O massacre da polícia de Dória

13/12/19

Nove jovens entre 14 e 23 anos de idade morreram pisoteados enquanto outras dezenas ficaram feridas na madrugada do dia 1º de dezembro, depois da ação da PM em um baile funk no bairro da comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.


De acordo com a PM foi realizada uma ação de controle de “distúrbios civis” e foram utilizadas “munições químicas”. Ação idêntica ocorreu no mesmo dia também no bairro de Heliópolis e resultou na morte de outra pessoa.


Apesar da PM alegar que estava numa perseguição a um motociclista, imagens captadas e reproduzidas nas redes sociais por moradores mostram uma emboscada da PM forçando com cassetetes, bombas de gás e muita porrada centenas de jovens num beco muito estreito que provocou muita correria e, consequente, o massacre dos jovens, além dos feridos.


Os abusos da Polícia Militar se tornaram uma prática mais comum ainda no governo João Dória (PSDB) que, a partir das declarações e propostas para a segurança, inclusive com o apoio à proposta de Bolsonaro para o excludente de ilicitude, mais conhecido popularmente como licença para matar.


Não estamos discutindo aqui o combate ao crime organizado, a polícia continua agredindo e matando a população da periferia, ou seja, pobres em sua maioria negros, enquanto que ação idêntica não é vista em festas da classe social dominante muitas vezes regada a muitas drogas e promiscuidade.


Nós, trabalhadores, somos testemunhas do excesso de violência quando nos manifestamos. É o Estado à serviço dos poderosos. Por vezes, fomos agredidos, detidos apenas pelo fato de lutar por nossos direitos.


Esses jovens eram filhos de trabalhadores que buscavam um pouco de alegria mesmo enfrentando a falta de acesso aos serviços públicos, mas encontraram a mão armada dos órgãos de repressão do Estado.

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