O Metalúrgico #483

25 de setembro de 2017

Índice:

-As condições de trabalho impostas pela Usiminas já mataram mais de 50 trabalhadores nos últimos 20 anos só na planta de Cubatão;
-Nas regras da Gestão e Consequência a Usiminas diz: “Se não for seguro, não faça”;
-A Usiminas quer aumentar seus lucros aumentando a pressão e dando calote até na rescisão trabalhista;



As condições de trabalho impostas pela Usiminas já mataram mais de 50 trabalhadores nos últimos 20 anos só na planta de Cubatão

E o que faz a Usiminas? A partir de 13 de outubro, o plano de “Gestão e Consequências” vai aumentar a pressão por mais produção e tentar demitir os trabalhadores por justa causa

André tinha 29 anos, quando foi morto em 2015 vítima das péssimas condições de trabalho impostas pelas Usiminas. Trabalhava na Enesa, dentro da planta da Usiminas.

Em duas décadas perdemos mais de 50 companheiros que trabalhavam efetivos na Usiminas ou em suas empresas terceirizadas. Todos foram vítimas das péssimas condições de trabalho impostas pela USIMINAS.

Agora a Usiminas tenta responsabilizar os trabalhadores pelas péssimas condições de trabalho

É esse o objetivo das regras no programa de Gestão e Consequência, responsabilizar os trabalhadores pelos acidentes que são provocados pelas condições de trabalho impostas pela Usiminas.

Veja só:

- De advertência até a demissão por justa causa:

As regras que a Usiminas quer impor vão desde a advertência escrita, suspensão até demissão por justa causa contra os trabalhadores.

- Para aumentar a pressão por mais produção:

O objetivo é ampliar ainda mais a pressão por produção, exigindo de cada um e de todos que estão na área, mais produtividade com vigilância redobrada das chefias que estão à serviço da direção da usina para pressionar o trabalhador sem se importar com a saúde e a vida dos trabalhadores.

A hipocrisia da direção da usina é tanta que nas regras do programa de Gestão e Consequência falam tanto de segurança, mas onde está a proteção e a segurança para os trabalhadores?

A realidade nas áreas são EPI´s estragados, equipamentos e máquinas sem proteção, vestiários imundos e caindo aos pedaços. Em cada área da usina o que reina é o sucateamento e nenhuma proteção aos trabalhadores.

O que a Usiminas quer é aumentar a pressão, não garantir segurança para os trabalhadores depois dar calote na rescisão trabalhista demitindo por justa causa

Em cada ponto da exposição das regras de Gestão e Consequência fica escancarado que a função da liderança (chefias) não é garantir que a execução do trabalho seja feita com segurança, mas sim de aumentar a pressão em cima de cada trabalhador.

Enquanto impõe mais regras para os trabalhadores, nada está sendo feito nas áreas para garantir de fato condições seguras de trabalho.

Contra isso o caminho é estar juntos e mobilizados. Vamos mostrar que o problema não é respeitar regras de segurança, o problema é que não existe condições seguras de trabalho.

A cada pressão das chefias, denuncie para o Sindicato. E vamos juntos lutar contra mais essa forma de ataque da Usiminas contra os trabalhadores.



Nas regras da Gestão e Consequência a Usiminas diz: “Se não for seguro, não faça”

No dia a dia a ordem das chefias é: “mesmo não sendo seguro, faça.”

O exemplo é recente. Aconteceu em junho no Pátio de Placas da Aciaria. O supervisor, com a conivência da gerência, desrespeitou a regras de ouro da própria Usiminas nos procedimentos de segurança, colocando a vida dos trabalhadores em risco.

A supervisão deslocou trabalhador de outra função, para área de corte sem o equipamento de segurança e o devido treinamento. E mais: mandou os operadores de ponte-rolante passar com a carga suspensa, mesmo com trabalhadores executando suas funções na área em que a carga estava passando. Veja ao lado o que diz o documento oficial da Usiminas de como deveria ser a execução da tarefa



A Usiminas quer aumentar seus lucros aumentando a pressão e dando calote até na rescisão trabalhista

Nas regras de Gestão e Consequência, a perda de produção é considerada desvio que deve ter punição

Dentro das regras de Gestão e Consequência da Usiminas está classificado como desvio, situações que possam gerar acidente, dano ao meio-ambiente e perda de produção, mas a única preocupação da direção da usina é a perda da produção.

Prova disso é que nada foi feito nas áreas para garantir condições seguras de trabalho. Cada operação é um risco constante para os trabalhadores.

Os patrões avançam no ataque contra os trabalhadores, na reforma trabalhista que significa um massacre aos direitos trabalhistas e buscam mais formas de pressão para garantir mais produção, o que significa piores condições de trabalho e adoecimento.

E vão além: a ameaça de demissão por justa causa que está nas regras de Gestão e Consequência, têm o único objetivo de demitir os trabalhadores sem pagar o que devem na rescisão trabalhista.

É preciso colocar a revolta em movimento

Não vamos aceitar mais esse ataque que a Usiminas quer impor à todos os trabalhadores que garantem através de seu trabalho o lucro dos acionistas.

Além das denúncias que o Sindicato vai encaminhar contra mais esse desrespeito aos trabalhadores, o mais importante é nos colocarmos em movimento.

Não abaixe a cabeça. Aceitar mais pressão das chefias não vai garantir seu emprego, só vai ajudar a Usiminas a lucrar ainda mais as custas do seu salário, seus direitos e também do seu emprego.

Continue a denunciar os problemas que existem em seu local de trabalho e a pressão das chefias. 

Vamos mostrar que a gestão da Usiminas tem como consequência manter as condições de trabalho que adoecem e matam.

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