2020, um ano para não ser esquecido

14/12/20

Este ano foi daqueles que a gente vira a página pra nunca mais lembrar do que ocorreu


Fim de ano, tempo de fazermos um balanço do que foi bom e do que foi ruim. A poucos dias do início de 2021, o planejamento das lutas para enfrentar os ataques dos patrões em 2020 que, juntos com o governo Bolsonaro, impõem o aprofundamento da retirada de direitos dos trabalhadores, foi praticamente abortado devido a pandemia do novo coronavírus que atingiu o mundo, justamente no momento de preparação para o início das campanhas salariais da categoria.


A gente ouve muita gente dizer que “2020 não devia ter existido” ou “esse é um ano pra ser esquecido”, entre outras conclusões desanimadoras. Mas não, 2020 mostrou muita coisa importante para que possamos aprender. Esse ano escancarou o enorme abismo da desigualdade social à que a maioria do povo trabalhador está sujeita. Não é por causa da pandemia que o desemprego corre desenfreado e alcança números altos, muito menos a pobreza que assola o país, entre outros graves problemas.


A pandemia deixou clara a tragédia causada nos últimos anos pela retirada de direitos conquistados com muita luta pelos trabalhadores com a Terceirização e as Reformas Trabalhista (Governo Temer) e da Previdência (Governo Bolsonaro), tudo isso em nome da criação de vagas de emprego.


Hoje, o desemprego ultrapassa a casa dos 14 milhões de cidadãos, jogando muitos no trabalho intermitente que é quando você trabalha de acordo com a demanda da empresa, ou seja, tem trabalho você é chamado, não tem , fica em casa com um porém: sem ganhar nada. Tem aqueles que foram para a informalidade, ou seja, se vai pra casa fazer isolamento, não tem garantia nenhuma e não recebe salário resultando na total precarização da força de trabalho.


Ou seja, isso não é resultado da pandemia do Covid-19. As consequências nefastas do coronavírus são resultados irreparáveis da crise do capital que ataca os direitos trabalhistas e uma crise política sem precedentes.


Campanha Salarial


Nossa Campanha Salarial desse ano não foi fácil. Além da tradicional choradeira patronal de todo ano, teve patrão que se aproveitou da pandemia do novo coronavírus para protelar o reajuste salarial para os trabalhadores e trabalhadoras que têm data-base em abril, criando assim um impasse que persistiu por meses.


Foram diversas reuniões e assembleias e até o Estado de Greve foi aprovado até o desfecho com a aprovação da proposta no final de outubro.


Ao lado, um resumo da proposta aprovada.


1- Reajuste salarial: 3% (três) por cento, à ser aplicado a partir de 01/06/2020, sobre o salário de março de 2020;


2- Piso salarial: R$ 1.566,00, à ser aplicado a partir de 01 de junho de 2020;


3- Vale Refeição: R$ 27,50 (vinte e sete reais e cinquenta centavos), à ser aplicado a partir de 01 junho de 2020. As empresas que pagam valor superior ao estipulado, deverão aplicar o índice de 3%.


4- A diferença do retroativo, correspondente aos meses de junho, julho, agosto e setembro de 2020, deverá ser paga em 02(duas) vezes, sendo:

- A primeira parcela do retroativo deverá ser paga na folha de outubro de 2020 e a segunda deverá ser paga na folha de novembro de 2020.

- Para as empresas que já fecharam a folha de outubro de 2020, o pagamento da primeira parcela do retroativo deverá ser feito até 15 de novembro de 2020 ou juntamente com o adiantamento de novembro de 2020.


5- Participação nos Lucros e Resultados (PLR): R$ 500,00 (quinhentos reais), em 02(duas) parcelas, sendo paga a primeira parcela até 31 de dezembro de 2020 e a segunda parcela até 31 de março de 2021.


É na luta que garantimos direitos, e só na luta que vamos impedir que eles acabem!

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