O Metalúrgico #551

21 de fevereiro de 2019

Índice:

-Aumentando a pressão por mais produção e arrochando os salários de quem produz, Usiminas comemora mais lucros;
-Usiminas olha para o Porto vendo cada vez mais lucros. Não está nem aí com as péssimas condições de trabalho que impõe aos trabalhadores;
-Péssimas condições de trabalho no pátio de minérios;
-Usiminas enrola mais uma vez;



Aumentando a pressão por mais produção e arrochando os salários de quem produz, Usiminas comemora mais lucros

Usiminas encerra o ano de 2018 com lucro líquido de mais de R$ 800 milhões


Enquanto o conjunto dos trabalhadores na Usiminas e nas empresas terceirizadas sofrem com o salário cada vez mais minguado, os acionistas fazem a festa com os lucros extraídos da exploração.


O lucro líquido da Usiminas no ano de 2018, foi de R$ 829 milhões, um aumento de 163% em relação ao ano anterior.


Aumentaram também os investimentos da Usiminas, em 2018 foram mais de R$400 milhões e tanto na produção de minério de ferro, como na transformação do aço houve aumento da produção.


O próprio presidente da empresa não teve como negar o aumento dos lucros e afirmou que o ano de 2018, marca a trajetória de crescimento sólido da Usiminas.


Eles se fartam de lucros e aos trabalhadores faltam salário e condições seguras de trabalho


O salário médio não passa de R$ 2 mil, quem começa a trabalhar agora recebe o piso salarial que é de R$ 1.500,00 e há tempos que a direção da usina não paga o devido aumento salarial. E assim de ano em ano só reajustando os salários de acordo com as perdas medidas do INPC e obrigando os trabalhadores a trabalharem dobrado, a direção da usina aumenta ainda mais seus lucros.


Na usina de Cubatão a produção não para de crescer


No mês de fevereiro chegaram dois navios com placas da PECEM, cada um transportando 35 mil toneladas de aço, e também continuam chegando placas da Ternium Brasil (antiga CSA) pelas vias férreas.


Para garantir a movimentação de todo esse material, a Usiminas e a VIX continuam impondo dobras e antecipação aos tratoristas e operadores de empilhadeira. Os trabalhadores são obrigados a fazerem jornadas de 12 horas todos os dias. Na laminação a frio, retornaram com a equipe de operação do zero hora, para dar conta da produção, mesmo assim as dobras e antecipações continuam. Ou seja, a Usiminas demitiu em massa, contrata a conta gotas, arrocha os salários, estende a jornada e obriga os trabalhadores a trabalhar por mais de 2.


É preciso lutar para garantir o devido aumento salarial, o respeito aos direitos e melhores condições de trabalho


É preciso não esquecer das informações sobre o lucro da usina, que foram divulgados pela própria direção da empresa e não aceitar a conversa fiada dos representantes da Usiminas que vão tentar na Campanha Salarial de 2019, fugir de pagar o que deve aos trabalhadores, mentindo que a empresa está mal das pernas.


É na luta organizada junto com o Sindicato que vamos avançar em nossas reivindicações por aumento salarial, respeito aos direitos e por melhores condições de trabalho.



Usiminas olha para o Porto vendo cada vez mais lucros. Não está nem aí com as péssimas condições de trabalho que impõe aos trabalhadores

O porto da usina de Cubatão tem sido uma das meninas dos olhos da direção da Usiminas. É por lá que é feito o escoamento das bobinas e outras mercadorias, como o coque da Petrocoque.


Dentro dos investimentos que pretende seguir ampliando, a direção da empresa disse que quer aumentar a atividade do Porto da usina de Cubatão, ou seja, é mais lucro para os acionistas.


E as condições de trabalho vão de mal à pior


No galpão do Porto existem seis pontes-rolantes e nenhuma possui ar-condicionado. Os operadores dessas máquinas são obrigados a trabalhar dentro desses fornos num ritmo alucinante de trabalho e o gerente ainda teve a cara de pau de dizer que não precisa ter ar condicionado porque segundo ele não se trabalha com material quente.


É fácil para a gerência e a direção da empresa que ficam na maior parte do tempo no ar-condicionado de suas salas, pressionar os trabalhadores por mais produção e em péssimas condições de trabalho.


A direção da usina gasta milhões em investimentos que têm por objetivo aumentar seus lucros,paga uma merreca de salário para os trabalhadores e não investe nada em segurança e melhores condições de trabalho.


É com mobilização que vamos garantir melhores condições de trabalho


No pátio de placas da aciaria, a maioria das Pontes-Rolantes também não tinham ar-condicionado e depois da pressão que o Sindicato fez junto com os trabalhadores, a direção da usina encaminhou a instalação dos aparelhos. Esse é o caminho, é só com mobilização que vamos garantir melhores condições de trabalho.



Péssimas condições de trabalho no pátio de minérios

Na pista C do pátio de minérios onde é movimentado o coque calcinado, os trabalhadores continuam numa situação horrível. A sala de descanso é um forno, feita com chapas de aço e sem nenhuma ventilação.


A situação dos motoristas que ficam aguardando dentro dos caminhões também é muito ruim, pois nem sala de espera tem. O banheiro químico está um nojo de tanta sujeira e o gerente do porto que é responsável pela área sabe de todos esses problemas, mas não está nem aí.



Usiminas enrola mais uma vez

O processo sobre o turno fixo em que provamos que a jornada imposta pela direção da usina era irregular já passou por todas as instâncias do Judiciário e a decisão é que a Usiminas tem que pagar as horas extras desse turno irregular.


Em maio de 2018, o Sindicato apresentou os documentos e cálculos necessários para execução, mas novamente a Usiminas, para tentar fugir de pagar o que deve aos trabalhadores, foi buscar mais prazos para enrolar. O prazo pedido em agosto venceu em fevereiro. Porém, a Usiminas entrou com novo pedido no dia 05/02/2019, e o juiz deferiu o prazo por 122 dias (úteis).


O Sindicato segue atento ao processo exigindo agilidade no pagamento do que a Usiminas deve para os trabalhadores.

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