O Metalúrgico #519

08 de junho de 2018

Índice:

-Usiminas aumenta os lucros e segue querendo dar calote nos salários dos trabalhadores;
-Só baixar o preço do combustível não adianta. É preciso impedir o massacre aos direitos da classe trabalhadora;
-Não vamos pagar o pato!;
-Enquanto a Usiminas foge de pagar o que deve aos trabalhadores, carregamentos no porto não param de chegar;
-Tem telhado de ponto de ônibus que mais parece uma peneira;
-Zé Protesto;



Usiminas aumenta os lucros e segue querendo dar calote nos salários dos trabalhadores

É hora de ampliarmos a mobilização para garantir o devido reajuste salarial

Na quarta reunião realizada essa semana para discutir a pauta de reivindicação da Campanha Salarial, os representantes da Usiminas apresentaram a proposta indecente de 1,35% de reajuste salarial, ou seja, querem dar calote nos salários dos trabalhadores.

Isso é menos do que a miséria medida pelo INPC que está em 1,69%, a direção da usina também se recusa a congelar o reajuste da alimentação e transporte e o que dirá então do Plano de Saúde.

A Usiminas tenta dar calote nos trabalhadores, ao mesmo tempo em que comemora seus lucros. Em 2017 abocanhou 892 milhões de lucro líquido, os acionistas comemoram sua gorda fatia nesses lucros, além das premiações dos clientes, como foi o da Moto Honda Amazônia divulgado na intranet.

Os navios atracados no porto não param de chegar: recentemente chegaram mais navios, um carregando bobina, outro carregando de coque e um descarregando placas. A movimentação é tão grande que a Usiminas contratou uma frota de caminhões para atender a demanda no Porto.

O Sindicato já rejeitou a proposta indecente da Usiminas durante a reunião e agora é hora de ampliarmos a nossa mobilização para exigir mais do que a reposição das perdas, aumento salarial.

Vamos responder a provocação da Usiminas, com a mobilização do conjunto dos trabalhadores.



Só baixar o preço do combustível não adianta. É preciso impedir o massacre aos direitos da classe trabalhadora

A paralisação do transporte de mercadorias que provocou desabastecimento demonstrou a importância de se colocar em movimento. Mas não sendo organizada pelos instrumentos de luta dos trabalhadores, quem se aproveitou foram os empresários do setor de transporte.

No Brasil, mais de 70% do transporte de cargas é controlado por empresas privadas que se utilizaram do movimento dos caminhoneiros. As empresas beneficiadas pelo acordo feito pelo governo Temer/MDB devem mais de R$50 bilhões e entre as dívidas estão calotes no depósito de FGTS e pagamento à Previdência. Enquanto os empresários dos transportes garantiram seus interesses, os caminhoneiros seguirão nas estradas em jornadas alucinantes, sem direitos e sem condições básicas de trabalho.

E num momento em que candidatos a presidência da República, como Jair Bolsonaro/PSL se reúne com centenas de empresários e defende que os trabalhadores precisam perder direitos e os que lutam por melhores condições de vida e trabalho devem ser recebidos à bala, é preciso enxergar que seja essa candidatura, como outras que atendem os interesses dos patrões tem por objetivo atacar a classe trabalhadora.

Não adianta só diminuir o preço dos combustíveis se você não vai ter salário nem pra colocar comida dentro de casa. Só reivindicar a diminuição do preço dos combustíveis não basta, é preciso que a luta seja da classe trabalhadora contra a política do governo Temer/MDB que para atender os interesses dos patrões, tenta acabar com os direitos e salários dos trabalhadores.



Não vamos pagar o pato!

Os patrões vão tentar obrigar os trabalhadores a compensar horas ou dias parados por conta da paralisação dos transportes e muitas vão tentar enfiar a reforma trabalhista, com a imposição de outras formas de jornadas que significam: trabalhar mais e não receber.

A Usiminas tentou fazer isso com o Administrativo e imediatamente o Sindicato enviou ofício já registrando que não vamos aceitar a imposição de jornadas como home office, nem desconto de horas/dias, ou compensação.



Enquanto a Usiminas foge de pagar o que deve aos trabalhadores, carregamentos no porto não param de chegar

No Porto, o carregamento de bobinas e coque calcinado continua a todo vapor. Nessa semana chegou mais um navio plaqueiro com 35 mil toneladas de placas de aço e tem mais um previsto para chegar na próxima semana. Isso é mais um exemplo, que mostra que direção da usina mente dizendo que a produção vai baixar, o que a Usiminas quer é não pagar o que deve aos trabalhadores.

Mais um exemplo de que a produção segue em alta, é que na semana quando teve início a greve da greve dos caminhoneiros, a Usiminas reorganizou todas as linhas de ônibus, dispensou o ADM, mas manteve os trabalhadores nos turnos e os companheiros nas contratadas que trabalham no horário do ADM tiveram que fazer o horário do turno e também continuaram trabalhando.

Toda a chefia ficou dentro da usina, pressionando por mais produção e os trabalhadores depois de uma jornada pesada, ainda tiveram que se espremer nos ônibus superlotados e demoraram horas para chegar na usina e no final da jornada em casa.

E tem mais: a Usiminas aumenta seus negócios abrindo o Porto para outras empresas e piora as condições de trabalho. Basta ver o que está acontecendo no pátio onde carregam o coque: montaram um “barraquinho” e jogaram uma lona azul por cima do barraco, é dali que trabalhador tem que acompanhar as movimentações de carga. Não tem nem bebedouro nem banheiro próximos, não tem nada.



Tem telhado de ponto de ônibus que mais parece uma peneira

Quem precisa ficar no ponto em frente as oficinas elétrica e mecânica quando olha para cima vai ver o tamanho do furo no telhado.



Zé Protesto

“Zé, a Usiminas até agora não resolveu o problema da falta de faixas de pedestres em frente a portaria do porto.”

- Já denunciamos isso várias vezes, mas a chefia que não anda a pé, só circula de carro no bem bom não está nem aí. Pelo jeito vamos ter que fazer um protesto na portaria do porto para as chefias tomarem vergonha na cara e resolverem o problema da faixa de pedestres.

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“Zé, veja o absurdo: a Enesa está obrigando os trabalhadores a tirar uma foto no celular quando toda equipe de trabalho chega na área para trabalhar e encaminhar a foto para o supervisor.”

- É mole? Quando não são as câmeras das empresas e o chefe na cola, agora querem usar até o celular dos trabalhadores para controlar e pressionar. Se toca Enesa, essa é mais uma forma de assédio moral.

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“Zé, a Ormec está dando calote no adiantamento salarial para os trabalhadores que estão saindo de férias depois do dia 20.”

- Isso está acontecendo desde o mês de março e é mais uma maracutaia da empresa para desrespeitar direitos dos trabalhadores. Contra isso é preciso se colocar também em movimento.

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