O Metalúrgico #463

Em todas as regiões do país, os trabalhadores das mais diversas categorias estão se colocando em movimento contra os ataques do governo Temer/PMDB que a serviço dos patrões quer acabar com a Previdência, aumentar a jornada de trabalho, diminuir salários e acabar com direitos.

Junto com isso, o governo quer liberar geral a terceirização, o que significa diminuir salários e direitos e aumentar os acidentes, doenças e mortes nos locais de trabalho.

E nós que trabalhamos na Usiminas, sabemos muito bem o que isso significa. De 1993 até 2015 mais de 50 trabalhadores morreram dentro da usina, vítimas das péssimas condições de trabalho impostas pela Usiminas.

Trabalhar 48 horas semanais, receber menos e não se aposentar. É isso que os patrões e o governo querem fazer contra os trabalhadores

A proposta dos patrões e do governo é nos fazer trabalhar mais, receber menos e não ter direito à aposentadoria. Abra bem os olhos e enxergue aquilo que eles querem esconder de você:

- Jornadas semanais de 48 semanais e mais: a jornada diária poderá ser de 12 horas e os salários serão reduzidos.

- Jornada intermitente: que significa ficar à disposição da empresa, trabalhando na hora e no dia em que for chamado e não ter

salário, só receber pelas horas trabalhadas. Sem direito à férias, 13º salário, FGTS, ou seja, nada.

- Ampliação da contratação temporária para 9 meses: os patrões vão demitir e depois fazer a contratação temporária, com

menos salários e sem direitos. Se você sofrer um acidente e for afastado, quando voltar, é rua. Se a trabalhadora engravidar,mas estiver no contrato temporário, não terá direito a licença e nem a estabilidade. Acaba os direitos básicos: 13º salário, férias,FGTS.

- Trabalhar até morrer: a proposta do governo é aumentar a idade para aposentadoria de homens e mulheres, diminuir o valor da aposentadoria, tirar de quem nada tem e assim acabar de vez com a Previdência.

Os Sindicatos de luta, juntos com a Intersindical, estão firmes na construção da greve geral neste 28 de abril. As manifestações que aconteceram no mês de março mostraram que os trabalhadores enxergaram o tamanho dos ataques aos nossos direitos e que é preciso lutar para impedir esse massacre contra a classe trabalhadora.

E amanhã é mais um dia para fortalecer a luta contra o fim dos nossos direitos, não deixe de participar, em todas as regiões do país os trabalhadores estão se colocando em movimento pois é só assim, lutando, que vamos barrar o massacre aos direitos.

A direção da Usiminas tentou esconder seus lucros para tentar impor mais calote contra os trabalhadores, mas não conseguiu. No último dia 18, a imprensa divulgou dados que vazaram sobre os lucros da usina. O Jornal “Valor Econômico”, mostrou que no primeiro bimestre de 2017 o lucro da Usiminas foi de R$120 milhões fechando o terceiro trimestre com um lucro líquido de R$108 milhões.

As ações da usina continuam a subir, na mesma semana do vazamento dos dados, os papéis da usina negociados na Bolsa subiram em 10%. E o lucro antes de juros, impostos, etc, o chamado Ebtida, foi de mais de 500 milhões.

CALOTE NOS TRABALHADORES, LUCROS PARA OS ACIONISTAS - Como já tínhamos denunciado, enquanto os acionistas seguem com sua guerra para ver quem abocanha a maior fatia dos lucros, os trabalhadores que geram esses lucros, mais uma vez não receberam a devida PLR.

Esse lucro é fruto da exploração do trabalho dos trabalhadores em todas as plantas da Usiminas. Aqui em Cubatão, depois do massacre das demissões feito no ano passado, quem ficou tem que trabalhar por três. O acúmulo de função aumenta a cada dia com chefias mandando trabalhadores “treinarem” em duas ou três funções, e na área de manutenção, os trabalhadores são obrigados a se desdobrarem de todos os jeitos para garantir o serviço.

