O Metalúrgico #739

31 de outubro de 2023

Índice:

-A Campanha Salarial se concluiu, mas a luta contra o arrocho salarial, pela ampliação dos direitos e melhores condições de trabalho continua;
-NÃO TEM ESQUECIMENTO, EXIGIMOS PUNIÇÃO: SINDICATO SEGUE COM AS AÇÕES QUE DENUNCIAM O ASSÉDIO MORAL COLETIVO PRATICADO PELA USIMINAS;
-Condições de trabalho cada vez piores;
-A GREVE É INSTRUMENTO LEGÍTIMO DE DEFESA DA CLASSE TRABALHADORA;
-Zé Protesto;



A Campanha Salarial se concluiu, mas a luta contra o arrocho salarial, pela ampliação dos direitos e melhores condições de trabalho continua

Na assembleia realizada no dia 10 de outubro a maioria dos trabalhadores aprovou a proposta de reajuste salarial e no V.A., a aprovação da proposta não significa que os trabalhadores estão satisfeitos.


O resultado é consequência do aperto nas contas, também do assédio moral coletivo provocado pela direção da empresa.


Durante a votação constatamos também que quem votou pela rejeição da proposta rebaixada da Usiminas votou pelo estado de greve, ou seja, é mais uma demonstração da revolta contra tanto arrocho salarial e desrespeito feito pela direção da empresa.


A luta vai continuar e se ampliar


A manutenção de todos os direitos do Acordo Coletivo de Trabalho, a garantia do Vale-Alimentação no Acordo Coletivo e o congelamento nesse ano do reajuste do plano de saúde com a garantia que não haverá cobrança retroativa não são concessões da Usiminas, são fruto da mobilização organizada pelo Sindicato. E nossa luta continua para garantir melhores condições de trabalho, direitos e vamos firmes fortalecer a luta contra o arrocho salarial.


Em janeiro a direção da empresa através da Fundação São Francisco Xavier virá com uma facada em nossos salários com aumento no valor das mensalidades do plano de saúde e contra isso é preciso fortalecer a luta em todas as áreas.


VAMOS FIRMES E JUNTOS FORTALECER A LUTA POR NENHUM DIREITO A MENOS E PARA AVANÇAR NAS CONQUISTAS



NÃO TEM ESQUECIMENTO, EXIGIMOS PUNIÇÃO: SINDICATO SEGUE COM AS AÇÕES QUE DENUNCIAM O ASSÉDIO MORAL COLETIVO PRATICADO PELA USIMINAS

No dia 18 de outubro ocorreu a audiência no Ministério Público em São Paulo sobre a denúncia feita pelo Sindicato contra o assédio moral praticado pela Usiminas através de seu vice-presidente industrial, dos gerentes e supervisores.


Na audiência os representantes da Usiminas tentaram esconder a verdade, queriam o arquivamento da denúncia e insinuaram que era um exagero a ação que fizemos de denúncia.


Não só provamos que não era exagero, como relatamos a violência praticada pela Usiminas durante as reuniões e obrigando os trabalhadores a participar de grupos de whatsapp com o objetivo de tentar impor a proposta da empresa a qualquer custo.


O Sindicato disse NÃO para o arquivamento da denúncia, portanto o processo de investigação segue e encaminharemos ações judiciais exigindo punição para mais essa prática criminosa da Usiminas de assédio contra os trabalhadores.


A direção da Usiminas sabe que nós não vamos recuar e é por isso que começou a orientar os chefes para “pedir desculpa” para os trabalhadores, isso é hipocrisia, não adianta pedir desculpa e depois vir novamente tocar terror para impor as propostas rebaixadas da empresa. Não tem esquecimento, assédio moral é crime.



Condições de trabalho cada vez piores

Veja a situação no Porto: a gerência impõe um ritmo alucinante de trabalho, agora querem que a rendição seja feita no local de trabalho, as reuniões de DDS praticamente não existem, pois, a prioridade é produção e nenhuma preocupação com segurança.


Água está faltando a meses, o Porto é abastecido através de caminhões pipas e agora está faltando água até para os vasos sanitários. E os uniformes? No tempo de frio quem trabalha na manutenção tem que se virar porque a Usiminas não garante os devidos agasalhos.


E agora estão proibindo os trabalhadores de estar com seus aparelhos celulares, chegaram a demitir um trabalhador que foi pegar o celular que caiu no chão, é um desrespeito atrás do outro. Também estão querendo instalar câmeras dentro da Oficina com o objetivo de intimidar ainda mais os trabalhadores.


