Usiminas altera as normas para acumular funções e dar calote nos salários

16/02/18

Depois das demissões em massa feitas em 2016, o acumulo de função aumentou ainda mais, um trabalhador tem que dar conta de executar a tarefa de três ou mais e a pressão por produção é diária.

Junto com acúmulo de função e com as péssimas condições de trabalho, que provocam acidentes e adoecimento, a Usiminas também dá calote nos salários. Está mudando as normas de procedimento das operações para dar calote no que deve aos trabalhadores.

Por exemplo, tem operador 1 fazendo a função de operador 2, 3 e assim por diante, mas recebendo o mesmo salário. Para tentar justificar o calote, a direção da usina manda as chefias alterarem as normas de procedimento. Basta ver em cada área quantas normas foram modificadas ou simplesmente acabaram. Ou seja, os trabalhadores estão executando as mesmas tarefas que antes eram classificadas como operador 2, 3, 4, 5, mas não recebem pela função.

E mais: mudam os procedimentos para garantir mais produção

É o que está acontecendo em várias áreas operacionais, a supervisão muda ou obriga os trabalhadores a executar tarefas fora dos procedimentos, tudo isso para impor um ritmo alucinante de produção, mas depois quando dá errado a direção foge da responsabilidade e vai pra cima dos trabalhadores.

Para quem está na produção, cada vez mais pressão. Para as chefias, folga garantida

As chefias pressionam por mais produção e desrespeitam os trabalhadores que se lascam de tanto trabalhar, até para conseguir folga no final de semana está cada vez mais difícil.

Mas não para as chefias, que em alguns casos chegam a ficar meses folgando aos finais de semana, nem parece que trabalham no horário do turno.

Mais privilégios para as chefias e desrespeito contra os trabalhadores

Enquanto os trabalhadores têm seus carros revistados, tem diretor da usina que entra e saí como bem quer e faz questão de se aparecer falando que é da direção e que por isso ninguém vai revistar seu carro. Esse é o mesmo argentino que até na hora das refeições exige mais mistura em seu prato, mas os trabalhadores têm que se virar com uma metade de salsicha e outra de bife.

Usiminas tenta posar de “empresa solidária” nas costas dos trabalhadores

Mais um exemplo disso foi o aconteceu nos dias 07 e 08 de fevereiro. A Usiminas se inscreveu na campanha de doação de sangue para o Hospital de Cubatão, mas o que fez foi só transportar os trabalhadores que mais uma vez mostraram solidariedade à quem precisa e doaram sangue.

Mas a Usiminas negou o direito aos trabalhadores de apresentar atestado de doador, só garantiu um lanchinho e obrigou a volta para área e seguir tendo o sangue sugado pela produção.

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