O Metalúrgico #503

16 de fevereiro de 2018

Índice:

-Os lucros aumentam, os acionistas se acertam e os salários de quem produz segue arrochado;
-Não espere que o devido aumento salarial venha por si só. É preciso lutar.;
-Companheiro Marquinhos, presente!;
-Usiminas altera as normas para acumular funções e dar calote nos salários;



Os lucros aumentam, os acionistas se acertam e os salários de quem produz segue arrochado

Os dados são da própria Usiminas, seguem comemorando seus resultados positivos fruto de um intenso ataque aos trabalhadores com demissões e achatamento salarial.

A Usiminas registrou Ebtida (que significa lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) positivo de R$450 milhões no último trimestre de 2017.

No quarto trimestre de 2017, a Usiminas registrou uma receita líquida de R$3,1 bilhões, um aumento de 12% comparado ao terceiro trimestre e no acumulado do ano a receita líquida foi de R$ 10,7 bilhões. As vendas aumentam tanto nas unidades de Siderurgia, como na Mineração, aumento de mais 7% na venda de aço e quase 300% nas vendas de minério de ferro.

Como os lucros seguem crescendo, os acionistas selaram um acordo. Os principais controladores da Usiminas, o grupo Ternium e Nippon Steel vão fazer rodizio entre si para indicação do presidente do Conselho de Administração e para diretor presidente da empresa, e já combinaram formas de resolver as pendências administrativas e judiciais que tinham por conta da disputa pela direção da Usiminas.

E quem falou em nome do presidente do Conselho de Administração da Usiminas logo após os resultados dos lucros, foi o pelego Luiz Carlos Miranda, o mesmo que quando esteve no Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga(MG), entregou direitos dos trabalhadores. Ou seja, ele está lá para servir os interesses da Usiminas, o que significa aumentar ainda mais a exploração contra os trabalhadores.



Não espere que o devido aumento salarial venha por si só. É preciso lutar.

Já faz tempo que a Usiminas vem impondo o arrocho salarial, não pagando nem as perdas salariais. Basta lembrar o que fez em 2016, quando retirou o reajuste que já tinha sido incorporado aos salários e os anos que vem pagando só as perdas acumuladas pelo INPC e nada mais. Se depender de quem dirige a Usiminas, eles vão tentar impor mais arrocho salarial e para mudar isso é preciso ampliar a mobilização. É do trabalho coletivo de quem produz que sai os lucros da Usiminas, lembre-se disso e participe das atividades chamadas pelo Sindicato.



Companheiro Marquinhos, presente!

No dia 10 de fevereiro, o companheiro Marcos Almeida dos Santos, de 47 anos morreu vítima de tuberculose. Marquinhos trabalhava na empresa Usimon, em Santos, e estava na direção do Sindicato desde 2010, sempre comprometido e presente na luta dos trabalhadores.

Um companheiro que não mediu esforços e se empenhou em todas as tarefas do Sindicato, em defender os direitos dos trabalhadores e contribuir para o avanço da luta do conjunto da classe trabalhadora.

Marquinhos, como tantos outros camaradas, estará presente nas lutas que firmes seguiremos a fazer junto com a nossa classe contra o Capital e seu Estado que explora os trabalhadores, concentra a riqueza e espalha a miséria.



Usiminas altera as normas para acumular funções e dar calote nos salários

Depois das demissões em massa feitas em 2016, o acumulo de função aumentou ainda mais, um trabalhador tem que dar conta de executar a tarefa de três ou mais e a pressão por produção é diária.

Junto com acúmulo de função e com as péssimas condições de trabalho, que provocam acidentes e adoecimento, a Usiminas também dá calote nos salários. Está mudando as normas de procedimento das operações para dar calote no que deve aos trabalhadores.

Por exemplo, tem operador 1 fazendo a função de operador 2, 3 e assim por diante, mas recebendo o mesmo salário. Para tentar justificar o calote, a direção da usina manda as chefias alterarem as normas de procedimento. Basta ver em cada área quantas normas foram modificadas ou simplesmente acabaram. Ou seja, os trabalhadores estão executando as mesmas tarefas que antes eram classificadas como operador 2, 3, 4, 5, mas não recebem pela função.

E mais: mudam os procedimentos para garantir mais produção

É o que está acontecendo em várias áreas operacionais, a supervisão muda ou obriga os trabalhadores a executar tarefas fora dos procedimentos, tudo isso para impor um ritmo alucinante de produção, mas depois quando dá errado a direção foge da responsabilidade e vai pra cima dos trabalhadores.

Para quem está na produção, cada vez mais pressão. Para as chefias, folga garantida

As chefias pressionam por mais produção e desrespeitam os trabalhadores que se lascam de tanto trabalhar, até para conseguir folga no final de semana está cada vez mais difícil.

Mas não para as chefias, que em alguns casos chegam a ficar meses folgando aos finais de semana, nem parece que trabalham no horário do turno.

Mais privilégios para as chefias e desrespeito contra os trabalhadores

Enquanto os trabalhadores têm seus carros revistados, tem diretor da usina que entra e saí como bem quer e faz questão de se aparecer falando que é da direção e que por isso ninguém vai revistar seu carro. Esse é o mesmo argentino que até na hora das refeições exige mais mistura em seu prato, mas os trabalhadores têm que se virar com uma metade de salsicha e outra de bife.

Usiminas tenta posar de “empresa solidária” nas costas dos trabalhadores

Mais um exemplo disso foi o aconteceu nos dias 07 e 08 de fevereiro. A Usiminas se inscreveu na campanha de doação de sangue para o Hospital de Cubatão, mas o que fez foi só transportar os trabalhadores que mais uma vez mostraram solidariedade à quem precisa e doaram sangue.

Mas a Usiminas negou o direito aos trabalhadores de apresentar atestado de doador, só garantiu um lanchinho e obrigou a volta para área e seguir tendo o sangue sugado pela produção.

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