O Metalúrgico #471

26 de junho de 2017

Índice:

-Vamos responder a provocação da Usiminas com a nossa mobilização por salário e respeito aos direitos;
-Contra tanta mentira e desrespeito, nossa resposta tem que ser a mobilização;
-Uma comissão controlada pela usina, mais metas para aumentar a exploração e, ao final, calote nos trabalhadores;
-Denúncias sobre as péssimas condições de trabalho se ampliam e o Sindicato segue firme exigindo proteção à saúde e à vida dos trabalhadores;



Vamos responder a provocação da Usiminas com a nossa mobilização por salário e respeito aos direitos

Abono não é salário. Não vamos aceitar calote nos salários e ataque aos direitos

A direção da Usiminas a cada nova reunião só aumenta o desrespeito contra os trabalhadores. Na semana passada tentou novamente manter o calote nos salários propondo pagar apenas 3,99% de reajuste, o que significa aumentar ainda mais as perdas que tivemos nos últimos dois anos.

No informativo da Usiminas, está escancarado: “...empresa defende acordo responsável que não coloque em risco conquistas da Usiminas”. Isso quer dizer que a Usiminas só quer é aumentar ainda mais seus lucros mantendo o calote nos salários dos trabalhadores.

Os números que a Usiminas não consegue esconder:

- O lucro líquido no primeiro trimestre desse ano foi de R$ 100 milhões.

- As ações da usina na Bolsa não param de subir.

Enquanto os lucros aumentam, essa é a situação dos trabalhadores:

- As perdas acumuladas medidas pelo INPC entre 2015 e 2016 somaram mais de 20%. A Usiminas abocanhou dos salários dos trabalhadores o reajuste de 8,34% e impôs um reajuste de apenas 7,34% para 2015 e 2016. Ou seja, aumentou a exploração, exigindo cada vez mais produção e arrochando ainda mais os salários.

- Enquanto abocanhou nossos salários, impôs um reajuste de 15,21% no plano de saúde em 2016. É a mesma coisa que tenta fazer esse ano, não pagar o que deve nos salários e na sequencia enfiar mais um aumento no plano de saúde de 13,55%.

- E no início desse ano, enquanto os acionistas comemoravam seus lucros, os diretores recebiam seus bônus, os trabalhadores levavam mais um calote na PLR.

Abono não é salário:

O que os representantes da Usiminas chamaram de nova proposta, na verdade é mais um desrespeito contra os trabalhadores, pois não apresentaram nenhuma proposta no reajuste salarial. Apresentar a merreca de abono não é proposta, pois o abono não é incorpora-do aos salários, férias, hora extra, retorno de férias, 13º, FGTS, aposentadoria. Não é incorporado a nada.

E também até agora nada de responder sobre a nossa reivindicação que trata do Vale Alimentação.



Contra tanta mentira e desrespeito, nossa resposta tem que ser a mobilização

 Retorno de férias, estabilidade pré-aposentadoria, adicional noturno de 50% já são direitos que a nossa luta garantiu nos Acordos Coletivos. Ou seja, a Usiminas além de fugir do que deve, tem a cara de pau de mentir dizendo que está dando esses direitos para os trabalhadores.

O Sindicato já rejeitou o que a Usiminas chamou de proposta, pois na realidade o que a direção da usina apresentou foi mais um desrespeito contra os trabalhadores.

Nossa proposta continua:

- 7% de reajuste salarial - Vale Alimentação

- Reajuste do Plano de Saúde pelo mesmo índice do reajuste salarial

- Congelamento do reajuste na alimentação e transporte

- Manutenção e ampliação dos direitos na Convenção Coletiva de Trabalho

Quem se recusa a discutir de fato a pauta de reivindicação é a Usiminas e agora é momento de darmos mais um passo na nossa mobilização, por isso fique atento e participe das atividades chamadas pelo Sindicato.



Uma comissão controlada pela usina, mais metas para aumentar a exploração e, ao final, calote nos trabalhadores

É isso que significa a discussão da PLR imposta pela Usiminas

A Usiminas começou na semana passada as reuniões com a comissão imposta por ela para discutir a PLR 2017. Como essa comissão é controlada pela direção da Usiminas, o que vai acontecer novamente é a imposição de mais metas inatingíveis, propostas de valores desiguais de pagamento e regras impostas pela direção da empresa para ao final dar mais um calote nos trabalhadores.

É por isso que o Sindicato não participará dessas reuniões, pois o objetivo da Usiminas é só aumentar a produtividade e não pagar a PLR aos trabalhadores.

Da mesma forma que fizemos em Ipatinga(MG), iremos encaminhar ação judicial mostrando que a forma como a Usiminas discute a PLR, tem o único objetivo de aumentar a produtividade e usa a comissão para impor seus interesses e não pagar o que deve aos trabalhadores.

Em Ipatinga(MG), o Sindicato dos Metalúrgicos já ganhou em primeira instância a ação judicial que trata sobre a forma de discussão da PLR e o processo segue no Judiciário.

Nós defendemos que a discussão da PLR tem que ser feita com o Sindicato junto com os trabalhadores e não por uma comissão controlada pela empresa como é hoje.

E mais: a PLR deve ser linear, ou seja, todos devem receber o mesmo valor e sem a vinculação de metas que tem por objetivo aumentar ainda mais a produção exigida de cada trabalhador.



Denúncias sobre as péssimas condições de trabalho se ampliam e o Sindicato segue firme exigindo proteção à saúde e à vida dos trabalhadores

Carga suspensa contendo toneladas que passam por cima dos trabalhadores sem nenhuma segurança, tetos despencando, equipamentos de segurança cada vez mais sucateados, vestiários imundos, pontos de ônibus sem proteção, refeição minguada e até falta de café nas áreas, são algumas das muitas denúncias que o Sindicato tem feito contra a Usiminas e mais do que isso, exigido a devida proteção aos trabalhadores.

Depois de várias denúncias em que o Sindicato provou que a Usiminas estava descumprindo suas próprias normas internas de segurança, as chefias começaram a se mexer para regularizar a situação em algumas áreas. Mas ainda é pouco.

É preciso garantir proteção coletiva à saúde e vida dos trabalhadores e melhores condições de trabalho. Essa é uma das nossas principais lutas dentro da usina.

Portanto, continue a denunciar os problemas do seu local de trabalho pois é assim, juntos, que vamos combater as condições de trabalho que provocam os acidentes, doenças e mortes.


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