O Metalúrgico #317

29 de agosto de 2014

Índice:

-Usiminas continua acumulando problemas. E mais do que isso: é conivente com as irregularidades praticadas pelas contratadas;
-Insulto: nem trabalhador com restrição médica escapa das garras da Usiminas;
-Contratadas seguem a risca a cartilha da Usiminas;
-Na HARSCO prevalecem as condições subumanas;
-Sindicato convoca associados para Assembleia Geral Extraordinária;
-Mais um susto na área!;
-Zé Protesto;



Usiminas continua acumulando problemas. E mais do que isso: é conivente com as irregularidades praticadas pelas contratadas

Os absurdos vão desde vazamento de lista de salários de trabalhadores que vai de 2005 até os dias de hoje, inclusive com suposto cálculo de horas extras à serem pagas em função da condenação do processo que trata da questão do turno e que sequer teve julgado o recurso da empresa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que define a inconstitucionalidade ou não do modelo praticado pela empresa atualmente para só então, a partir do acórdão final, descer para a Vara de origem e ser executado. Na nossa opinião, o vazamento da lista foi premeditado numa tentativa de desestimular os trabalhadores a lutar por seus direitos.

Desmandos da empresa tomam conta da área
O caso está sendo encaminhado ao Ministério Público para que, junto com outras denúncias já realizadas, possa compor uma punição de acordo com a legislação aos abusos que vem sendo cometidos pela empresa.

Relatamos alguns como as atitudes antissindicais praticadas com o objetivo de evitar que os trabalhadores possam ter informações reais prestadas pelo Sindicato, como as registradas recentemente por uma jornalista da Folha de S. Paulo, com a falta de investimento na área de saúde e segurança, as punições aos trabalhadores que, depois de constatarem riscos em determinada tarefa, se recusam a executá-las e daqueles que, “convencidos” a realizá-las e quando ocorre algum erro, também são punidos, além de permitir jornadas de trabalho absurdas para os trabalhadores das contratadas, retirando direitos, entre outros.



Insulto: nem trabalhador com restrição médica escapa das garras da Usiminas

As questões de abusos atingem ainda trabalhadores com restrições. Eles estão sendo pressionados a executarem funções para as quais não estão aptos, isto comprovado por meio de relatórios médicos. Qual o objetivo? Causar mais acidentes ou provocar meios para uma possível demissão? Tudo isso sem contar que a redução na produção que tanto vem sendo anunciada e que agora parece ter mudado de estratégia, já que estaria sendo retomada.

O problema é que as demissões nas empresas prestadoras de serviços rolaram à solta e agora setores que necessitam de profissionais para executarem essas tarefas, estão com 50% à menos do mínimo necessário, resultando assim o aumento da jornada de trabalho e de riscos de acidentes.



Contratadas seguem a risca a cartilha da Usiminas

A AMOI passou pela redução do quadro de funcionários. Como já praticava jornada absurda (e aí de quem se recusasse a descumprir as regras, já que as punições são pesadas), ao invés de ser repreendida pela Usiminas, parece ser incentivada a essa prática.

Pesa sobre a empresa uma série de denúncias, inclusive processo por descumprimento de cláusula do Acordo Coletivo (Item 77ª), que versa sobre a equiparação salarial e que tem a primeira audiência marcada para o dia 1º/09/2014, às 13h30, na Justiça do Trabalho, em Cubatão.



Na HARSCO prevalecem as condições subumanas

Os trabalhadores continuam enfrentando uma série de problemas tais como mictórios entupidos no vestiário, calor insuportável na copa onde deveriam ter um certo conforto para realizarem suas refeições ou lanche. Além disso, o transporte de mais de 200 trabalhadores para o almoço é feito por apenas um ônibus. Imagine isso em dia de chuva.

Os problemas se estendem no cumprimento de direitos como o pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade. Atenção: processo em andamento com audiência marcada para o próximo dia 08/09/2014, às 14h45, na Justiça do Trabalho, em Cubatão.



Sindicato convoca associados para Assembleia Geral Extraordinária

Em cumprimento ao Artigo 40º do Estatuto Social da entidade, convocamos todos os trabalhadores metalúrgicos associados do Sindicato à participarem da Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada no dia 16/09/2014, às 18h, na subsede do Sindicato, em Santos (Av. Ana Costa, 55), com pauta única afim de deliberarem sobre o desvio de conduta de diretor, previsto no Estatuto. Trata-se do senhor Alexandre Figueiredo Treglia que está sendo acusado de pressionar os trabalhadores, além de assumir postura contra a organização dos mesmos.

Local: Subsede (Av. Ana Costa, 55) - Vila Mathias - Santos/SP - Brasil
Data: 16/09/14
Horário: 18h



Mais um susto na área!

A diretoria do Sindicato há tempos vem denunciando as más condições de trabalho na usina. Além disso, a falta de manutenção nos equipamentos também tem sido motivo de várias reclamações, inclusive com o pedido de interdição de setores da usina por parte da entidade.

No último domingo, 24, no turno das 15h, por pouco não acontece mais uma tragédia na área. A máquina Fantuzzi, no pátio externo da Aciaria 1, pegou fogo devido ao vazamento de óleo. Bombeiros e a segurança foram acionados, mas não atenderam de imediato. O trabalhador que operava o equipamento conseguiu sair a tempo. A máquina teve perda total.

O medo ronda a área constantemente, de acordo com vários trabalhadores, já que outros equipamentos apresentam o mesmo problema e não têm manutenção, colocando em risco muitas vidas.

Trabalhador, recuse tarefas que possam causar acidentes. É um direito seu!



Zé Protesto

“Zé, apesar da Usiminas informar constantemente que existe um calendário planejado entre empresa e a Vigilância Sanitária, ela esqueçe de cumprir condições básicas para garantir a qualidade e saúde dos trabalhadores. Na semana passada, a Vigilância Sanitária retirou bebedouros e suspendeu os sucos por um motivo simples: não havia filtros.”
- Será que isso também faz parte da redução de custos?
--
“Zé, nos últimos tempos a empresa vem economizando até nos palitos. Seria trágico se não fosse cômico, o argumento de que retirou os paliteiros visando uma política de tratamento bucal. Quem sabe se os restos de esponja de lavar louças encontrados na lasanha de domingo não sejam exatamente para suprir a falta dos palitos, ou seja, a higiene bucal.”
- Cara de pau tem limite!

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