O Metalúrgico #530

16 de agosto de 2018

Índice:

-Mais um atentado contra a vida provocado pela Usiminas;
-Não vamos pagar o pato. Exigimos condições seguras de trabalho e o devido aumento salarial;
-Aqui e pelo mundo afora, condições de trabalho que matam;
-Contratada da Usiminas não efetua o pagamento dos salários;
-Zé Protesto;



Mais um atentado contra a vida provocado pela Usiminas

Na sexta-feira passada, dia 10, um gasômetro explodiu dentro da usina de Ipatinga (MG), deixando dezenas de feridos e centenas que moram na cidade expostos à gás tóxico.


Dois dias se passaram da morte do companheiro Luis Fernando, vítima das condições assassinas de trabalho e a Usiminas provocou mais uma tragédia. Dessa vez foi a explosão de parte de um dos gasômetros que deixou dezenas de feridos dentro da usina, espalhou gás pela cidade e provocou tremor em vários bairros de Ipatinga (MG).


Na véspera dessa tragédia, o presidente da empresa novamente desrespeitou os trabalhadores, ao dizer que “a integridade física das pessoas é valor fundamental para Usiminas”. Aonde isso, se a realidade mostra equipamentos de segurança sucateados e nenhuma proteção coletiva aos trabalhadores? O desrespeito é tão grande que, tanto o presidente da empresa como seus chefetes, tentam colocar nas costas dos trabalhadores a responsabilidade pela segurança.


Não há como prevenir acidentes ou trabalhar de forma segura se todos os procedimentos que os trabalhadores são obrigados a realizar são em condições cada vez piores de trabalho.


Dois dias depois de uma morte, a explosão


A morte de Luis Fernando Pereira, de 38 anos, no dia 08 de agosto, a explosão no dia 10 é parte de uma tragédia já anunciada, pois a Usiminas em sua gana por mais lucros tem colocado a vida dos trabalhadores e da população em risco. Luis Fernando deixa esposa e tres filhos.


Três dias depois da explosão mais um acidente grave


Na segunda-feira, dia 13, Ricardo Profiro, eletricista de 36 anos que trabalha na INNER, contratada da Usiminas, foi vítima das péssimas condições de trabalho. Enquanto fazia manutenção na sinterização, o trabalhador foi atingido por uma correia transportadora e teve um dos braços amputados e seu estado é grave.


O que importa para Usiminas é o lucro, não a vida do trabalhador


A explosão que aconteceu perto das 13:00 horas obrigou a Usiminas a evacuar várias áreas, mas logo depois do acidente, a direção da usina obrigou os trabalhadores do turno das 15 horas a entrar para trabalhar. Sem ainda avaliar de fato o tamanho da tragédia, os riscos que os trabalhadores e a população estão expostos, a Usiminas colocou a produção pra rodar.


O SINDIPA, logo após a explosão, foi até a usina e ao hospital exigindo informações sobre a gravidade do acidente e também sobre o estado de saúde do companheiro que foi vítima de mais esse grave acidente na 2ª feira, e até agora os representantes da Usiminas estão calados sonegando informações.


Até quando vão atacar nossas vidas?


Há pouco mais de 50 anos, a mando da Usiminas, trabalhadores foram assassinados pela repressão do Estado quando lutavam por melhores condições de trabalho em Ipatinga. Nos últimos 20 anos são dezenas de trabalhadores mortos tanto na usina de Cubatão, como em Ipatinga, vítimas das péssimas condições de trabalho


Isso é a Usiminas, seu aço é usinado sugando a saúde e vida dos trabalhadores.


É hora de transformar a raiva, a indignação com tanto desrespeito e violência, em movimento. Vamos juntos fortalecer a nossa luta em defesa da vida exigindo punição para Usiminas e melhores condições de trabalho.



Não vamos pagar o pato. Exigimos condições seguras de trabalho e o devido aumento salarial

A direção da Usiminas escancara a cada dia sua estratégia para acumular ainda mais lucros: calote no que deve aos trabalhadores, desrespeito a direitos e condições de trabalho cada vez piores.


Enquanto a pressão das chefias corre solta em todas as áreas por mais produção, o sucateamento dos equipamentos e a falta de segurança se espalha por toda as áreas, os acionistas comemoram a ampliação dos negócios da Usiminas.


Recentemente, a Usiminas divulgou com toda pompa a venda de mais de 30 mil toneladas de aço produzidos nas plantas de Cubatão e Ipatinga que embarcam para a Argentina e que serão utilizados pela Tenaris para produção de tubos para o transporte de gás de xisto.


Esse é mais um exemplo de que os lucros não param de crescer. O que não aumenta é os salários dos trabalhadores


Até agora a direção da Usiminas não apresentou nova proposta sobre o reajuste salarial e vai tentar se utilizar da tragédia que provocou na usina de Ipatinga para passar por cima dos direitos dos trabalhadores não pagando o que deve nos salários.


O caminho para impedir mais esse ataque é a nossa luta tanto aqui como em Ipatinga exigindo condições segura de trabalho. Em Cubatão a mobilização da Campanha Salarial segue, exigindo a reposição das perdas e o devido aumento salarial.



Aqui e pelo mundo afora, condições de trabalho que matam

Na Siderar, siderúrgica da Techint, na Argentina (da qual faz parte Usiminas e o grupo Ternium), mais um acidente fatal que vitimou o metalúrgico Rubén Insaurralde, 29 anos, quando realizava uma operação de manutenção em uma das bobinas de um guindaste que pertence ao setor da decapagem.


O fato causou indignação entre os trabalhadores que pararam a usina e denunciaram que os acidentes são frequentes na empresa. “Eles aumentam as horas de trabalho, aumentam a produção, lucram mais, enquanto os trabalhadores perdem suas vidas”, desabafa um trabalhador.


O acidente foi no dia 10 de agosto, dia da explosão em Ipatinga (MG).



Contratada da Usiminas não efetua o pagamento dos salários

A Selv, empresa de manutenção de linhas vivas contratada da Usiminas, mais uma vez atrasou o pagamento dos salários dos trabalhadores que deveria ter sido feito no dia 05.


Assim que o Sindicato recebeu a informação, solicitou à Usiminas providências para que a empresa fizesse o pagamento de imediato dos salários.


Até o fechamento deste informativo(14/08), a empresa não havia efetuado o pagamento.



Zé Protesto

“Zé, tem chefia na usina que obriga a gente a cumprir funções fora da norma, é tanto acidente nos últimos dias que tá dando medo trabalhar aqui.”

- Se for pra correr risco, não aceite. Você tem o direito de recusar qualquer tarefa que não siga as normas.

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