O Metalúrgico #547

01 de fevereiro de 2019

Índice:

-Para o patrão o que vale é o lucro. As mortes e a destruição provocadas pela mineradora Vale são mais um exemplo disso;
-Usiminas fala da boca pra fora que a prioridade é a proteção da saúde e da vida dos trabalhadores;
-A situação dos ônibus internos da usina expõe os trabalhadores à risco de acidentes;
-Mais risco no Pátio de placas da Aciaria;
-Gestor da Usiminas humilha trabalhadores da Sapore e piora a comida a cada dia;
-Problema até na caixa d’água;
-Zé Protesto;



Para o patrão o que vale é o lucro. As mortes e a destruição provocadas pela mineradora Vale são mais um exemplo disso

No último dia 25 de janeiro, trabalhadores almoçavam no refeitório da empresa para continuarem a dura jornada. Outros deveriam estar de folga mas foram convocados pela empresa naquele dia. Todos eles trabalhando ao lado de uma barragem feita sem nenhuma preocupação com a vida dos trabalhadores e da comunidade da Brumadinho (MG).


No dia 18 de dezembro de 2018, os órgãos de fiscalização do governo liberaram o funcionamento da barragem feita de acordo com interesses de lucro da Vale.


A barragem rompeu e a lama passou por cima dos trabalhadores, levando um rastro de morte e destruição na cidade de Brumadinho (MG).


A violência da lama é a violência da gana dos patrões por mais lucros que devora tudo que está ao seu redor, vidas, cidades e recursos naturais.


A Vale nunca se preocupou com a saúde e a vida dos trabalhadores e nem a destruição que a décadas vem fazendo ao meio-ambiente


Fernando Henrique Cardoso/PSDB privatizou a Vale piorando ainda mais as condições de trabalho. Os governos do PT com Lula e Dilma, foram coniventes com a prática da empresa que, para preservar seus lucros, não se preocuparam com a segurança da vida dos trabalhadores e da comunidade. E o governo Bolsonaro, mesmo antes de ser governo, já declarava que seu objetivo era afrouxar cada vez mais a legislação trabalhista e ambiental, o que significa mais ataque aos salários e direitos dos trabalhadores, mais mortes e destruição provocada pelas empresas.


Um crime contra a vida. Essa tem sido a escolha da Vale


Trabalhadores mortos, centenas de trabalhadores e da população de Brumadinho feridos ou desaparecidos, crianças aterrorizadas e com fome, rios poluídos, plantações destruídas, essa foi a escolha da Vale.


Assim fazem os patrões, para avançar em seus lucros, atacam a vida dos trabalhadores. E nunca é demais lembrar que as péssimas condições de trabalho impostas pela Usiminas também já mataram dezenas de trabalhadores.


Além de nossa solidariedade aos trabalhadores e a comunidade em Brumadinho (MG), é necessário colocar a revolta e a dor em movimento. Fortalecer a luta exigindo punição contra mais esse ato criminoso da Vale, ampliar a luta em defesa da vida e do conjunto da classe trabalhadora.



Usiminas fala da boca pra fora que a prioridade é a proteção da saúde e da vida dos trabalhadores

O formulário da Usiminas que define os critérios para o direito a recusa em executar tarefas que expõe ainda mais a saúde, não leva em conta a realidade dentro da área, pois o que importa para a direção da usina são seus lucros.


Exemplo disso é o que acontece com os operadores de ponte-rolante, que são obrigados a trabalhar em condições de risco, tudo para não parar a produção.


Por que trabalhar sem ar-condicionado na PR não é item impeditivo? O calor é insuportável e quando o ar-condicionado dá problema, a ordem das chefias é continuar trabalhando para não atrapalhar a produção, o que expõe os trabalhadores a desidratação e que pode levar a consequências mais graves ainda à saúde. Mas quando o ar-condicionado da sala de elétrica da problema, é arrumado rapidinho.


Além disso, por conta das condições de trabalho cada vez mais precárias nas pontes, o número de trabalhadores com problemas na coluna e outras lesões aumenta a cada dia. Ou seja, para a Usiminas o que importa é o lucro e não a saúde e a vida dos trabalhadores.



A situação dos ônibus internos da usina expõe os trabalhadores à risco de acidentes

As estruturas das poltronas estão oxidadas e podres em vários pontos e com a constante lotação dos ônibus nos horários de pico, se acontecer uma freada brusca ou uma batida, o risco de ferimentos graves é grande.



Mais risco no Pátio de placas da Aciaria

Entra ano e sai ano e a situação da avenida da Aciaria no Pátio de placas continua a mesma. Quando chove forte alaga tudo e com isto a calçada que serve para deslocamento fica impossibilitada de ser usada. Sem contar o risco para os motoristas dos ônibus e caminhões e também para os motoristas de carros pequenos. Cadê o código de segurança da empresa? Nessa hora, não vale nada.



Gestor da Usiminas humilha trabalhadores da Sapore e piora a comida a cada dia

O responsável da Usiminas pelos restaurantes grita e destrata as trabalhadoras na Sapore. Expulsou uma trabalhadora do refeitório Central no dia 16/1, impedindo-a de trabalhar na área da Usiminas. Não é a primeira vez que isso ocorre, o Sindicato já exigiu providências, mas até agora o RH da Usiminas não fez nada, ou seja, é conivente com mais essa prática criminosa de assédio moral.


O mesmo chefete que desrespeita os trabalhadores, permite que a qualidade da refeição caia a cada dia. Contra a perseguição e o ataques aos direitos não tem outro caminho que não seja a nossa mobilização.



Problema até na caixa d’água

A caixa d’água que fica encima do banheiro, no ponto 3, na área do cais, está cada vez mais suja, pois há muito tempo não tem manutenção e os relatos de dores abdominais e outros problemas que podem ter relação com contaminação de água não param de crescer.



Zé Protesto

“Zé, no canteiro da Enesa, os trabalhadores estão sem papel higiênico nos banheiros e sem detergente, sem contar a condição do vestiário que é totalmente precária.”

- A Enesa demitiu e piorou ainda mais as condições de trabalho. Até o banheiro é essa precariedade, está na hora de trazer a direção da empresa pra usar o banheiro do canteiro.

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“Zé, os trabalhadores na Vix estão sendo obrigados a trabalhar 12 horas todos os dias e no fim da jornada têm que se virar com o transporte coletivo. As condições de trabalho são péssimas, as ruas por onde passam os tratores que carregam placas para descarregar na Aciaria são estreitas e a iluminação a noite é péssima.”

- E quando acontece um acidente, como aconteceu na semana passada, a Vix e a Usiminas fogem da responsabilidade e tentam culpar o trabalhador, é muita cara de pau.

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