O Metalúrgico #707

17 de março de 2023

Índice:

-A direção da Usiminas e seus acionistas festejam os lucros produzidos pelos trabalhadores que seguem com os salários arrochados;
-Nos dias 28 e 29 tem assembleia geral dos trabalhadores na Usiminas para aprovação da nossa pauta de reivindicações;
-É muita cara de pau: Usiminas inventou um treinamento sobre percepção de risco, mas o local onde é feito é de risco à saúde dos trabalhadores;
-Como está o Processo da Semana Espanhola?;
-Como está a ação do FGTS contra a CEF?;
-Terceirização e xenofobia: mais instrumentos do capitalismo de ataque a vida da classe trabalhadora;
-Zé Protesto;



A direção da Usiminas e seus acionistas festejam os lucros produzidos pelos trabalhadores que seguem com os salários arrochados

A Nipoom Steel uma das principais acionistas da Usiminas estuda implantar uma nova siderúrgica no Brasil ou Austrália


Não tem um mês que não se mostre o quanto a Usiminas segue lucrando cada vez mais imponto mais arrocho salarial e péssimas condições de trabalho.


A notícia divulgada por vários meios de comunicação no início dessa semana mostra isso: A Nippon Stell, uma das principais acionistas da Usiminas estuda a implantação de uma nova siderúrgica que pode ser no Brasil ou na Austrália.


O projeto da empresa deve custar cerca de 100 bilhões de ienes (US$733milhões) segundo disse o vice-presidente da Nippon Stell, Takahiro Mori. Ou seja, bilhões são gastos em novos investimentos e negócios, mas nenhum centavo é investido em segurança para proteger a saúde e a vida dos trabalhadores, os salários dos trabalhadores ano após ano seguem mais arrochados e o que falar da PLR? Um calote atrás do outro.



Nos dias 28 e 29 tem assembleia geral dos trabalhadores na Usiminas para aprovação da nossa pauta de reivindicações

Vamos fortalecer a luta pela reposição das perdas, aumento salarial pra valer, manutenção e a ampliação dos direitos


A Campanha Salarial de 2023 começa com a nossa assembleia de aprovação da pauta de reivindicação que começa no dia 28/03 com os trabalhadores na Usiminas do zero hora e se concluí no dia 29/03 com a participação dos trabalhadores dos demais turnos de trabalho.


Entre as muitas reivindicações estão a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial, o fim do banco de horas, a garantia de estabilidade até a aposentadoria para os trabalhadores vítimas de doenças e acidentes provocados pelo trabalho que tenham deixado sequela permanente, aumento salarial pra valer, aumento do valor do Vale-Alimentação entre outras reivindicações.


Se você tem sugestão de propostas para serem incluídas na pauta de reivindicações entre em contato com os diretores do Sindicato na área ou envie mensagem para o WhatsZeProtesto 98216-0145.


Mas só votarmos a pauta de reivindicação e ficar esperando as reuniões acontecerem não basta é necessário em cada área da usina mostrarmos a nossa indignação com tanto arrocho salarial e com as péssimas condições de trabalho.


Então participe das assembleias e de todas as mobilizações organizadas pelo Sindicato, pois é na luta que garantimos nossas reivindicações



É muita cara de pau: Usiminas inventou um treinamento sobre percepção de risco, mas o local onde é feito é de risco à saúde dos trabalhadores

Vejam só o que a direção da usina fez dessa vez: inventou um tal de treinamento para todos os trabalhadores fazerem que é chamado de percepção de risco, mas o local que está sendo realizado é de risco, saiba porquê:


O treinamento é realizado dentro das dependências da Usiminas Mecânica num local completamente insalubre devido ao calor excessivo, muito barulho e os trabalhadores são obrigados a ficar quase duas horas em pé durante esse treinamento.


Mais um desrespeito da direção da usina contra os trabalhadores.



Como está o Processo da Semana Espanhola?

O Sindicato apresentou manifestação em 25 de janeiro de 2023 ajustando os cálculos aos termos determinado pelo julgamento.


O processo está concluso com o juiz para apreciar a petição do Sindicato e da Usiminas. Não há prazo para isso ocorrer.


O setor jurídico do Sindicato está atento à todos os andamentos processuais buscando de todas as formas agilizar o prosseguimento do processo. Entretanto é necessário se observar todos os prazos processuais.




Como está a ação do FGTS contra a CEF?

O Sindicato entrou com a ação contra a Caixa Econômica Federal (CEF) ao pagamento das diferenças devidas dos depósitos de FGTS dos trabalhadores substituídos a partir de janeiro de 1999, levando-se em conta o INPC como fator de correção monetária. O processo está parado desde 05 de maio de 2014 aguardando definição do STJ e STF acerca da matéria discutida.


O setor jurídico do Sindicato está atento à todos os andamentos processuais buscando de todas as formas agilizar o prosseguimento do processo. Entretanto é necessário se observar todos os prazos processuais.



