O Metalúrgico #466

19 de maio de 2017

Índice:

-A Usiminas amplia seus lucros aumentando a exploração contra os trabalhadores;
-Não vamos nos calar: as denúncias e a pressão contra as péssimas condições de trabalho continuam;
-Na área do recozimento riscos cada vez maiores de acidente fatal e calote no adicional de periculosidade;
-Cartas do ZéProtesto;



A Usiminas amplia seus lucros aumentando a exploração contra os trabalhadores

Vamos à luta pela reposição das perdas, aumento salarial e direitos

A Usiminas não teve como esconder, os dados são da própria empresa: só no primeiro trimestre desse ano, o lucro líquido foi de mais de R$ 100 milhões e na semana passada anunciaram que o Alto Forno I desativado em Ipatinga(MG), vai voltar a funcionar.

Seja qual for o presidente escolhido pelos acionistas, eles não conseguem esconder a comemoração dos acionistas com a carnificina que fizeram nos empregos e nos salários dos trabalhadores. Demitiram em massa em Cubatão, abocanharam os salários, deram mais um calote na PLR e com isso aumentaram ainda mais os lucros.

Isso são os fatos, não a conversa fiada do gerente industrial da planta de Cubatão que tenta sem êxito convencer os trabalhadores que a situação da empresa está difícil e que é preciso ter otimismo e trabalhar muito mais. Nos últimos 15 dias dois navios de placas, um de Pecém(CE) e outro do Japão, foram descarregados deixando claro que a produção está a todo vapor. O que a direção da usina quer é sugar ao máximo o trabalho dos metalúrgicos, continuar a arrochar os salários e seguir comemorando os lucros


A situação está difícil é para os trabalhadores

Nos últimos dois anos, a Usiminas abocanhou até as perdas salariais, enquanto os acionistas comemoravam os lucros.

Ou seja, a perda salarial é muito maior do que índice do INPC dos últimos 12 meses acumulado em apenas 3,99%.


A luta é por aumento salarial e mais direitos

Nessa Campanha Salarial nossa pauta de reivindicação é pela reposição das perdas, aumento salarial e também pela ampliação de direitos.

Veja alguns dos muitos pontos importantes que vamos discutir nas reuniões sobre a pauta de reivindicações:

- Melhores condições de trabalho: as condições de trabalho impostas pela Usiminas fazem com que os trabalhadores estejam expostos a situações de risco à sua saúde e vida. Lutar contra essa situação está entre as prioridades, é por isso que em nossa pauta de reivindicação são vários os pontos em que reivindicamos a devida proteção dos trabalhadores em todas as áreas da usina.

- Garantia de estabilidade até a aposentadoria para todo trabalhador que foi vítima de acidente e doença provocada pelo trabalho que tenha deixado sequela permanente: Essa é uma clausula que já existe nas Convenções Coletivas dos metalúrgicos de outras regiões do estado de São Paulo para proteger o trabalhador que vítima das péssimas condições de trabalho sofreu um acidente ou tem uma doença provocada pelo trabalho que deixou sequela permanente.

- Redução da jornada de trabalho, sem redução salarial: a Usiminas impôs o turno fixo e o banco de horas. Dessa forma além de prolongar a jornada, dá calote numa parte das horas extras que vão para o banco de horas. Nossa reivindicação é por um novo turno que garanta o devido descanso, mais folgas e o devido pagamento de todas as horas extras.


Não vamos cair na conversa fiada de gerente e nem de presidente

Exigimos aumento salarial e direitos

No início do mês foi reunião com gerente industrial, nessa semana visita do presidente da Usiminas na planta de Cubatão e o que isso muda para os trabalhadores? NADA. As condições de trabalho continuam péssimas, o salário arrochado e a PLR mais uma vez foi abocanhada pelos acionistas.

Para enfrentar isso tudo é preciso se colocar em movimento. Além de irmos pra cima na defesa das nossas reivindicações nas reuniões para discutir a pauta de reivindicações, é nossa mobilização que vai garantir o devido aumento salarial e nossos direitos. Fique atento e participe das ações chamadas pelo Sindicato.


Em Ipatinga(MG), estamos firmes com a Chapa 1, a Chapa dos Trabalhadores

Em 2013, os trabalhadores, juntos com a Intersindical, foram à luta e derrotaram os pelegos em Ipatinga(MG), que por anos estiveram no Sindicato no colo dos patrões. Desde então o Sindicato voltou para as mãos dos trabalhadores. E foi a nossa luta aqui e em Ipatinga, junto com a Intersindical- Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, que impediu a Usiminas de reduzir os salários dos trabalhadores em 2015. A direção da usina queria começar pelo turno administrativo em Cubatão e pela semana inglesa em Ipatinga para, na sequência, reduzir geral o salário dos trabalhadores. Mas nossa luta impediu mais esse ataque da Usiminas.

Nos dias 30,31 de maio, 01 e 02 de junho tem eleição no Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região e estamos firmes com a CHAPA 1/ INTERSINDICAL - A CHAPA DOS TRABALHADORES para seguir a luta em defesa dos direitos.

A outra chapa é a chapa formada pela Usiminas junto com os pelegos da Força Sindical que também foram derrotados aqui na Baixada Santista, na eleição do Sindicato no ano passado.


Garantir o Sindicato dos Metalúrgicos em Ipatinga nas mãos dos trabalhadores com a CHAPA 1, é ter a certeza que a luta em defesa dos trabalhadores vai continuar e seguir nossa união por nenhum direito à menos e para avançar em novas conquistas.



