O Metalúrgico #704

24 de fevereiro de 2023

Índice:

-Usiminas comemora mais um recorde de lucros às custas de mais exploração contra os trabalhadores;
-Mais lucros para os patrões, mais arrocho salarial e calote na PLR para os trabalhadores;
-O transporte da Usiminas vai de mal a pior para os trabalhadores que tem que utilizar o fretado e também para os motoristas;
-GPS está dando calote nas horas extras dos trabalhadores;
-E a comida? Também continua mal;
-A SAPORE não está deixando os trabalhadores que esquecem o crachá entrar no restaurante;
-Zé Protesto;



Usiminas comemora mais um recorde de lucros às custas de mais exploração contra os trabalhadores

No dia 10 de fevereiro, a direção da Usiminas divulgou os lucros referentes ao ano de 2022.


Mais uma vez, a direção da empresa e seus grandes acionistas comemoram o lucro líquido de R$2,1 bilhões, o segundo maior em 14 anos, só perdendo pra 2021, quando foram R$ 10 bilhões, lembrando que foi um dos anos de pico da pandemia da COVID 19 que somente no Brasil arrancou a vida de mais de 700 mil pessoas.


O EBITDA de 2022 (que é o lucro bruto antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 4,9 bilhões, também segundo maior da história da empresa.


Ao longo do ano de 2022 a Usiminas vendeu 4,2 milhões de toneladas de aço e 8,6 milhões de toneladas de minério de ferro.


Todo esse lucro que a Usiminas divulgou e os patrões comemoraram foi fruto da exploração de milhares de trabalhadoras e trabalhadores, diretos e em empresas terceirizadas nas diversas empresas do grupo Usiminas.


Vários trabalhadores adoeceram e sofreram acidentes durante esse período vítimas das péssimas condições de trabalho. A sanha por mais lucros segue tirando a vida dos trabalhadores como aconteceu recentemente em Ipatinga, em mais uma explosão na área do gasômetro que poderia ter sido evitada se houvesse investimento em segurança no trabalho.



Mais lucros para os patrões, mais arrocho salarial e calote na PLR para os trabalhadores

A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é mais um mecanismo que os patrões usam para arrochar ainda mais os salários e assim aumentar a exploração contra os trabalhadores.


O que o patrão paga na PLR ele deixa de pagar como aumento salarial, além disso as metas são absurdas, os números são controlados pela empresa e os trabalhadores são obrigados a se esfolar ainda mais para bater essas metas.


A Usiminas divulgou a merreca 1,67 salário de PLR do ano de 2022, sendo que 0,5 já foi pago no ano passado, o restante será pago até dia 8/3.


Os trabalhadores na produção que são os responsáveis por produzir os recordes de lucros são os que recebem a PLR menor, pois tem os salários mais baixos, enquanto gerentes que estão lá só para exigir mais produção de cada trabalhador recebem muito mais.


Por tudo isso nossa principal luta é por aumento salarial pra valer e sobre a PLR é também na mobilização que vamos garantir o fim das metas absurdas, o aumento do valor a ser pago e que deve linear, ou seja, igual para todos.


Então fique atento e participe da mobilização organizada pelo Sindicato, pois só reclamar não basta, é preciso transformar a indignação em luta



O transporte da Usiminas vai de mal a pior para os trabalhadores que tem que utilizar o fretado e também para os motoristas

Em tudo a Usiminas manifesta seu desrespeito contra os trabalhadores, mais um exemplo disso é o transporte: a direção da empresa retirou o ônibus que fazia a linha de São Paulo e colocaram uma van em que os trabalhadores vão e voltam espremidos depois de uma massacrante jornada de trabalho. Mas nas linhas de Santos no horário do ADM que vários chefetes usam agora colocaram ônibus semileito.


E a situação dos trabalhadores na Piracicabana?


Muitos motoristas estão sendo obrigados a fazer jornada massacrante. Além de fazerem o transporte dos trabalhadores do turno, são obrigados a fazerem viagens para São Paulo.


Tem casos em que o motorista chega de São Paulo 2h da manhã e as 5 da manhã já tem que buscar os trabalhadores do turno. O risco de algum motorista dormir ao volante por conta da exaustão e sofrer um acidente é grande.


A gerência do transporte da Usiminas sabe dessa situação e não faz nada porque está junto com a Piracicabana em mais essa violência contra os trabalhadores.



GPS está dando calote nas horas extras dos trabalhadores

No Porto, a GPS seguindo a cartilha da Usiminas, também está dando calote na horas extra dos trabalhadores.


Veja o absurdo: a direção da GPS tentado passar por cima da legislação trabalhista disse que os trabalhadores que registram o ponto no dia 24/12/2022 as 22:00h e encerraram a jornada no dia 25/12/2022 as 7:00h, não têm direto de receber as horas extras do dia de Natal e fez o mesmo com quem entrou nesse horário no dia 31/12/2022 e saiu às 7:00 horas do dia 01/01/2023.


Já registramos que se a empresa não pagar o que deve aos trabalhadores vai ter que responder também judicialmente o seu calote.



E a comida? Também continua mal

No restaurante do LTQ 2 além da qualidade da alimentação ser inferior ao do refeitório central, tem mais: os exaustores da cozinha não funcionam, não tem liquidificador industrial, mesas sujas, muitas moscas e sempre faltando comida. E os trabalhadores na SAPORE estão sobrecarregados.


Essa é a realidade alimentar que a Usiminas impõe aos trabalhadores e para a chefia tudo do melhor



A SAPORE não está deixando os trabalhadores que esquecem o crachá entrar no restaurante

Antes tinha uma lista que o trabalhador podia assinar e fazer a refeição, agora mandam o trabalhador voltar pra área, é um absurdo. Enquanto a polícia militar almoça de graça na usina, os trabalhadores são impedidos.


Se isso não mudar, é hora da gente se organizar nas áreas e irmos comer no refeitório central como mais uma forma de protesto ao desrespeito da Usiminas e suas terceirizadas.



Zé Protesto

“Zé, nas áreas desativadas, no PCI tem uma telha que está prestes a cair. O Serviço de Segurança do Trabalho já foi avisado, mas a condição de risco continua lá.”

- Essa é prática da Usiminas, a única preocupação que tem é lucrar cada vez mais às custas da saúde e da vida dos trabalhadores. Para enfrentar as péssimas condições de trabalho o caminho é o fortalecimento da luta do conjunto dos trabalhadores efetivos e nas empresas terceirizadas.

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