O Metalúrgico #329

06 de novembro de 2014

Índice:

-Dilema dos trabalhadores na Usiminas: trabalhar ou tentar sobreviver aos caos;
-Isto é Usiminas! Alto Forno 2: mais um acidente!;
-Jornadas absurdas, insegurança e para piorar, chefias totalmente despreparadas;



Dilema dos trabalhadores na Usiminas: trabalhar ou tentar sobreviver aos caos

Os trabalhadores da Usiminas (e das contratadas também), continuam enfrentando as más condições de trabalho em toda área da usina. Os problemas aparecem já no início da jornada e atormentam os trabalhadores, muitas vezes, até no retorno ao lar. Além das dobras que se tornaram rotina, da pressão imposta por chefias mal preparadas, do arrocho salarial, ainda são obrigados a executar suas tarefas em locais sem as mínimas condições de segurança.

Os equipamentos, sem a manutenção adequada e cada vez mais sucateados, aumentam o risco de acidentes. O descaso e a pressão das chefias, endossados pela direção da empresa (que só se preocupa com a produção), coloca aos trabalhadores um dilema: TRABALHAR OU LUTAR PELA VIDA DENTRO DA EMPRESA.



Isto é Usiminas! Alto Forno 2: mais um acidente!

No último sábado, dia 1º, às 16h40, aconteceu mais um acidente no Alto Forno 2. Um trabalhador da Servitec que executava serviço de limpeza com jateamento de água em local confinado dentro da tubulação, passou mal e desmaiou. O trabalhador, ao invés de portar o monitor de CO, estava com oximetro (O2). A técnica de segurança foi acionada pela equipe de apoio de Ipatinga(MG) para trazer o monitor de CO e, depois de um tempo considerável, chegou. O trabalhador que passou mal foi encaminhado para o CSO e depois liberado. O susto foi tão grande que o mesmo pediu demissão.

De acordo com o relato de vários trabalhadores, existe uma grande pressão das chefias da Usiminas para que o serviço seja realizado mesmo que seja de forma irregular. Esse é o terceiro acidente na Servitec na limpeza das tubulações, plataformas, pisos e locais confinados do Alto Forno.

PERGUNTAR NÃO OFENDE
Por que foi liberada pela chefia da Usiminas a Permissão de Entrada e Trabalhos em Locais Confinados (PET)? Por que a Técnica de Segurança que normalmente não sai de sua sala e muito menos acompanha os trabalhos, não providenciou os aparelhos de acordo com a necessidade da atividade? Por que esse serviço, com risco tão grande de morte e que dura muitas vezes até 12 horas, não é acompanhado por um responsável da Usiminas?



Jornadas absurdas, insegurança e para piorar, chefias totalmente despreparadas

O dia a dia em qualquer setor da usina é marcado por problemas que atentam contra os direitos e atingem a saúde e a vida dos trabalhadores. E a situação complica mais ainda com o despreparo das chefias em relação aos seus subordinados.

No lingotamento (turma B), tem um supervisor metido a lutador, o tal de BIGODE GROSSO. Tem seus discursos prontos de segurança mas quando o bicho pega, é o primeiro a descumprir normas e ainda por cima pressiona os trabalhadores. E como se isso não bastasse, ameaça os funcionários a toda hora com demissão. O problema é que na folga dele, a coisa piora: vem um tal de QUEIJINHO que só quer saber de produção e produção.

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