O Metalúrgico #579

01 de novembro de 2019

Índice:

-Na Usiminas, depois do chororô da campanha salarial, agora vem o da PLR;
-Governo Bolsonaro e Congresso Nacional consolidam a desumana Reforma da Previdência;
-Na VIX, mais pressão e punições contra os trabalhadores;
-Na Ormec se trabalha mais para receber menos;
-Sapore não tem tempero pra refeição, mas tem bolo de festa pra Usiminas;
-Zé Protesto;



Na Usiminas, depois do chororô da campanha salarial, agora vem o da PLR

A Usiminas divulgou no dia 25/10, os lucros do 3º semestre. As vendas na siderurgia ficaram no mesmo nível de 1 milhão de toneladas de aço. Na mineração, as vendas aumentaram quase 40%, chegando a 2,5 milhões de toneladas de minério. O Ebitda que é o lucro antes de juros, impostos e amortizações, foi de 441 milhões. O lucro líquido não foi como os acionistas queriam por causa de uma “variação cambial negativa”, ou seja, mudanças que tiveram no dólar, e os investimento feitos no período foi de R$ 140 milhões.


No dia da divulgação, o presidente da empresa fez uma videoconferência e um dos primeiros participantes a dar os parabéns pra Usiminas foi o diretor financeiro da Fundação São Francisco Xavier, isso só mostra o que o Sindicato já vem falando, que a Fundação é um braço da Usiminas na área da saúde para conseguir aumentar ainda mais seus lucros.


Apesar do lucro bruto estar dentro dos níveis que os acionistas querem de cerca de 500 milhões (e eles querem sempre sugar mais dos trabalhadores), a choradeira da crise que nunca passa começa de novo. Mais vez, quando se aproxima de momentos importantes para os trabalhadores como o pagamento da PLR, a Usiminas vem com seus números para tentar dar calote e pagar o menos possível.


Não tem fórmula mágica: pra manter os direitos e exigir o pagamento de uma PLR digna, o único caminho é a nossa mobilização. Acompanhe os informativos e participe das ações chamadas pelo sindicato.



Governo Bolsonaro e Congresso Nacional consolidam a desumana Reforma da Previdência

Trabalhar mais, receber menos. Com a imposição de idade mínima de 62 para mulheres e 65 para os homens, a grande maioria dos trabalhadores que hoje estão bem perto de se aposentar pela regra atual, a partir da promulgação dessa desumana reforma terão que trabalhar no mínimo mais uma década. Junto a isso o valor das aposentadorias vai despencar, porque também muda a forma de cálculo. Se hoje se exclui as contribuições menores pagas à Previdência, a partir da execução da reforma, o valor da aposentadoria passa ser a média de todas as contribuições, ou seja, é trabalhar mais e receber menos.


Mais risco a saúde e a vida dos trabalhadores. A reforma expõe ainda mais a saúde e a vida dos trabalhadores que são obrigados a trabalhar em situação de risco, pois aumenta a idade e o tempo de exposição à agentes nocivos para se conseguir a devida aposentadoria especial.


Ataque ao conjunto dos trabalhadores, nas empresas privadas e no serviço público. Junto a aprovação da reforma que ataca os trabalhadores nas empresas privadas e o funcionalismo público federal, o Congresso Nacional se dedica agora a colocar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que vai tratar da reforma da Previdência dos servidores públicos nos municípios e estados. E se engana quem acha que a PEC vai combater privilégios que estão na estrutura do Estado; a reforma vai atacar quem recebe muito menos que os parlamentares e a corja do governo, ou seja vai atacar quem atende diretamente a população trabalhadora. Não há nenhuma medida na reforma que combata a sonegação das empresas à Previdência; se hoje indústrias, bancos, grandes comércios, agronegócio, autarquias já devem mais de R$ 500 bilhões, o calote só vai aumentar, pois além de não criarem mecanismos de fiscalização e combate ao calote, o governo Bolsonaro quer é perdoar dívidas de grandes empresários.


