Nos dias 16 e 17 de agosto na assembleia realizada pelo Sindicato, a maioria dos trabalhadores na Usiminas decidiu ampliar o enfrentamento contra os ataques da direção da empresa.
Por grande maioria a proposta da empresa de pagar apenas 3,83% de reajuste salarial (somente as perdas medidas pelo INPC) e um Vale-Alimentação de somente R$400,00 foi rejeitada.
A decisão dos trabalhadores também é uma resposta ao assédio moral coletivo imposto pela direção da empresa que através de seu vice-presidente industrial e das chefias coagiu com ameaças de demissão pela aprovação de sua proposta.
A grande maioria deu resposta à altura ao assédio imposto pela Usiminas: a rejeição da proposta junto à mobilização que se amplia nos turnos é mais uma demonstração do avanço da mobilização contra o arrocho salarial e em defesa dos direitos.
VOTARAM PELA REJEIIÇÃO DA PROPOSTA DA USIMINAS: 626
Votaram pela aprovação: 317
E fez isso porque não tem como esconder que as placas não param de chegar, que há vários navios esperando para atracar e que os investimentos não param de crescer.
Na Escarfagem, no dia seguinte após a assembleia já tinha trabalhador sendo obrigado a dobrar para garantir a produção.
Tem até convocação de trabalhadores para trabalhar em dia de folga para garantir a produção das placas que não param de chegar, seja dos navios ou das plataformas. Corre na área que os trabalhadores que teriam férias em setembro e outubro provavelmente tenham as férias suspensas para dar conta da produção.
Vários trabalhadores não estão nem participando do DDS porque são mandados para a máquina para render direto, ou seja, mais uma prova que para a Usiminas a prioridade é a produção e não a segurança dos trabalhadores.
As bobinas também não param de sair, e tem navio pra chegar e ser carregado para expedição.
Até agora a Usiminas não marcou reunião, mas só marcar reunião não adianta, é hora de apresentar proposta de aumento nos salários, porque só aumentar o Vale-Alimentação não adianta, porque as contas que temos que pagar para além da comida que fica cada vez mais cara, aumenta muito mais do que os salários.
Só reajustar os salários pelas perdas medidas pelo INPC significa aumentar não o salário, mas sim o arrocho salarial.
Então fique atento e participe da mobilização organizada pelo Sindicato que vai se ampliar em todos os turnos
Até na alimentação a matemática da Usiminas é contra o trabalhador. A meia porção são 2 kibes e a inteira são apenas 3, sem contar a qualidade que é cada vez pior.
E o picadinho de carne servido? É bem rico, mas não em proteína, só tem tecido fibroso e gordura.
É muito desrespeito. No LTF o banheiro da oficina de cilindros fica trancado e assim os trabalhadores da manutenção preventiva precisam usar o banheiro do restaurante que é longe.
Vejam que a Usiminas desrespeita os trabalhadores em tudo, onde já se viu não garantir nem banheiro para os trabalhadores durante a jornada de trabalho?
Na Vix a coisa está feia em relação a segurança dos trabalhadores, exemplo disso é que daqui a pouco vai ter acidente envolvendo as carretas que transportam placas de até 70 toneladas do terminal portuário para os pátios.
A gerência quer que o percurso seja feito na metade do tempo por causa da fila de navios plaqueiros e bobineiros aguardando para atracação. A pressão da gerência é tamanha que chega ao ponto de mandar os supervisores lambe-botas vigiar os pátios e seguirem as carretas. Isso é mais uma forma de assédio.
Ser sindicalizado é um direito de todo trabalhador, quantos mais sindicalizados mais forte será a luta por melhores condições de trabalho, aumento salarial e proteção aos direitos.
O Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista enfrenta os ataques dos patrões e dos governos e está junto com a Intersindical organizando a luta por melhores condições de vida e trabalho, em defesa dos direitos, empregos e salários.
Então, se você ainda não é sócio procure um diretor na área da usina ou vá até a sede do Sindicato e faça a sua sindicalização.
A direção da Usiminas não está nem aí para os riscos que impõe na reativação da PR207 sem uma avaliação de fato responsável. A estrutura dos acessos apresenta perda significativa de sustentação.
No mínimo tem que ser feita uma avaliação estrutural seguida de recuperação que garanta a segurança dos trabalhadores, pois do jeito que está é uma situação de risco grave.
Nos dias mais quentes os trabalhadores que ficam dentro dos porões têm sofrido com o gás carbônico da empilhadeira com falta de ar, sufocamento, mal súbito . A situação é grave.
Tudo isso porque a direção da Usiminas se nega a colocar um sistema de ventilação forçada para melhorar a condição da área.
A direção da usina não garante nada para proteger a saúde dos trabalhadores, mas coloca câmeras na boca de cada porão para vigiar os trabalhadores. Isso é assédio e assédio é crime, como também é crime não garantir proteção à saúde e vida dos trabalhadores.
24 de agosto de 2023