Um homem que agrediu a mulher não teve flagrante na Delegacia. Volta para a casa e acaba o serviço. Resultado, mais um feminicídio.
Este é mais um triste retrato do descaso com a vida das mulheres. A despeito de hoje em dia a mulher ter alcançado muitos direitos, a luta ainda continua, visto que ainda sofrem com o preconceito, a desvalorização, o desrespeito e principalmente a violência doméstica. O que se vê a cada ano que passa é o aumento das mortes.
É inaceitável que continuemos com a mortandade. E não são os feminicídios apenas que aumentam ou se mantém em graus elevados: subiu o número de ocorrências de ameaças, lesões corporais, estupros e ameaças.
Estudos apontam que a falta de políticas publicas preventivas como informação, inclusão do tema da violência de gênero nos currículos escolares, campanhas educativas, e de atendimento às mulheres – centros de referência, casas-abrigo, e outras levam a que situações de violência persistam e levem mulheres à morte.
Outro fato importante é a falta de respeito à vida das mulheres quando um agressor é solto para voltar e matar a mulher, foragir, sair impune, porque não se qualificou o crime como tentativa de feminicídio, e quando da morte, de feminicídio.
Até quando vamos ter que expor a triste constatação de que feminicídio é uma tragédia evitável, mas é ao mesmo tempo a prova da falha do estado na proteção da vida das mulheres?
A indignação é geral. Elas exigem justiça. E preciso começar a parar de comemorar quando “duas” mulheres deixam de morrer como se fosse mérito. É necessário que se trabalhe pra que nenhuma morra. Nenhuma mulher pode ser morta por ser mulher.
Em 2006, foi sancionada a Lei n.º 11.340, de 7 de agosto de 2006, conhecida popularmente como Lei Maria da Penha, que cria mecanismos de proteção à mulher contra a violência doméstica. O nome é uma homenagem à farmacêutica que sofreu violência do marido durante anos.
A lei é considerada um marco na história de luta das mulheres.