Não adianta lamentar, é preciso se fortalecer na luta, como nossos irmãos de classe estão corajosamente fazendo em vários lugares da América Latina. No Chile trabalhadores fazem greve geral, estudantes ocupam a ruas numa intensa luta contra as consequências da reforma da Previdência feita durante a ditadura de Pinochet. Lutam contra as consequências das privatizações na saúde e na educação. Iniciamos o ano construindo a unidade de ação com Centrais e Organizações Sindicais, movimentos estudantil e popular contra a reforma da Previdência, os cortes na Educação e os demais ataques do governo Bolsonaro. Importantes manifestações aconteceram no primeiro semestre. Em maio centenas de milhares ocuparam as ruas, mas é preciso muito mais. A maioria das Centrais sindicais que, antes desse governo, foram subservientes aos governos do PT e por mais de duas décadas aceitaram vários ataques que estão hoje na reforma trabalhista, foram até o meio do caminho da mobilização e no segundo semestre se limitaram a tentar fazer pressão no Congresso Nacional, visitando gabinetes e protestando nos aeroportos.


A única pressão capaz de fazer esse governo e sua corja na Câmara e no Senado pararem de atacar nossos direitos é parando o país. Se lamentar e dizer que não adianta mais só vai piorar, pois o governo quer aprofundar a reforma trabalhista e não desistiu de seu sonho de entregar a Previdência para os banqueiros através do projeto de capitalização.


É hora de organizar o que já está em atraso, é hora de se erguer contra tanta miséria, desemprego e ataque aos direitos, é hora de construir a necessária e legítima greve geral.



Na VIX, mais pressão e punições contra os trabalhadores

A VIX continua obrigando os trabalhadores a fazerem hora extra seja antecipando ou estendendo a jornada e, quando acontece um acidente, ela pune o trabalhador. Recentemente, um companheiro que entrou antecipado na madrugada acabou esbarrando o trator num guarda-corpo e por esse motivo foi demitido.


Ou seja, a empresa coloca o trabalhador numa condição de risco com uma jornada extensa e exaustiva e quando algo dá errado, demite o pai de família.


Na segunda, outro companheiro foi demitido com a alegação de que o mesmo não estava numa ilha de segurança. Essa é política de punição que a Vix e Usiminas praticam.



Na Ormec se trabalha mais para receber menos

A Ormec está demitindo e recontratando trabalhadores com salários bem abaixo. Ajudante que ganhava na faixa de R$ 1.300,00 está deixando seu couro no porto por míseros R$1.050,00, tendo que limpar o terminal, estivar carga, arrastar correntes pesadas tudo isso debaixo de sol ou chuva. Além disso, a falta de banheiros nos locais de trabalho e um péssimo vestiário (apertado, sujo e inseguro) e também a falta de bebedouros. Na área operacional tem máquinas(guindastes) há mais de 12 anos paradas/abandonadas, e aos poucos caindo.


Do lado da Usiminas existem os mesmos problemas e a falta de EPI para os trabalhadores, inclusive tem funcionário novo que nunca pegou um uniforme.



Sapore não tem tempero pra refeição, mas tem bolo de festa pra Usiminas

A Sapore está de brincadeira. Não basta as dificuldades que os trabalhadores enfrentam para fazer uma simples refeição, quando por vezes falta até comida, no dia 25, quando foi servida a refeição no restaurante do LTQ2, trabalhadores notaram a falta de azeite para temperar a salada. Ao questionarem a falta do produto, foram informados que não havia em estoque.


Ao mesmo tempo que não fornece uma refeição digna para quem produz a riqueza da empresa, a Sapore faz média com bolinho, refrigerante e balões personalizados no dia do aniversário da Usiminas.



Zé Protesto

“Zé, na Amoi tem um coordenador que proibiu o café. Na semana passada, um trabalhador deu mal jeito na coluna e foi proibido de ir no CSO impedindo de abrir o CAT.”

- O trabalhador que se acidenta não pode aceitar esse tipo de atitude da chefia, tem que reclamar, é um direito. E quem proibiu será que vai assumir a responsabilidade? Será que coordenador suspendeu o café dele?

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“Oi Zé, aqui na Enesa, a gente bate o cartão 6h35 da manhã e depois às 16h36 para ir embora. Só que na semana que antecede ao feriado no sábado, a gente já tá pagando 4 horas para não vir no sábado. Aí a pergunta é: na semana que antecede o feriado digamos, dia 2 é feriado e é no sábado esta semana, eu teria que sair 45 minutos mais cedo ou então receber 4 horas extras que eu já pago durante a semana coisas que não tá acontecendo na empresa e eu já conversei com a empresa e ele fez vista grossa teria como você nos ajudar nessa parte.”

- Companheiro, não existe compensação semanal quando o feriado é no sábado. Se você já compensou, tem direito à receber horas extras. Está na lei. Vamos cobrar as relações trabalhistas da Usiminas sobre isso.

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