VAMOS À LUTA PARA IMPEDIR O CALOTE - Já faz quase um mês que nossa pauta de reivindicação da Campanha Salarial foi protocolada,

mas até agora nada da Usiminas responder. Contra essa enrolação é hora de se colocar em movimento, para impedir o calote e exigir a reposição das perdas, aumento salarial e ampliação dos direitos. Participe das ações chamadas pelo Sindicato, vamos juntos ampliar a nossa mobilização por aumento salarial e a ampliação dos direitos.

Não vão nos calar! Usiminas tenta calar os diretores do Sindicato com advertências e ganchos, mas não consegue

A Usiminas não se conforma que as denúncias contra as péssimas condições de trabalho não param e que o Sindicato está indo pra cima. É por isso que a direção da usina persegue os diretores do Sindicato. Mas isso não vai nos intimidar.

As chefias, a mando da direção da usina deram suspensão para os diretores do Sindicato Gladstone e Maicon no ano passado e nesse mês o companheiro Ramiro levou também uma suspensão, ou seja, mais um exemplo da perseguição da chefia. Fazem isso para tentar nos calar mas não vão conseguir. A diretoria do Sindicato segue firme denunciando as péssimas condições de trabalho e exigindo o respeito aos direitos dos trabalhadores.

Também estamos denunciando novamente ao Ministério Público do Trabalho a tentativa da Usiminas de impedir a ação legitima do Sindicato na defesa dos trabalhadores. Mas o mais importante é continuarmos firmes denunciando e enfrentando os ataques dos patrões.

Depois de muita pressão, Amoi fornece os uniformes - Fruto das denúncias dos trabalhadores e da pressão do Sindicato, a Amoi forneceu os novos uniformes, mas ainda tem muito problema para se resolver, como por exemplo, os chuveiros queimados, mesmo com a manutenção dos eletricistas. E, além da luta por melhores condições de trabalho, é preciso seguir a luta contra o arrocho salarial imposto pela Amoi que paga um dos menores salários dentro da usina.

Perseguição contra os trabalhadores e proteção para a chefia é isso que faz a Usiminas - A Usiminas persegue os trabalhadores e passa mão na cabeça das chefias. Exemplo disso foi o que aconteceu na semana passada. O supervisor da área da escarfagem do turno das 7h, mandou expedir uma composição com placas para o LTQ2 com excesso de carga numa das vagonetas, ou seja, mandou descumprir procedimento de segurança. E o que fez a direção da Usiminas em relação a isso? Nada. Passou a mão na cabeça do chefete.

Tapando o sol com a peneira - A Usiminas tem divulgado um projeto chamado Superar que nada mais é do que oferecer sessões de fisioterapia com o objetivo de tentar esconder os problemas de coluna, as fortes dores que os trabalhadores sentem por causa das péssimas condições de trabalho. Como exemplo, operadores da PR são obrigados a trabalhar em posição viciosa a jornada inteira com poltronas danificadas e sem ar-condicionado. Em outras áreas acontece o mesmo. Enquanto a direção da usina tenta esconder os problemas de saúde provocados pelas condições de trabalho, os operadores de ponte, são obrigados a trabalhar a jornada inteira sem condições segura de trabalho, em poltronas danificadas. Ou seja, a Usiminas não investe na proteção da saúde dos trabalhadores, porque sua preocupação é só lucrar cada vez mais.

“Zé, a alimentação na usina continua de mal a pior. A mistura é mirrada e servida a conta gotas. E o café da manhã servido nas terceirizadas está cada vez mais complicado, pois a empresa obriga uma trabalhadora a fazer todo o serviço. As filas são gigantes, então ou toma café ou pega o ônibus.”

- Pelo jeito o contrato da Usiminas com a Sapore é deixar os trabalhadores passando fome durante toda a jornada de trabalho. Mas enquanto a chefia se farta com os lucro produzido pelos trabalhadores.

“Zé, o coordenador de inspeção mecânica e elétrica da decapagem, o tal de “Pastor”, está humilhando os trabalhadores da operação e da manutenção. Ele é tão sem limite que esses dias quase saiu na porrada com o gerente da área operacional.”

- É mais um chefete que se acha o cara, mas na hora que receber um processo por perseguir os trabalhadores, vamos ver se ele vai ser tão valentão.