A Usiminas até agora não marcou a próxima reunião para discutir a nossa pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2023, mas como já dissemos só marcar a reunião e vir com proposta rebaixada não adianta.
A proposta da Usiminas é tão rebaixada que até os engenheiros rejeitaram por grande maioria, mais um exemplo de que a proposta da Usiminas não é de reajuste, mas sim de mais arrocho salarial.
Mais de 80% dos engenheiros reprovaram a proposta da usina e entre esses, vários foram colocados pela direção da Usiminas para pressionar os trabalhadores antes da nossa assembleia para tentar impor a proposta rebaixada, ou seja, até quem teve que fazer o serviço sujo de assédio, agora também reprovou a proposta.
Enquanto foge de pagar o que deve a produção segue bombando: para reduzir a fila de navios e como não tem mais onde colocar as placas, a Usiminas trocou o plaqueiro de berço, interrompeu a descarga das placas e no lugar atracou um navio para exportar bobinas. Ou seja, a produção está bombando, os lucros aumentando e nada de aumento salarial pra valer.
É na luta que garantimos direitos: se até a próxima semana a direção da usina não apresentar proposta de reajuste salarial pra valer e aumento no Vale Alimentação, vamos intensificar os protestos na portaria e realizar assembleia para decidir sobre o estado de greve, pois é dessa forma, lutando, que garantimos as nossas reivindicações.
Os trabalhadores quando precisam se afastar do trabalho por motivo de saúde tentam ligar para o CSO para avisar do afastamento e marcar a entrega do atestado, mas ninguém atende o telefone e nem retornam quando o trabalhador deixa mensagem na caixa de mensagem.
Já foram feitas várias reclamações no setor as Relações Trabalhistas mas até agora nada de solução.
Ou seja, a empresa exige que o trabalhador comunique o afastamento, mas não coloca ninguém para atender. E também no CSO, como em todos os setores da usina, os/as trabalhadores/as sofrem com o acúmulo de funções.
Há muito tempo o Sindicato denuncia e cobra uma solução referente as madeiras que são enviadas junto com as placas vindas de Ipatinga (MG), mas até agora nada da Usiminas fazer o que deve.
As madeiras parecem dormentes de trilho de tão pesadas e podem provocar acidentes durante seu manuseio.
A gerência e a área de segurança já foram cobradas, mas até hoje nada de solução. O mais absurdo é que antes havia o mesmo problema com as madeiras vindas nas plataformas da Ternium, uma empresa fora do grupo Usiminas, e foi possível reduzir as dimensões dessas madeiras.
Mas com as placas que vêm da planta da Usiminas, em Ipatinga, até hoje a situação permanece a mesma: os trabalhadores sendo colocados em risco grave e constante.
Ser sindicalizado é um direito de todo trabalhador, quantos mais sindicalizados mais forte será a luta por melhores condições de trabalho, aumento salarial e proteção aos direitos.
O Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista enfrenta os ataques dos patrões e dos governos e está junto com a Intersindical organizando a luta por melhores condições de vida e trabalho, em defesa dos direitos, empregos e salários.
Então, se você ainda não é sócio procure um diretor na área da usina ou vá até a sede ou subsedes do Sindicato e faça a sua sindicalização. Sindicato forte, trabalhador forte!
No dia 12 de agosto, Eloah da Silva dos Santos, de 5 anos morreu baleada enquanto brincava no quarto de sua casa, na Ilha do Governador/RJ.
A bala que atingiu o peito de Eloah veio da polícia. Uma semana antes, no dia 07 de agosto mais uma bala perdida da Polícia, que de perdida nada tem, matou um garoto de 13 anos, Thiago Flausino na comunidade Cidade de Deus também no Rio de Janeiro.
Trabalhadores e seus filhos jovens e crianças seguem sendo assassinados e o alvo preferencial da bala atinge principalmente nossa classe pela sua cor.
No litoral sul de São Paulo, na cidade do Guarujá a ação promovida pelo braço armado do Estado, aterroriza a população trabalhadora, atingindo principalmente a juventude negra e os mais pobres.
São muitas as denúncias que chegaram à Ouvidoria da Polícia Militar e à Comissão de Direitos Humanos que relatam o terror que invadiu as comunidades da periferia do Guarujá, há relatos de tortura, o medo se espalhou entre mulheres e homens trabalhadores, crianças e idosos que temem sair de casa correndo o risco de serem assassinados.
Somando as mortes pela polícia da Bahia, sob o governo de Jerônimo Rodrigues (PT) e as mortes pela Polícia Militar de São Paulo sob o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) cria de Bolsonaro, que durante seu governo fez questão de mostrar o quanto é racista, machista e homofóbico, são mais de 40 mortes .
Maria Bernadete Pacífico, líder quilombola foi assassinada na noite do dia 17 de agosto. O crime é mais um exemplo do racismo num país em que a estrutura do Estado segue operando para manter a impunidade e banalizar a vida de mulheres e homens negros, que banaliza a vida dos que lutam.
Bernadete era uma liderança quilombola e teve o filho mais novo arrancado de seus braços, Flavio Gabriel Pacífico dos Santos de 36 anos também foi assassinado em 2017.
Seu filho também era uma liderança quilombola e o crime continua até hoje impune.
Bernadete foi executada na frente de seus netos, um deles filho de Flavio Gabriel, Bernadete já havia denunciado que tanto ela como outras lideranças quilombolas estavam sendo ameaçadas por grupos ligado à especulação imobiliária.
A Bahia há tempos é governada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o governo federal de Lula recriou o Ministério dos Direitos Humanos e criou o Ministério da Igualdade Racial, mas até agora nenhuma medida de fato foi feita no sentido de criminalizar e punir os crimes de racismo e os crimes que matam mulheres e homens que dedicam a vida à luta por direitos, terra, moradia.
É preciso combater tanto as ações dos governos de plantão nas cidades e estados que coloca a Polícia para matar como também exigir do governo federal de Lula/PT medidas concretas de combate ao racismo e a violência policial, pois até agora não apresentou nenhuma ação prática para punir os assassinos.
Para enfrentar a matança e a impunidade , a luta é do conjunto da classe trabalhadora
01 de setembro de 2023