O Metalúrgico #321

19 de setembro de 2014

Índice:

-Juntos defendendo o instrumento de luta dos trabalhadores;
-Nos Conversores, riscos de acidentes só aumentam;
-Aciaria: normas devem ser obedecidas, exija!;
-Condições de trabalho na usina só pioram;
-Usimec: irregularidades correm soltas na empresa;
-Zé Protesto;



Juntos defendendo o instrumento de luta dos trabalhadores

Na assembleia geral realizada no último dia 17 de setembro, os metalúrgicos novamente se colocaram em movimento para defender o Sindicato como instrumento de luta e organização da categoria.

A assembleia foi chamada obedecendo o que define o Estatuto para tratar da exclusão da direção do Sindicato, do agora ex-diretor, Alexandre Figueiredo Treglia, funcionário da Harsco que pouco tempo depois de assumir seu mandato foi promovido pela empresa. Desde então, no cargo de supervisor, começou a perseguir os trabalhadores, furou a greve realizada pelos trabalhadores na Harsco em maio desse ano e diariamente sua postura é de defender o patrão e atacar os trabalhadores.

Nosso compromisso é com a luta em defesa dos interesses dos trabalhadores. Todos os prazos de defesa, conforme o Estatuto define, foram dados. Todas as denúncias sobre a conduta de Alexandre foram comprovadas. Portanto, a posição da Direção do Sindicato pela exclusão foi aprovada pelo conjunto dos metalúrgicos que participaram da assembleia. Sendo assim, Alexandre não faz mais parte da Direção do Sindicato e seguimos firmes na organização e luta do conjunto da categoria. E na Harsco para ampliar nossa organização vamos exigir a garantia de eleição de delegado sindical para termos mais companheiros comprometidos com a luta em defesa dos direitos.



Nos Conversores, riscos de acidentes só aumentam

Nos conversores o desespero da chefia em produzir é geral e, mesmo com equipamentos em péssimas condições e com quadro de trabalhadores reduzido, querem produzir ao máximo. Essa é a receita preferida da Usiminas para aumentar seus lucros. Os trabalhadores acabam ficando expostos a condições de risco, como é caso da preparação de panelas, onde os viradores estão sucateados e constantemente os trabalhadores tem que fazer a montagem de panela em modo manual, uma atividade extremamente arriscada, pois a panela de 75t fica suspensa pela ponte rolante enquanto a tarefa é executada.

Além disso, muitos trabalhadores continuam sendo obrigados a assumir funções de maior responsabilidade e risco, mas sem receberem o devido salário. E a chefia tem a cara de pau vir com o papo furado de que vai “treinar” todo mundo nas funções. Mas a verdade os trabalhadores já conhecem: vão ter que assumir uma nova função e o dinheiro que é bom, nada!



Aciaria: normas devem ser obedecidas, exija!

Na gerência de acabamento e expedição de placas da Aciaria II, os trabalhadores estão sendo obrigados a trabalhar fora da norma para garantir a produção de material automático.

Eles estão sendo expostos a condições de risco de acidente, já que trabalham com placas com temperatura muito acima do que diz a norma. É bom lembrar que já aconteceram acidentes no setor que envolveram vários trabalhadores como inspetores, escarfadores, além dos equipamentos.



Condições de trabalho na usina só pioram

É alimentação ruim, chefe pressionando e humilhando trabalhadores

O gerente do Laminador de Encruamento, na Laminação a Frio, é só pressão em cima dos trabalhadores. Faz reuniões exigindo que os trabalhadores fiquem até o último segundo na área para garantir mais produção. E assim tem companheiro que vai embora sem poder nem tomar banho, porque o tempo que já era curto, agora piorou, sem contar a correria que ficou na passagem de turno.

Na AMOI, tem o Capitão do Mato que berra e humilha os trabalhadores. O cara é tão sacana que tem a cara de pau de chamar de vagabundos, quem garante o trabalho, ou seja, os trabalhadores.

