O Metalúrgico #577

18 de outubro de 2019

Índice:

-Reforma Sindical: Bolsonaro ataca sindicatos de luta para continuar retirando direitos dos trabalhadores;
-Para os patrões, só benefício. Para os trabalhadores mais riscos de morte;
-Usiminas esconde o acidente e foge da responsabilidade;
-Processo das Horas Extras;
-Chefe que agrediu diretor do Sindicato é condenado à pagar indenização;
-Zé Protesto;



Reforma Sindical: Bolsonaro ataca sindicatos de luta para continuar retirando direitos dos trabalhadores

Para defender a livre organização dos trabalhadores e de seus direitos é preciso lutar


Em agosto passado, o presidente Bolsonaro reuniu um grupo de trabalho, com ministros e juízes, com o objetivo de debater o fim da unicidade sindical, ou seja, o fim da obrigatoriedade de existir apenas um sindicato por categoria profissional em uma mesma base territorial. Seu objetivo é avançar ainda mais contra direitos dos trabalhadores e atacar os sindicatos que lutam em defesa da classe trabalhadora piorando as jornadas de trabalho, exterminando direitos e arrochando mais ainda os salários.


A proposta do governo é criar sindicatos por empresa de acordo com os interesses patronais e impedir que os trabalhadores se organizem para lutar em defesa de seus direitos


A proposta que está sendo gestada pelo governo Bolsonaro vai na contramão da liberdade sindical. O que o governo quer com o fim da unicidade sindical é criar sindicatos por empresas para que sejam controlados pelos patrões e, junto a isso, quer ressuscitar sua Medida Provisória em que tentava passar por cima de um direito de organização básico dos trabalhadores, que é o de contribuir livremente através de suas mensalidades sindicais descontadas em folha de pagamento para o Sindicato que são filiados.


O governo, ao defender sindicatos por empresas, além de aumentar a fragmentação da representação sindical, quer é aumentar a repressão patronal para avançar no ataque aos direitos.


O que o governo quer é atacar os Sindicatos que estão em luta contra seu objetivo de exterminar direitos que vão piorar a condições de vida e trabalho do conjunto da classe trabalhadora, seja no aprofundamento da reforma trabalhista, seja com sua desumana reforma da previdência, com sua política de cortes na educação, saúde, assistência social, seja com seu programa de privatizações.


Só a união das categorias é que irá garantir a força necessária no combate aos ataques do governo Bolsonaro, sua corja no Congresso Nacional e dos patrões


Nós acreditamos e sempre defenderemos a organização dos trabalhadores nos sindicatos por ramo de atividade, seja na cidade, região ou estado, porque acreditamos que a união da categoria, seja qual for, é que irá determinar sua força nas lutas atuais e nas que estão por vir.


Por isso, é extremamente necessário, principalmente neste momento, lutar para manter essa nossa trincheira de luta e organização que é o Sindicato, que está na defesa dos direitos que estão sendo continuamente atacados por esse governo e seu grupo de apoio no Congresso Nacional e que já deixaram claro o seu objetivo: garantir mais lucros para os patrões às custas dos direitos, salários, empregos e da exploração de vidas da classe trabalhadora.


Participe do seu Sindicato, é um direito seu.


Defender os instrumentos de luta e organização, como os Sindicatos comprometidos na luta em defesa dos trabalhadores, é defender os direitos que estão sendo duramente atacados por esse governo que já mostrou que quer garantir mais lucros para os capitalistas às custas dos direitos, salários, empregos e vidas da classe trabalhadora.



Para os patrões, só benefício. Para os trabalhadores mais riscos de morte

Com o discurso de que “vai aliviar para as empresas e, assim vagas serão criadas” Bolsonaro anunciou recentemente uma série de mudanças em três normas reguladoras (NRs) de saúde e segurança do trabalho, entre elas a NR 1 em que as micro e pequenas empresas não serão mais obrigadas a desenvolverem programas de prevenção de riscos para os trabalhadores, como ambientais, controle médico e de saúde ocupacional, relacionados à atividades que envolvam riscos químicos, biológicos ou físicos.


A NR 2, já revogada, exigia uma inspeção de fiscal do trabalho antes da abertura de um estabelecimento. Para o governo, a revogação diminui a burocracia e reduz a intervenção estatal na iniciativa privada. Ainda foi alterada a NR 12, que trata de medidas de proteção para garantir a integridade física dos trabalhadores e a prevenção de acidentes no uso de máquinas e equipamentos. Assim, fica claro mais um ataque aos direitos dos trabalhadores feito por Bolsonaro e seu governo, afetando também a segurança das pessoas e garantindo ao Brasil mais um salto na histórica posição de país com elevada estatística de acidentes de trabalho.



Usiminas esconde o acidente e foge da responsabilidade

No início do mês, aconteceu um acidente no Blanks com uma funcionária da Usimec depois que registrou o ponto na saída. Só que, além de não ser divulgado, algumas chefias nos bastidores disseram que a Usiminas alegou que o problema não é da sua responsabilidade. Então a responsabilidade é de quem? da Usimec, de Ipatinga? da funcionária? do “Papa”?



Processo das Horas Extras

A Usiminas se manifestou indicando concordância em parte dos cálculos, apesar das impugnações. O processo está no Departamento Jurídico do Sindicato e, por ter mais de 400 mil páginas, está sendo analisado. O Sindicato estará acionando a Justiça para contestar as impugnações da empresa (nomes que não constam na lista ou com tempo divergente ao período que trabalhou no turno). Assim que tivermos algum resultado, estaremos convocando uma assembleia para tratar do assunto.



Chefe que agrediu diretor do Sindicato é condenado à pagar indenização

Na campanha salarial de 2018, um chefete querendo entrar logo na empresa, se exaltou e agrediu com um empurrão um diretor do Sindicato levando-o ao chão. Em conjunto com a diretoria do Sindicato, o diretor realizava uma manifestação em frente a portaria 2 da Usiminas com o objetivo de informar os trabalhadores da Campanha Salarial de 2018.


Depois de acionar judicialmente, na semana passada teve audiência e o chefete foi condenado à pagar indenização para o diretor. Com certeza, esse chefete e outros vão pensar duas vezes antes de agredir um diretor do Sindicato.


Perguntar não ofende: “E agora, será que a Usiminas vai pagar a indenização?”



Zé Protesto

“Zé, o que está acontecendo na linha AC1 do 15h? Todo dia é a mesma coisa com no mínimo 15 pessoas em pé. Tem gente que é obrigada a andar 05 km em pé até chegar o reserva.”

- Olha companheiro, tomara que não aconteça um acidente nesse espaço de tempo, porque senão a coisa vai ser feia. Agora, quem será que vai se responsabilizar?

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“Zé, na Amoi o trabalhador não tem direito de escolher suas férias, a não ser que venda. Aí sim, pode escolher. E pra ajudar, até agora não montaram a comissão da PLR.”

- Quando se discute direitos dos trabalhadores, essa é uma daquelas empresas que não tem o hábito de respeitá-los.

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“Zé, a vistoria voltou na Amoi, é muita humilhação.”

- Infelizmente à prática continua. Hoje os trabalhadores foram abordados na portaria 2 por controladores de acesso revistando as bolsas na entrada. Essa prática, se tiver que ser feita, deve utilizar vigilantes da Usiminas e não controladores de acesso.

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“Zé, depois da denúncia do Sindicato, foi efetuada a limpeza no ar-condicionado na Sala1 do CDH.”

- É companheiro, trabalhador só consegue alguma coisa é na pressão.

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