O Metalúrgico #541

14 de novembro de 2018

Índice:

-Por mais produção e lucros, Usiminas impõe condições de trabalho que agridem a saúde e a vida dos trabalhadores;
-Denunciar as péssimas condições de trabalho e lutar em defesa da saúde e da vida dos trabalhadores;
-Risco pra todos os lados em todas as áreas da Usiminas;
-Zé Protesto;



Por mais produção e lucros, Usiminas impõe condições de trabalho que agridem a saúde e a vida dos trabalhadores

E ainda tem a cara de pau de tentar jogar nas costas dos trabalhadores a responsabilidade pela segurança.


Na semana passada, a Usiminas realizou a Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT) e nela a direção da Usiminas tentou novamente jogar a responsabilidade da segurança nas costas dos trabalhadores e usou o slogan “Eu cuido de você e você cuida de mim”. De fato, os trabalhadores se preocupam com a sua segurança e a de seus companheiros, mas a direção da usina prioriza somente seus lucros.


Nos informes da SIPAT, a direção da Usiminas tem a cara de pau de perguntar se os trabalhadores estão praticando o direito de recusa em operações de risco e se as regras de ouro de segurança estão sendo cumpridas.


Essa é mais uma agressão contra os trabalhadores, pois na realidade não existe direito de recusar tarefas que expõe a saúde e a vida dos trabalhadores, porque todo aquele que recusa é perseguido pela chefia e para recusar a tarefa, tem uma enorme burocracia com um monte de papel para assinar.


A realidade em todas as áreas é a pressão das chefias por mais produção, as regras criadas pela direção da empresa são desrespeitadas por ela mesma, não existem as mínimas condições seguras de trabalho. Gambiarras por todo lado, equipamentos sucateados, falta de EPI’S ou detonados.


E para tentar esconder as consequências provocadas pelas péssimas condições de trabalho, a Usiminas inventa relatórios em que tenta diminuir a gravidade da situação nas áreas e não explicam nada a fundo.


A Usiminas tenta classificar acidentes com lesão ou sem lesão, com atendimento ambulatorial ou não, quando na realidade não existe nenhum acidente que não tenha provocado alguma lesão. A Usiminas faz isso para não registrar a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e assim fugir de sua responsabilidade pelos acidentes e adoecimentos provocados pelas péssimas condições de trabalho.


Enquanto isso, a produção não para de crescer, em novembro dois navios carregados de placas da Ternium Brasil (antiga CSA) vão chegar, um deles com aproximadamente 35 mil toneladas de placas e o outro, 25 mil toneladas.



Denunciar as péssimas condições de trabalho e lutar em defesa da saúde e da vida dos trabalhadores

Continuar a denunciar as péssimas condições de trabalho e junto com o Sindicato lutar, é o caminho para defender seus direitos, seu emprego e principalmente sua vida. Pois, abaixar a cabeça só serve para o patrão arrancar não só o seu salário e seu emprego, mas também sua saúde e colocar sua vida em risco.


Comportamento seguro não falta aos trabalhadores. O que falta são condições de trabalho.



Risco pra todos os lados em todas as áreas da Usiminas

NEM EPI TEM - A Usiminas impõe condições de trabalho cada vez piores, não garante proteção coletiva aos trabalhadores dentro das áreas e nem EPI tem garantido.


Veja o absurdo: a direção da Usiminas não garante novos EPI’s e tem pressionado os trabalhadores a usar equipamentos sucateados que não garantem em nada a segurança. E a desculpa esfarrapada para demora de entregar novos EPI’s é que eles são comprados em Ipatinga (MG).


Ao invés de adquirir os novos EPI’s aqui, a Usiminas pressiona os trabalhadores a usar equipamentos que não protegem em nada a saúde e a vida dos trabalhadores.


NA COQUERIA E EM TODA AS ÁREAS O QUE TEM É RISCO PARA OS TRABALHADORES


Na coqueria, estruturas e tubulações estão corroídas pela ferrugem podendo cair a qualquer momento em cima dos trabalhadores.


Saindo da área o que se vê é água empoçada nas ruas, porque a boca de lobo está entupida e a tampa podre.



APAGÃO NO PATÍO DE MINÉRIO - A torre de iluminação em frente ao porto está desativada, as chefias passam por ali todos os dias, sabem do problema e não fazem nada. Esse é mais um exemplo da negligencia da Usiminas em relação as condições de trabalho que colocam os trabalhadores em risco.


REGRAS DE OURO NÃO VALEM PRA VIX - As condições de trabalho na empresa vão de mau à pior com empilhadeira com pneus carecas, sem ar-condicionado, com bancos rasgados, para-choque amarrado com arame e nem as travas da patola funcionam.


Perguntar não ofende: onde está a fiscalização das regras de ouro tão falada pela direção da Usiminas?




Zé Protesto

“Zé, os trabalhadores que usam o ônibus ST03 que moram no Jardim Piratininga e na Vila dos Pescadores estão sendo obrigados a embarcar no acostamento da via Anchieta e no retorno têm que descer em regiões de alto risco.”

- A direção da Usiminas ao invés de colocar uma van para atender a região do Jardim Piratininga e da Vila dos Pescadores, finge que o problema não existe e coloca os trabalhadores em risco.

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“Zé a Enesa está dando calote nos trabalhadores. A direção da empresa cortou o adicional de insalubridade em 20%.”

- Nada mudou na área, tanto para os trabalhadores efetivos na Usiminas, como para os trabalhadores que estão nas terceirizadas. Ou seja, esse é mais um exemplo de calote nos direitos dos trabalhadores.

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“Zé, nas baias das plataformas de ônibus e na cabine de vigilância têm chovido mais dentro do que fora.”

- Os trabalhadores são obrigados a tomar chuva e o risco de acidente por causa do piso escorregadio é constante. Enquanto a direção da usina anda de um lado pro outro sem precisar de ônibus, coloca os trabalhadores em risco dentro e fora da usina.

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