A GR Alimentação, com autorização da Usiminas, está piorando a qualidade dos alimentos: além de cortarem os palitos de dente, estão reduzindo a quantidade de suco e chá. Café ralo, chá velho misturando com chá novo e o suco cada vez mais aguado. Pioram a qualidade da alimentação ao mesmo tempo em que aumentam o valor do vale refeição. E a receita da Usiminas: aumentar a pressão, piorar as condições de trabalho, explorar cada vez mais os trabalhadores.

A Usiminas está tentando economizar até no transporte reserva, serviço prestado pela Breda. É o que vem ocorrendo em todos os horários com os ônibus reservas, onde os motoristas são orientados a não prestar qualquer socorro ao trabalhador que eventualmente se atrase no horário de saída. O que deveria servir como suporte, não funciona.

O Sindicato orienta todos os trabalhadores que pós término do seu horário de trabalho e rendição, se não houve tempo de fazer a higiene pessoal, faça isso com calma. Depois acione os responsáveis pelo transporte e chefia imediata para que providencie meios de locomoção até sua residência. Lembram dos 10 minutos que retiraram com o objetivo de descaracterizar a decisão da 6ª Turma do Supremo? Eles estão fazendo falta. Quem sabe com o serviço de transporte complementar e pagamento de horas extras a usina não acorde?

Feche seu ponto no momento em que tiver transporte para levá-lo à sua residência. Não abandone a área e mantenha o ponto aberto.



Usimec: irregularidades correm soltas na empresa

A Usiblanks III segue a receita da Usiminas: o serviço aumentou e junto com isso a pressão pra cima dos trabalhadores. Trabalhadores que foram contratados recentemente são obrigados a trabalhar em espaços confinados, não há treinamento e não recebem o devido adicional de insalubridade. A desigualdade salarial continua, muitos trabalham na mesma função e recebem salários diferentes.

E tem mais: agora inventaram o tal de “cartão de apontamento” para tentar controlar cada passo do trabalhador, da ida ao almoxarifado até o banheiro. E o tal supervisor “Sangue Ruim” persegue os trabalhadores a todo momento, quer mandar até no horário de almoço dos companheiros que precisam se deslocar de ônibus para o refeitório. Além disso, cria grupinhos só pra fazer intriga.

Os novatos estão compensando horas da Copa do Mundo. Mas os mesmos foram admitidos depois do evento. Isso é hora extra.



Zé Protesto

“Zé, estão acabando com os soldadores na Usiminas, além disso, na base da pressão querem nos obrigar a virar mecânicos. Enquanto isso a Usina continua dando calote nos adicionais e no preenchimento do PPP.”
- A prática da usina tem sido de transformar profissões em multifunções. Trabalhadores especializados em determinada atividade, estão sendo obrigados a executar várias. Mas direito que é bom, são retirados. Acorda Peão, vamos à luta!
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“Zé, o gerente de Segurança do trabalho é um puxa saco da direção da empresa e finge que não vê o que acontece na área . Na Redução uma tragédia está prestes a acontecer pois as condições de trabalho estão cada vez piores.”
- A segurança é um problema sério há muito tempo. Não há investimentos, nem equipamentos novos e muito menos força de trabalho. Pior que os responsáveis pela segurança, fingem não enxergar os problemas. O que eles querem, uma nova tragédia?
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“Zé, no vestiário da Laminação a Frio a coisa tá feia: metade dos chuveiros não funciona são apenas 17 chuveiros para todos os trabalhadores dessa área. É fila pra tomar banho e, na correria, nem todo mundo consegue. Além disso é goteira pra todo lado, infiltração, armário enferrujado e podre.”
- Enquanto isso, a usina propaga para todos os lados o investimento que passou por todo refeitório. Mas, por que não reformaram o vestiário já que está no mesmo espaço? Será apenas uma roupagem para mascarar os problemas? Os absurdos chegam à esse ponto, imagine o restante.

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