Segundo estudos do professor André Gambier Campos, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada(IPEA), as novas regras trabalhistas devem aprofundar mais ainda a diferença salarial entre trabalhadores sindicalizados e não sindicalizados. Os primeiros apontamentos sinalizam que os sindicalizados ganham 33,5% à mais que os não sindicalizados.
O professor utilizou números baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo IBGE, que mostram que, enquanto trabalhadores associados ganhavam, em média, R$ 2.237,86, os não associados percebiam R$ 1.675,68.
Essa diferença pode ser observada com mais nitidez nas remunerações indiretas recebidas pelos trabalhadores como Vale Transporte, Vale Alimentação e Convênio médico. Enquanto 36% dos sindicalizados têm direito ao benefício, 20,3% dos não sindicalizados não têm esse direito. A diferença é maior quando se trata do Vale Alimentação onde 63,9% dos sindicalizados têm esse direito contra 49,3% dos não sindicalizados. No caso do Vale Transporte 54,4% que são associados ao sindicato da categoria tem o benefício ao contrário 49,1% dos trabalhadores não filiados.
O pesquisador explica que o aumento das diferenças entre remunerações e benefícios não são esperadas de início, pois hoje todos os trabalhadores contribuem com o imposto sindical que equivale a um dia de trabalho. Só que, com a proposta do Governo Temer, apoiada pela maioria dos deputados e senadores e endossada pelos patrões, à ser aplicada a partir de novembro próximo, essa diferença deve aumentar, já que a contribuição será facultativa, ou seja, paga quem quiser. Consequentemente, haverá o enfraquecimento da representação dos trabalhadores, os sindicatos, assim como o poder de negociação dos acordos e convenções coletivas.
Prevalecerá para os não sindicalizados a negociação direta com os patrões, ao contrário dos sindicalizados que continuarão tendo a frente das discussões sobre aumento salarial, entre outros direitos, o sindicato da categoria.
Ser associado ao sindicato, você já pensou na importância deste direito?
Em novembro entram em vigor as propostas de Terceirização e da Reforma Trabalhista aprovadas pelo governo e que retiram direitos dos trabalhadores conquistados durante decadas com muita luta.
Você sabia que as negociações para quem não é sindicalizado será direto com o patrão? Hoje, de forma democrática, é eleita uma comissão de trabalhadores que, junto com o Sindicato, negociam os índices de reajuste, entre outras reivindicações.
A partir de novembro, somente os trabalhadores sindicalizados terão esse direito.
Por isso, ser sindicalizado é fortalecer a luta de toda categoria por melhores salários, mais segurança no trabalho, pela manutenção e ampliação das conquistas, que só podem ser alcançadas quando os trabalhadores se organizam em seus sindicatos. Assim, juntos, os trabalhadores tornam-se fortes o suficiente para fazer as suas negociações e lutar por suas reivindicações.
É importante lembrar que as conquistas não chegam apenas se associando. É preciso você participe efetivamente das lutas, das mobilizações para que venham mais garantias trabalhistas. Este é o caminho de todos os avanços conquistados pelos sindicatos junto com os trabalhadores. Foi por meio das mobilizações que conquistamos o Vale Refeição, o 13º salário e a PLR, entre tantos outros.
Garanta e amplie seus direitos, fique forte, fique sócio!