Não vamos nos calar: as denúncias e a pressão contra as péssimas condições de trabalho continuam

Usiminas obriga os trabalhadores a trabalhar em três pontes rolantes no mesmo dia e ainda demite

Na reunião de negociação sobre a Campanha Salarial da semana passada, a direção do Sindicato foi pra cima exigindo a readmissão de um companheiro operador de Ponte Rolante.

A direção da usina tem imposto o desvio de função para vários companheiros, depois faz um curso relâmpago de apenas dois dias para os trabalhadores operarem as Pontes e sobrecarrega os companheiros com mais trabalho. Depois, ainda tem a cara de pau de não admitir que é de sua responsabilidade os problemas de operação e demite os trabalhadores.

Já avisamos: MEXEU COM UM MEXEU COM TODOS. Vamos ampliar a mobilização contra as péssimas condições de trabalho e nos próximos dias vamos chamar reunião com os companheiros que operam as pontes rolantes. Fique atento aos Jornais do Sindicato e participe.



Na área do recozimento riscos cada vez maiores de acidente fatal e calote no adicional de periculosidade

As regras de ouro da Usiminas significam mais lucros para os acionistas e mais risco para a vida dos trabalhadores. É isso que acontece na área recozimento, os trabalhadores são obrigados a secar a base dos abafadores que ficam içados, ou seja, enquanto retiram a umidade ou a água, a carga fica suspensa. Além disso,ficam embaixo da Ponte Rolante e se houver a queda do gancho ou do abafador o resultado será uma tragédia.

Na mesma área, na sala operacional, os operadores trabalham expostos a uma sala elétrica com equipamentos energizados com voltagem superior a 440 volts. E aqui também a Usiminas está dando o calote no adicional de periculosidade.

Nem macacão limpo a Usiminas garante

É isso que está acontecendo na oficina de manutenção de Locomotivas. Os trabalhadores estão sendo obrigados a levar o macacão cheio de graxa para ser lavado em casa, ou então trabalhar com o mesmo macacão.Tudo porque a direção da usina nem a troca de macacão garante.

Na área do Laminador de tiras a frio, nem água para beber

Em todas as paradas preventivas para manutenção do Laminador, os trabalhadores ficam até sem água para beber. Não tem bebedouro nessa área, as chefias sabem disso, mas o que fazem é pressionar para o retorno ao funcionamento do equipamento. Ou seja, querem mais produção e não estão nem aí com necessidade básica dos trabalhadores.

Nenhuma segurança para quem trabalha na gerência de almoxarifado

Principalmente para os trabalhadores dos turnos das 15 horas e do Zero hora que executam as tarefas de controle de entrada e saída de materiais para toda a área operacional da usina. Eles executam essas tarefas sozinhos, não há nenhum tipo de segurança nesses horários e se alguém passar mal não tem ninguém para socorrer.

Depois da denúncia do Sindicato, a Usiminas começou algumas reformas no LTQ, mas ainda falta muito

Logo depois que denunciamos a situação no LTQ, a direção da usina encaminhou a reforma do telhado do pátio de placas da Aciaria que estava caindo aos pedaços. Mas em relação ao ponto de ônibus a única coisa que fez foi colocar os trabalhadores da área para pintar alguns bancos reformados e colocar no ponto. Mas cadê a cobertura? Até agora nada. Enquanto a chefia está no bem bom.

Depois das denúncias do Sindicato, Usiminas começa a mexer no transporte

Após muita reclamação e da pressão do Sindicato, sobre os problemas no transporte, as chefias do setor começaram a realizar alterações nos itinerários e mais algumas mudanças, mais ainda é pouco. Estamos de olho e vamos continuar cobrando as mudanças necessárias.



Cartas do ZéProtesto

“ Zé, a direção da Enesa está obrigando os trabalhadores a fazer manutenção das vias férreas faça sol ou faça chuva sem nenhuma proteção. Além disso continuam sem transporte, para ir até as áreas de trabalho.”

- E tem mais desrespeito, pois a ENESA está se recusando a fornecer o PPP e na maior cara de pau fala para os trabalhadores irem reclamar na Justiça para conseguir o PPP que é um direito básico. Contra todo esse desrespeito, o caminho é a nossa mobilização.

“Zé, o desrespeito da Amoi é tanto que a direção demitiu um trabalhador que se recusou a dirigir uma das latas velhas (Kombi em más condições), da empresa.”

- Se toca Amoi, pois sua ficha corrida de desrespeito aos diretos dos trabalhadores só aumenta.

“Zé, a empresa Vetor vai demitir os trabalhadores e quer dar calote nos direitos trabalhistas.”

- E isso com a conivência da Usiminas, ou seja, demitem, não pagam e depois contratam outras empresas que vão pagar um salário ainda menor para os trabalhadores que terão que trabalhar muito mais. Para enfrentar mais esse desrespeito é preciso lutar”

“Zé, a Vix está obrigando os motoristas das carretinhas que transportam placas do Porto para os pátios de placas a trabalharem 12 horas por dia, não tem lanche no zero hora e na hora de ir embora cada um tem que se virar, pois a empresa não garante o transporte.”

- É um desrespeito atrás do outro. Jornada irregular, falta de alimentação, desrespeito aos direitos básicos. Se toca Vix que sua batata tá assando faz tempo.


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