Reforma trabalhista vai aprofundar mais ainda diferença salarial de não sindicalizados

24/10/17

Reforma trabalhista vai aprofundar mais ainda diferença salarial de não sindicalizados

Segundo estudos do professor André Gambier Campos, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada(IPEA), as novas regras trabalhistas devem aprofundar mais ainda a diferença salarial entre trabalhadores sindicalizados e não sindicalizados. Os primeiros apontamentos sinalizam que os sindicalizados ganham 33,5% à mais que os não sindicalizados.

O professor utilizou números baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo IBGE, que mostram que, enquanto trabalhadores associados ganhavam, em média, R$ 2.237,86, os não associados percebiam R$ 1.675,68.

Essa diferença pode ser observada com mais nitidez nas remunerações indiretas recebidas pelos trabalhadores como Vale Transporte, Vale Alimentação e Convênio médico. Enquanto 36% dos sindicalizados têm direito ao benefício, 20,3% dos não sindicalizados não têm esse direito. A diferença é maior quando se trata do Vale Alimentação onde 63,9% dos sindicalizados têm esse direito contra 49,3% dos não sindicalizados. No caso do Vale Transporte 54,4% que são associados ao sindicato da categoria tem o benefício ao contrário 49,1% dos trabalhadores não filiados.

O pesquisador explica que o aumento das diferenças entre remunerações e benefícios não são esperadas de início, pois hoje todos os trabalhadores contribuem com o imposto sindical que equivale a um dia de trabalho. Só que, com a proposta do Governo Temer, apoiada pela maioria dos deputados e senadores e endossada pelos patrões, à ser aplicada a partir de novembro próximo, essa diferença deve aumentar, já que a contribuição será facultativa, ou seja, paga quem quiser. Consequentemente, haverá o enfraquecimento da representação dos trabalhadores, os sindicatos, assim como o poder de negociação dos acordos e convenções coletivas.

Prevalecerá para os não sindicalizados a negociação direta com os patrões, ao contrário dos sindicalizados que continuarão tendo a frente das discussões sobre aumento salarial, entre outros direitos, o sindicato da categoria.

Ser associado ao sindicato, você já pensou na importância deste direito?

Em novembro entram em vigor as propostas de Terceirização e da Reforma Trabalhista aprovadas pelo governo e que retiram direitos dos trabalhadores conquistados durante decadas com muita luta.

Você sabia que as negociações para quem não é sindicalizado será direto com o patrão? Hoje, de forma democrática, é eleita uma comissão de trabalhadores que, junto com o Sindicato, negociam os índices de reajuste, entre outras reivindicações.

A partir de novembro, somente os trabalhadores sindicalizados terão esse direito.

Por isso, ser sindicalizado é fortalecer a luta de toda categoria por melhores salários, mais segurança no trabalho, pela manutenção e ampliação das conquistas, que só podem ser alcançadas quando os trabalhadores se organizam em seus sindicatos. Assim, juntos, os trabalhadores tornam-se fortes o suficiente para fazer as suas negociações e lutar por suas reivindicações.

É importante lembrar que as conquistas não chegam apenas se associando. É preciso você participe efetivamente das lutas, das mobilizações para que venham mais garantias trabalhistas. Este é o caminho de todos os avanços conquistados pelos sindicatos junto com os trabalhadores. Foi por meio das mobilizações que conquistamos o Vale Refeição, o 13º salário e a PLR, entre tantos outros.

Garanta e amplie seus direitos, fique forte, fique sócio!

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