As tragédias no Rio Grande do Sul, em Marrocos e na Líbia não são apenas desastres naturais, são potencializadas pela ação do capital que agride o meio ambiente e o clima

21/09/23

No Rio Grande do Sul no início de setembro um ciclone extratropical provocou a morte de dezenas de pessoas, deixou milhares de desabrigados e devastou cidades inteiras do interior gaúcho.


Para além das fronteiras do Brasil, no Marrocos dias depois do ciclone que atingiu a região sul do Brasil, um terremoto matou milhares de pessoas, também devastou cidades inteiras.


No mesmo mês na Líbia chuvas torrenciais inundaram várias cidades, já são mais de 20 mil mortos, corpos são encontrados nas praias e enterrados em valas comuns, num total desrespeito às vítimas e suas famílias. Junto a isso outra ameaça que atinge a população é a cólera que pode se proliferar não só por conta da forma como estão sendo feitos os sepultamentos, mas pela falta de acesso a água potável e recursos básicos de higiene.


Não se pode separar os desastres naturais da crise climática que afeta o planeta há muito tempo e nem cair no discurso hipócrita que são necessárias apenas ações dos indivíduos de proteção ao meio ambiente, quando quem mais agride o meio ambiente são as grandes empresas, os capitalistas com o apoio de seus governos.


O uso de forma violenta dos recursos naturais para a produção de matéria prima, a emissão cada vez maior de poluição provocada pelas formas de produção impostas pelo Capital para obter suas mercadorias através da exploração da classe trabalhadora são os elementos que potencializam a crise climática que o mundo vive hoje.


Os governos a cada tragédia repetem as mesmas ações que na realidade são omissões ao não garantir moradias dignas em lugares seguros a classe trabalhadora, ao não investirem em políticas públicas que se antecipem aos desastres naturais.


Os governos seguem investindo em políticas de proteção aos interesses capitalistas, como a ampliação da produção sem proteção aos trabalhadores e ao meio ambiente, na expansão da especulação imobiliária que joga os pobres, os trabalhadores e suas famílias para os lugares de maior risco.


Além de cercar de solidariedade aqueles que sofrem com as consequências dessas tragédias é preciso fortalecer a luta contra esse sistema de exploração que quanto mais concentra riqueza, mais devasta vidas e o planeta.

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