Terceirização e xenofobia: mais instrumentos do capitalismo de ataque a vida da classe trabalhadora

No final de fevereiro a notícia de trabalhadores encontrados em fazendas no Rio Grande do Sul em situação análoga à escravidão escancarou novamente para que serve a terceirização: piores condições de trabalho, ausência de direitos, desrespeito à dignidade humana.


Mais de 200 trabalhadores foram resgatados de um alojamento degradante na cidade de Bento Gonçalves, eles foram contratados pela terceirizada Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde LTD, contratada por grande vinícolas como Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi.


Os trabalhadores relataram que além do desrespeito aos direitos trabalhistas e das péssimas condições de trabalho, sofriam torturas: eram espancados, sofriam agressões com spray de pimenta e choques elétricos. Policiais do Rio Grande do Sul estão sendo investigados por haver denúncia de estarem envolvidos em mais esse crime contra os trabalhadores.


Depois dessa denúncia outras vieram em seguida como em fazendas de Santa Catarina e Minas Gerais.


Como sempre as empresas que contratam as terceirizadas tentam se livrar da responsabilidade afirmando que não concordam com a situação imposta a essas centenas de trabalhadores, mas na realidade são as responsáveis diretas ao impor e ampliar a terceirização, que para os empresários significa aumento dos lucros às custas do desrespeito à saúde e à vida dos trabalhadores.


Mais exploração e opressão: o que aconteceu em Bento Gonçalves também escancara o ódio de classe que se expressa nos ataques xenófobos (que significa ódio e violência a quem vem de outras regiões) que vimos de um vereador de Caxias do Sul. Esse vereador, Sandro Fantinel/Patriotas, apoiador do ex-presidente Bolsonaro, defensor do agronegócio, chamou os trabalhadores vindos da Bahia que foram resgatados de sujos e vagabundos. A fala criminosa desse vereador é a demonstração do que significa os trabalhadores paras os patrões: seres humanos que devem ser tratados não como gente.


A esse vereador criminoso o mínimo que deve se exigir é a cassação de seu mandato e que responda criminalmente por sua fala.


Mas é preciso ir além: exigir responsabilização da empresa terceirizada que manteve os trabalhadores em situação degradante e responsabilizar as grandes vinícolas que seguem aumentando seus lucros às custas da precariedade do trabalho imposta pela terceirização.


Enquanto para as mercadorias do capitalismo não há fronteiras, para os seres humanos sim: na mesma semana em que trabalhadores do Nordeste são resgatados no Rio Grande do Sul da situação de trabalhado degradante e sofrem com ataques xenófobos, na Itália mais de 50 imigrantes morreram afogados no mar, entres as vítimas mais de dez crianças. Vinham do Afeganistão, Paquistão e Irã, como centenas de milhares buscavam melhores condições de vida e trabalho.


Há cada ano a imigração aumenta, são centenas de milhares de mulheres e homens trabalhadores e seus filhos que buscam se livrar das guerras, perseguições dos governos e da fome de seus países de origem, mas quando saem em busca disso sofrem outra agressão a sua dignidade humana; a política anti-imigração imposta pelos governos principalmente dos EUA e de vários países da Europa.


São centenas de crianças que se encontram hoje nos EUA apartadas de seus pais, em alojamentos que são verdadeiras prisões. A política de repressão a quem tentar entrar nesses países e tão grande que muitos buscam caminhos mais perigosos de ingressar nesses países e quando não são vítimas de acidentes como esse que aconteceu na Itália, morrem nas mãos dos atravessadores, antes conhecidos como coiotes.


Seja no Brasil e em qualquer outro país do mundo a cada dia o sistema capitalista não consegue mais esconder que sua manutenção se sustenta na exploração, opressão e violência contra a classe trabalhadora.



Zé Protesto

“Zé, a G4S e a Usiminas estão colocando a vida dos trabalhadores em risco. Cerca de 80% dos vigilantes não têm coletes a prova de balas e os trabalhadores que têm a função de controladores estão sendo obrigados a fazerem patrulhas também. E sem treinamento e proteção adequadas, ou seja, sem coletes.”

- Essa tal de G4S foi escolhida a dedo pela Usiminas, como as demais terceirizadas porque o critério da direção da usina é: quanto mais desrespeito contra o trabalhador, melhor. E como eu já disse isso só vai parar com a ampliação da luta de todos dentro da área. Do jeito que vai, logo, logo poderá ocorrer uma tragédia.

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“Zé, a Brasiltec não tem respeito nenhum pelo trabalhador: acúmulo de função, dobras de 4 horas, vestiários imundos e quando ficamos doentes a direção da empresa nos obriga a passar pelo médico indicado por ela, senão perdemos o dia de atestado. Os trabalhadores são ameaçados a todo momento pelos chefetes que dizem que se reclamar vai ter demissão.”

- Olha aí mais um exemplo do que é a desgraça da terceirização: piores condições de trabalho e desrespeito aos direitos. A direção dessa Brasiltec tem que tomar vergonha na cara e respeitar os atestados médicos, parar de ameaçar e garantir condições dignas de trabalho, mas só vai fazer isso quando a revolta se transformar em mobilização.

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