Desde a posse, atos do Governo e do grupo de apoio na Câmara dos Deputados e Senado só prejudicaram os trabalhadores
Em Brasília, no dia 1ª de Outubro, o Senado Federal aprovou em primeira votação a desumana reforma da Previdência do governo Bolsonaro, que aumenta o tempo de contribuição e a idade para aposentadoria, além de diminuir os valores que serão pagos aos trabalhadores.
Além do aumento da idade, do tempo de contribuição e da diminuição dos valores das aposentadorias, a reforma ataca outros direitos da Previdência, como as pensões, as aposentadorias por invalidez e também a aposentadoria especial, pois aumenta o tempo de trabalho para os trabalhadores que são obrigados a trabalhar em situações de mais risco à saúde; ou seja, o governo e sua corja no Congresso Nacional quer obrigar os trabalhadores a trabalhar até morrer, ao mesmo tempo em que segue protegendo as empresas que não pagam o que devem à Previdência.
A proposta aprovada na Câmara dos deputados sofreu pouquíssimas alterações no Senado federal e nenhuma delas têm o objetivo de combater o calote à Previdência, de mais de R$500 bilhões, de grandes empresas do setor industrial, financeiro, do comércio e agronegócio.
O governo Bolsonaro e a maioria do deputados e senadores querem arrancar de quem quase nada tem e proteger os interesses privados dos capitalistas. Mesmo estando fora da reforma que está em votação, o projeto de capitalização da Previdência não saiu dos objetivos do governo que, além de querer privatizar tudo que pode se tornar mercadoria rentável para o Capital, também quer transformar a Previdência em fonte de lucro para os banqueiros.
O governo e Congresso que celebram o serviço sujo que fizeram contra os trabalhadores é formado por aqueles que, em sua grande maioria, ou já recebem gordas aposentadorias ou as receberão antes da aprovação final dessa reforma.
A votação em segundo turno no Senado está prevista para acontecer ainda em outubro e a única preocupação dos parlamentares é sua negociata em relação aos royalties do pré-sal; ou seja, se dispõem a levar para guilhotina os direitos dos trabalhadores desde que consigam levar para seus estados mais dinheiro vindo dos leilões do petróleo.
Mesmo não tendo conseguido abocanhar na reforma da Previdência o mísero abono salarial (o PIS) de quem recebe hoje até dois salários mínimos, o governo age para, junto com a reforma da Previdência, aprofundar a reforma trabalhista, o que vai significar mais arrocho salarial, menos direitos e mais demissões; ou seja, é aumento dos lucros para o Capital e mais miséria para os trabalhadores.
A reforma da Previdência, combinada com a reforma trabalhista, além de impedir que grande parte dos trabalhadores consiga um dia se aposentar, vai piorar ainda mais as condições de trabalho e manter o alto nível de desemprego.
Para enfrentar esse ataque brutal contra os trabalhadores é preciso fortalecer a luta nos locais de trabalho e nas ruas. Não é a pressão nos gabinetes da corja que está no governo e no Congresso Nacional que irá barrar o fim dos direitos e nem esperar pelas próximas eleições. É só a luta organizada do conjunto dos trabalhadores dos que estão empregados e desempregados, dos que trabalham nas empresas privadas e no funcionalismo público que pode conter a carnificina que o Capital e seus agentes no Estado tentam impor contra à classe trabalhadora.
No Porto, o pressão da chefia para carregar os navios é maior do que a preocupação com a segurança:
No dia 08, os trabalhadores na Usiminas e terceirizadas zero hora dobrando, e os funcionários do turno "B " foram obrigados a ir direto pra área no início da jornada sem tomar o café nem fazer o DDS, tudo isso para acelerar o carregamento do navio de bobina. Naquela gerência a segurança existe só no papel, porque no chão de fábrica é o maior desespero e pressão do gerente geral e algumas chefias para produzir, deixando de lado os procedimentos e colocando trabalhadores em risco.
É cada vez mais comum o excesso de passageiros nos ônibus fretados, o que tem causado transtorno aos trabalhadores a caminho da usina. A gerência do transporte mudou várias pessoas de ônibus, fazendo trabalhadores terem que andar quase 1 km para chegar ao ponto de embarque sendo que antes pegava uma outra linha próximos de suas casas.
Alguns falaram com o gerente do setor e a resposta é que “vai ser assim mesmo e pronto”. Além disso, quando o ônibus enche, os trabalhadores descem num ponto para aguardar o reserva e muitas vezes são largados lá, correndo risco. Ninguém sabe direito qual é o procedimento, se os trabalhadores devem aguardar dentro do ônibus da linha, se o ônibus da linha deve aguardar junto a chegada do reserva ou não quando os trabalhadores descem, ou seja, é um caos e quem acaba sendo prejudicado é o trabalhador.
Na manhã do dia 7 de outubro de 1963, cerca de seis mil trabalhadores em greve em frente à portaria da Usiminas, em Ipatinga (MG), aguardavam o término da reunião entre a diretoria da Usiminas, representantes da polícia, do sindicato sobre o ocorrido no dia anterior quando houve confronto entre os trabalhadores que protestavam contra as más condições de trabalho e a cavalaria da Polícia. Depois da reunião, ficou decidido que a Cavalaria da Polícia seria suspensa durante as investigações das agressões do dia anterior. Ao mesmo tempo, soldados armados insistiam em permanecer no local e intimidavam os revoltosos, que passaram a repreendê-los com pedras e xingamentos.
No momento em que um padre que intermediou as discussões e o presidente do sindicato, entravam em um carro para se encaminharem à multidão, 19 policiais no alto de um caminhão puseram-se a disparar contra os operários, resultando oficialmente em oito mortos (inclusive uma criança no colo de sua mãe) e 79 feridos.
Nos meses seguintes, os trabalhadores tiveram aumentos salariais, a substituição do quadro de vigilantes e a condenação dos soldados envolvidos em agressões e no massacre.
O Golpe de Estado no Brasil em 1964, no entanto, deu início a ditadura militar. Isso culminou na prisão de sindicalistas e líderes de movimentos trabalhistas locais e na absolvição dos policiais envolvidos.
“Zé, por que a Usiminas não libera mais catracas para os trabalhadores passarem na chegada à usina, qual é a dificuldade? Todo dia aquela fila enorme, todo mundo aglomerado, sendo que tem catraca disponível pronta pra operar.”
- Pois é companheiros, com certeza a diretoria executiva da usina e o gerente da segurança patrimonial não passam por ali na chegada dos turnos e do ADM, por isso pra eles a situação está muito boa assim. Para eles parece ser muito difícil arrumar algumas catracas... é lamentável, uma vergonha.
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“Zé, a Sapore está uma vergonha! No dia 07 serviram um bife que tinha quase o tamanho de uma moeda. Essa empresa olha para o limite do absurdo e fala: "Que pena, vou ultrapassar". O trabalhador fica na área de produção ralando, gastando energia e quando vai pro restaurante é surpreendido com essa mixaria de mistura, é muito desrespeito com quem verdadeiramente produz. Na cantina do LTQ2 com produtos vencendo, ai baixam os preços, não tem sorvete, olha para o cartaz só tem "X " a cantina do X, tremendo descaso.”
- Outra empresa que segue a cartilha da Usiminas, ou seja, primeiro a produção, segundo a produção e depois qualquer alimentação.
10 de outubro de 2019