O Metalúrgico #379

03 de setembro de 2015

Índice:

-Já tem relator o processo do dissídio. Mas só isso não basta!;
-Mais uma vítima das condições de trabalho impostas pela Usiminas;
-Contra as péssimas condições de trabalho e o desrespeito aos nossos direitos, vamos colocar a revolta em movimento;
-Condições de trabalho cada vez piores, acidentes quase diários;
-Zé Protesto;



Já tem relator o processo do dissídio. Mas só isso não basta!

Contra o calote nos salários e as demissões, é hora de ampliar a nossa luta

Na semana passada foi definido o nome da juíza relatora do processo que trata sobre o dissídio da data-base e nessa semana novamente fomos ao Tribunal para exigir agilidade no processo. Mas, como já dissemos, o mais importante para acelerar o processo e enfrentar o calote da Usiminas é ampliar as mobilizações que estamos fazendo.

Problema é que não falta: calote no pagamento dos salários e adicionais, desvio e acúmulo de função, condições de trabalho cada vez piores que aumentam os acidentes como o que aconteceu nessa semana.



Mais uma vítima das condições de trabalho impostas pela Usiminas

O acidente aconteceu na madrugada do último dia 01 (terça-feira) quando era realizada a operação de limpeza do excesso de finos na correia transportadora TC5, que abastece os silos de escorificantes dos conversores.

Novamente a Usiminas para manter a produção a qualquer custo, impôs mais uma gambiarra que provocou o acidente: para evitar que faltasse material nos silos, a chefia colocou 05 trabalhadores para bater pá na correia.

Quando os trabalhadores desceram da correia perceberam que faltava um companheiro. Arthur Cruz caiu dentro do silo 18 e o acidente só não foi mais grave porque o silo estava abastecido com sínter. O companheiro foi levado para Santa Casa e recebeu alta no início da tarde da terça-feira.

Essa tem sido a prática da Usiminas, sucateia os equipamentos e usa matéria-prima cada vez pior. Exemplo disso é essa operação de limpeza dos silos: obriga o desvio de função, não garante a devida proteção e segurança, tudo para aumentar ainda mais seus lucros atacando a saúde e vida dos trabalhadores.



Contra as péssimas condições de trabalho e o desrespeito aos nossos direitos, vamos colocar a revolta em movimento

Descer do ônibus e junto com cada companheiro de trabalho, organizados com o Sindicato, participar das assembleias e da mobilização é mais que um direito: é a forma de enfrentar os ataques da Usiminas.

Então, contra o calote, as péssimas condições de trabalho e em defesa dos direitos, participe da mobilização na portaria e das atividades chamadas no Sindicato.



Condições de trabalho cada vez piores, acidentes quase diários

O dia a dia na Usiminas é preocupante. Além da pressão das chefias, as condições nos locais de trabalho afligem os trabalhadores. Como exemplo, pisos totalmente inadequados, o resultado disso? No dia 16 de agosto, um trabalhador escorregou no piso e deslocou o joelho quando realizava a limpeza nos trilhos do carro apagador. No dia 19 de agosto mais acidente: um trabalhador na empresa Servitec teve laceração no pé quando foi atingido pelo jato de água de alta pressão.

Obras só de fachada
A direção da Usiminas, para tentar enfeitar a usina na semana da fiscalização do Ministério Público do Trabalho, correu com a obra da sala de descanso da preparação de Panela. Mas foi só de fachada, pois até agora a sala não está liberada, por falta de móveis e bebedouro. E assim os trabalhadores têm que lanchar no meio da área operacional e até para beber água está difícil, pois sequer tem bebedouro por perto.

Na Preparação e Abastecimento a coisa está feia até para lanchar
Enquanto a chefia toma seu café numa boa no início da jornada, os trabalhadores do turno das 7 horas ao chegar, têm que ir direto para o batente, tomar café só lá pelas 8 horas e aonde? Num lugar apertado, inadequado, em frente ao banheiro. Isso tudo porque o restaurante que era perto da área foi fechado pela Usiminas.

Faltam vestiários para as trabalhadoras
E para as trabalhadoras a coisa está feia também nos vestiários, pois se conta nos dedos os poucos vestiários e banheiros femininos. Com isso as companheiras são obrigadas a improvisar vestiários e várias vezes passam a jornada inteira sem ir ao banheiro.

EPI também é sucata
Um exemplo disso é o que está acontecendo na Aciaria, nas máquinas do Lingotamento. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) estão sendo “recuperados” ou seja, é EPI sem condição de uso, o que aumenta ainda mais os riscos de acidentes. E o que a gerência responde? Que não vai gastar com EPI novo.

Calor nas alturas para fazer as refeições, banheiros cada vez piores
Quem faz as refeições no restaurante do LTQ continua no sufoco do calor, pois já faz quase um ano que a Usiminas deveria ter instalado 06 aparelhos de ar-condicionado, mas até agora nada. Saindo dos restaurantes, os banheiros ou estão imundos, quebrados ou interditados, como no Porto, onde os trabalhadores agora nem banheiro têm.

Na Vix, dobras sem parar, sem lanche e sem transporte
A Vix, ao mesmo tempo em que obriga as dobras de 12 horas, cortou o lanche e não está pagando o vale transporte, ou seja, quer que os trabalhadores trabalhem até cair, sem comer e depois ir a pé para casa.

A luta também é contra as condições de trabalho que só pioram dentro da usina. Então, além de denunciar os problemas, participe da mobilização!



Zé Protesto

“Zé, na Aciaria 2, parte externa do vestiário 2, uma tubulação está quase caindo. Só não cai porque está sendo apoiada por um corrimão. E olha que o trânsito de pessoas embaixo é grande.”
- Será que a Usiminas resolve isso antes do retorno (em breve) do Ministério Público do Trabalho?

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“Zé, os trabalhadores da bateria de Coque, grupo 1 e 2 (turno Zero hora), estão dobrando todos os dias até às 11h da manhã e, para piorar, sem direito a lanche.”
- Daqui à pouco a Usiminas vai pedir para os trabalhadores levarem marmita, pois até a sopa cortaram. Tá na hora de reagir e não ficar aceitando isso.

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