Fruto da pressão do Sindicato, trabalhador na Ormec tem tratamento de saúde garantido: a Ormec, uma das terceirizadas da Usiminas segue a receita de desrespeitar os trabalhadores em tudo. Veja o absurdo: a Ormec cancelou o plano de saúde de um trabalhador que trabalha na área do Porto e que estava em tratamento, o cancelamento agravou o adoecimento. Fruto da pressão do Sindicato a direção da empresa teve que recuar e dessa forma o trabalhador pode voltar ao seu tratamento.


Usiminas impondo gambiarra nos treinamentos: a direção da Usiminas para explorar ainda mais cada trabalhador a cada dia inventa mais uma gambiarra. Dessa vez está obrigando os técnicos de mecânica a fazer treinamento de coordenador de impedimento, o que eles não podem fazer porque não têm treinamento sobre a NR 10. Ou seja, isso é mais uma prática ilegal da Usiminas que ataca os direitos e expõe os trabalhadores a mais riscos. Se a Usiminas não parar com isso é mais um processo que vai levar.



A GREVE É INSTRUMENTO LEGÍTIMO DE DEFESA DA CLASSE TRABALHADORA

Solidariedade à luta dos metalúrgicos na GM contra as demissões


Os metalúrgicos na GM no estado de São Paulo nas fábricas instaladas nas cidades de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes iniciaram greve no dia 22 de outubro exigindo o cancelamento das demissões que a direção da empresa começou a fazer no final de semana anterior à greve.


Os trabalhadores, muitos deles com estabilidade entre eles vítimas de doenças e acidentes provocados pelo trabalho, trabalhadoras gestantes receberam telegrama com o aviso da demissão, só em São José dos Campos foram 800 demissões.


A General Motors empresa multinacional instalada no Brasil na década de 1950, é uma das maiores no ramo das montadoras e segue aumentando seus lucros às custas de mais exploração contra os trabalhadores. Só no segundo trimestre de 2023 o lucro líquido foi de US$2,57 bilhões (R$ 12,94 bilhões), um alta de 51,6% na comparação anual.


A GM há tempos tem imposto aos trabalhadores a piora das condições de trabalho e atacado direitos: foi assim com a diminuição do período de estabilidade dos trabalhadores adoecidos e com o lay-off em que, além de sofrerem com os contratos de trabalho suspensos, os trabalhadores também sofrem com a retirada de direitos.


As demissões que aconteceram agora são mais um exemplo que mecanismos como o lay-off são usados pelos patrões não para proteger empregos e sim seus interesses, ou seja, aumentar os lucros atacando os empregos, salários e direitos dos trabalhadores.


Da mesma forma que os trabalhadores nos EUA estão em greve nas montadoras instaladas no país entres elas a GM reivindicando aumento salarial e melhores condições de trabalho, aqui no Brasil é na força da greve, da luta e da solidariedade da classe trabalhadora que se pode enfrentar mais esse ataque da GM.


O Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista junto com a Intersindical se solidariza de forma firme à luta dos metalúrgicos na GM contra as demissões



Zé Protesto

“Zé, na USIMEC tem chefete que se acha dono da empresa, o lambe-botas para ficar de boa com a direção da empresa só entrega uniformes higienizados quando quer.”

- É um absurdo, o chefete coloca a saúde dos trabalhadores em risco para puxar o saco do patrão. Se toca pelego vai você trabalhar com o uniforme sujo.

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“Zé, estamos com problemas no fretado do turno da manhã que faz o trajeto da Vila Esperança/Vila Natal, temos que caminhar até a avenida principal e assim temos que sair mais cedo de casa e voltamos mais tarde.”

- Da mesma forma que o fretado entra na Vila Natal no turno da tarde, tem que fazer o mesmo no turno da manhã. É um absurdo ter que andar ainda mais antes e depois de uma jornada de trabalho massacrante.

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“Zé tem operadores de pontes e controladores na Ormec que agora têm mais uma função: estão sendo obrigados a lavar os banheiros.”

- É um desrespeito atrás do outro e isso só vai mudar com o fortalecimento da nossa luta, dos trabalhadores efetivos na Usiminas e nas contratadas.

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“Zé, estão servindo parece que carne de pombo no refeitório do LTQ 2, olha o tamanho do frango? Uma miséria.”


- É o que tô falado faz tempo, está mais do que na hora de virar esse bandejão exigindo comida boa, de qualidade e na quantidade necessária.

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