O Metalúrgico #359

Foi a partir da mobilização que realizamos no dia 23 de abril, quando o conjunto dos trabalhadores organizados com o Sindicato atrasaram a produção, que a Usiminas se mexeu e chamou reunião para discutir a pauta de reivindicações. Mas é hora de ampliarmos a mobilização, pois até agora a direção da usina só enrolou. Já aconteceram cinco reuniões e a Usiminas para tentar manter a enrolação, como fez em outros anos, queria ler ponto a ponto da pauta de reivindicação que ela conhece desde fevereiro.

Além da enrolação, pressão nos locais de trabalho
A empresa anunciou no dia 18 o abafamento dos Altos Fornos em Cubatão (dia 31/05) e Ipatinga(MG), em 04 de junho. Na sexta-feira(22), em reunião realizada na subsede do Sindicato, em Santos, a empresa insistiu na possibilidade de conversar sobre lay off * e a possibilidade de discutir demissões. O Sindicato deixou bem claro que não haverá qualquer discussão sobre redução de direitos e, muito menos, demissões. Mesmo afirmando que o objetivo é manter o máximo do quadro atual, sabemos qual a verdadeira intenção da empresa quando anuncia o abafamento dos Altos Fornos e, consequentemente, redução da produção.

Estamos em Campanha Salarial e a estratégia é a mesma de anos anteriores: ataque aos trabalhadores por meio de intimidações, choradeira e ameaça de demissões. Os trabalhadores buscam restituir perdas acumuladas. Só nos últimos três anos, estudo realizado pelo economista João Nicolau Pompeo, mostra que não podemos abrir mão do índice que apresentamos. Veja tabela abaixo:

Na reunião da última sexta-feira (22), mais uma vez a empresa teimou que seria necessário mais discussão sobre a pauta, material que ela conhece de “cima para baixo e de trás para frente”. E, mais uma vez, não apresentou qualquer proposta. Fizemos questão de deixar claro que propostas rebaixadas não serão submetidas a assembleia. Serão recusadas em mesa, como também nosso prazo que se encerra amanhã, 27, dia que a empresa deixou pré-agendada reunião onde se compromete a apresentar proposta. Caso contrário, estaremos preparando uma paralisação por tempo indeterminado até que o assunto seja resolvido.

*Lay-off é um modo jurídico de uma empresa se adequar a cenários temporários de retração e estagnação, sem comprometer a sua capacidade de recuperação, na hipótese de melhoria econômica.

Estamos num momento de ampliarmos a mobilização no conjunto da categoria, tanto na Usiminas como nas empresas metalúrgicas. É assim que vamos garantir aumento salarial, ampliação dos direitos e melhores condições de trabalho.

No próximo dia 28 de Maio, quinta-feira, às 18h30, vamos realizar Assembleia Geral com os trabalhadores nas empresas metalúrgicas para avaliarmos a proposta apresentada pelo sindicato patronal e definir os próximos passos da Campanha Salarial. A Assembleia Geral acontece na subsede do Sindicato, em Santos (Av. Ana Costa, 55). Participe!

Estamos em luta contra o Projeto de Terceirização dos patrões e contra as Medidas do governo federal que atacam o seguro-desemprego, o auxílio doença e as pensões

O Governo Dilma tenta esconder que o rombo de mais de R$ 300 bilhões nas contas públicas foi provocado pela sua farta ajuda às multinacionais que se utilizaram desses recursos para demitir, reestruturar os locais de trabalho aumentando a exploração contra os trabalhadores.

O governo com suas medidas que atacam o seguro-desemprego, o auxílio doença e as pensões e os patrões com seu projeto de terceirização, tentam assim arrancar direitos dos trabalhadores garantidos através de muita luta.

Terceirização: você sabe o risco que isso representa?
Uma das grandes consequências da Terceirização é a diminuição dos salários, ou seja, os empregados diretos são demitidos e substituídos por terceirizados que recebem, em média, 30% à menos.

Outra efeito desse processo é o aumento da jornada de trabalho. Trabalhadores terceirizados trabalham três horas à mais por semana, excluindo assim milhares de vagas no mercado de trabalho.

O Projeto de Lei 4330 acaba, de acordo com o que tramita no Congresso Nacional, com a atividade-fim, ou seja, aquela em que os serviços subcontratados firmam-se na atividade principal, reduzindo a capacidade de organização dos trabalhadores na busca por melhores salários e direitos.

Entre os vários fatores nocivos da Terceirização, estão os acidentes. O número de acidentes e mortes no ambiente de trabalho, a maioria ocorre com trabalhadores terceirizados.

Para finalizar, a Terceirização coloca em risco sua aposentadoria e saúde pois, com a redução de salários, ameaça a Previdência Social que é quem paga sua aposentadoria e mantém o Sistema Único de Saúde (SUS).

Perguntar não ofende: por que as empresas fazem tantos esforços para regulamentar essa forma de exploração? Boa coisa, com certeza, não é.

“Zé, na Sinterização o pessoal de turno(manutenção), precisa de veículo para se locomover e transportar equipamentos já que a área, além de agressiva, é longa. Acontece que lá tem o Imperador que, mesmo dispondo do veículo que deveria realizar esses serviços, utiliza o mesmo somente para atender suas necessidades pessoais, enquanto nós, simples mortais, somos obrigados a fazer o trajeto à pé, transportando equipamentos pesados.”
- Será que a Usiminas paga locação de veículos com o objetivo de humilhar ainda mais os trabalhadores? Ou não tem consciência do que esse tal de Imperador está fazendo. Exigimos providencias urgentes!