eugênio Filho.

Ao companheiro e família, a nossa solidariedade.



Zé Protesto

A Usiminas quer transformar os vestiários em chiqueirinhos

“Zé é isso que tá acontecendo em todas as áreas da usina. A Usiminas para diminuir os gastos, quer transformar o vestiário de quem produz num chiqueirinho. A Usiminas tem um contrato com a ISS que paga pelo metro quadrado à ser limpo e sabe a nova agora? Para diminuir o metro quadrado à ser limpo, a Usiminas vai diminuir os vestiários. É mole?”
- E tem mais companheiros: a tal da ISS demitiu também e agora são apenas 20 trabalhadores para limpar toda a usina, estão sobrecarregados e muitas vezes nem produto de limpeza para trabalhar tem. Isso é a Usiminas transforma o vestiário dos trabalhadores num chiqueiro. Já que banheiro limpo só a chefia tem, daqui a pouco vamos ter que andar mais para usar esses banheiros.
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Enquanto o lucro aumenta, a comida diminui e piora

“Zé, aqui só o trabalho aumenta, agora estão regulando até as opções de mistura na hora da refeição. O bife tá menor que a palma da mão”.
- E tem mais: além da mistura ser cada vez menor, já tem companheiro procurando o ambulatório médico porque passou mal após a refeição. E a Usiminas é tão cara de pau que chamou palestrante para falar sobre a necessidade de se alimentar bem. Como? Aqui com esse bandejão não dá. “
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No porto nem hora pra comer, nem hora pra sair

“ Zé é isso que está acontecendo com os trabalhadores na Ormec, eles são levados pelos supervisores para o restaurante e a chefia fica lá em pé botando pressão e assim os companheiros são impedidos de ter sua devida hora de descanso. Além disso, os EPI’S estão cada vez piores, por exemplo, luva molhada não pode ser trocada. E na Vix, os trabalhadores no turno da manhã estão sendo obrigados a trabalhar 12 horas e voltam pra casa de ônibus circular porque a empresa não garante o transporte”
- A Usiminas para aumentar ainda mais seus lucros está botando pressão para garantir a movimentação das placas e bobinas no Porto que até o final do ano vai receber 100 mil toneladas de placas por mês e no ano que vem vai aumentar mais ainda. Então mais do que movimentar bobina e placa, é preciso nos colocar em movimento para enfrentar o desrespeito aos nossos direitos

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