O Metalúrgico #585

13 de dezembro de 2019

Índice:

-Avançar na organização para ampliar a luta contra os ataques dos patrões e do governo Bolsonaro;
-Covardia de Bolsonaro e Guedes não têm limites;
-As facadas do Plano de Saúde;
-O massacre da polícia de Dória;
-Zé Protesto;



Avançar na organização para ampliar a luta contra os ataques dos patrões e do governo Bolsonaro

Nos dias 07 e 08 de dezembro aconteceu a Plenária Nacional da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora. Trabalhadores das mais diversas categorias como metalúrgicos, sapateiros, têxteis, químicos, professores, bancários, radialistas, trabalhadores do Estado e de todas as regiões do país, se reuniram num momento onde é preciso avançar em nossa organização e luta para enfrentar os ataques dos patrões, que juntos com Bolsonaro impõe o aprofundamento da retirada de direitos.


Vindos das intensas batalhas, da luta de resistência contra a retiradas de direitos nas Campanhas Salariais nos setores privados e na luta dos trabalhadores do Estado contra o sucateamento do serviço público, do ataque à Previdência, nos reunimos para, mais do que avaliar o momento atual, aprofundar nossa organização. Organização que passa por aprofundar o trabalho de base, em cada local de trabalho e também construir ações nos locais de moradia, que revelem os ataques impostos pelas várias medidas e reformas do governo Bolsonaro que, para servir aos interesses dos patrões, pretende aprofundar a reforma trabalhista, sucatear o serviço público, e ampliar a repressão contra os trabalhadores e suas Organizações.


A Plenária foi momento de encontro, de avaliação e de concentração nas tarefas centrais para avançarmos em nossa organização e luta. Para além da unidade de ação com as demais Organizações, como as centrais sindicais e movimentos populares que estejam de fato dispostas a se somar numa agenda de luta contra os ataques do governo Bolsonaro, é no avanço de nossa organização nos locais de trabalho, retomando também ações nos bairros que avançaremos da indignação que cada vez mais cresce na classe trabalhadora, para a necessária mobilização rumo a GREVE GERAL!


PARA CONTRIBUIR NO AVANÇO DA ORGANIZAÇÃO E LUTA DA CLASSE TRABALHADORA, PARA ENFRENTAR O CAPITAL E SEUS CAPACHOS NO ESTADO FIRME, AQUI ESTÁ A INTERSINDICAL!



Covardia de Bolsonaro e Guedes não têm limites

Governo quer acabar com principal meio de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho


Depois de atacar direitos da classe trabalhadora aprofundando ainda mais a Reforma Trabalhista de Temer(MDB) imposta em 2017 e ter investido bilhões de reais no “convencimento” de deputados e senadores, em Brasília(DF), para ter aprovada a Reforma da Previdência, que vai fazer os trabalhadores não se aposentarem, ou seja, irão trabalhar até morrer, o presidente Bolsonaro (sem partido), e seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, apresentaram projeto de lei (PL 6159/19), que tem como um dos objetivos acabar com as políticas de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Conforme o texto do PL, as empresas podem substituir a contratação pelo pagamento de um valor correspondente a dois salários mínimos mensais.


A proposta estabelece várias condições também para o direito a concessão do auxílio-inclusão que, caso aprovada, vão impedir o acesso ao benefício, frustando os objetivos da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13146/15), que incentiva pessoas com deficiência moderada ou grave e que recebem o Benefício da Prestação Continuada (BPC), a querer voltar ou se inserir no mercado.


A proposta que atinge cerca de 440 mil trabalhadores com deficiência no país, desobriga as empresas de cumprir a cota para trabalhador com deficiência, afrontando inclusive o acordo assinado pelo Brasil com a Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência e indo na contramão do que vem sendo adotado no mundo inteiro. Além disso, a proposta tira o foco da ação afirmativa e importante para a reserva de vagas. Estão sujeitas às regras empresas que têm cem ou mais trabalhadores.


O Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista repudia mais essa proposta absurda que afronta os direitos e garantias de milhares de cidadãos com deficiência ou capacidade reduzida.



As facadas do Plano de Saúde

A Usiminas e a Fundação São Francisco Xavier (FSFX) continuam prejudicando os trabalhadores com o desconto de despesas médicas acumuladas. O problema permanece e os trabalhadores sofrem: o plano acumula despesas de três meses ou mais e desconta de uma vez só no pagamento, isso sem contar a mensalidade.


“Por que o plano não desconta somente aquilo que foi usado durante um mês? Por que não limita também o desconto num mesmo mês a 10% do salário como era feito antes na FEMCO? “Simples, porque a Usiminas e a Fundação não estão preocupados se os trabalha-dores vão ter dinheiro ou não pra fazer as compras no fim do mês e só querem lucrar em cima da saúde dos mesmos.



O massacre da polícia de Dória

Nove jovens entre 14 e 23 anos de idade morreram pisoteados enquanto outras dezenas ficaram feridas na madrugada do dia 1º de dezembro, depois da ação da PM em um baile funk no bairro da comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.


De acordo com a PM foi realizada uma ação de controle de “distúrbios civis” e foram utilizadas “munições químicas”. Ação idêntica ocorreu no mesmo dia também no bairro de Heliópolis e resultou na morte de outra pessoa.


Apesar da PM alegar que estava numa perseguição a um motociclista, imagens captadas e reproduzidas nas redes sociais por moradores mostram uma emboscada da PM forçando com cassetetes, bombas de gás e muita porrada centenas de jovens num beco muito estreito que provocou muita correria e, consequente, o massacre dos jovens, além dos feridos.


Os abusos da Polícia Militar se tornaram uma prática mais comum ainda no governo João Dória (PSDB) que, a partir das declarações e propostas para a segurança, inclusive com o apoio à proposta de Bolsonaro para o excludente de ilicitude, mais conhecido popularmente como licença para matar.


Não estamos discutindo aqui o combate ao crime organizado, a polícia continua agredindo e matando a população da periferia, ou seja, pobres em sua maioria negros, enquanto que ação idêntica não é vista em festas da classe social dominante muitas vezes regada a muitas drogas e promiscuidade.


Nós, trabalhadores, somos testemunhas do excesso de violência quando nos manifestamos. É o Estado à serviço dos poderosos. Por vezes, fomos agredidos, detidos apenas pelo fato de lutar por nossos direitos.


Esses jovens eram filhos de trabalhadores que buscavam um pouco de alegria mesmo enfrentando a falta de acesso aos serviços públicos, mas encontraram a mão armada dos órgãos de repressão do Estado.



Zé Protesto

“Zé, na Sapore o drama com a mistura continua. Tem uma ordem antiga que é de “tremer” a concha pra cair o “excesso” de mistura na hora de servir para os trabalhadores, isso é um absurdo!!”

- A Sapore e a Usiminas não têm vergonha mesmo. Negar mistura pra quem produz o lucro delas é uma verdadeira falta de respeito.“

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“Olá Zé, na Amoi tem um chefete que proíbe o trabalhador de ir a pé pro canteiro, mas não tem condução. Quando tem hora extra até as 19 hs, os trabalhadores tem que ir a pé da área até o canteiro e de lá até a portaria, sem falar o risco de acidente que os trabalhadores correm a tarde com os ônibus lotados e gente pendurada nas portas. Cadê a segurança da Usiminas?”

- Segurança na Usiminas só na teoria porque na prática, é só balela.

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“Zé, estou muito “comovido”. O chefinho deu parabéns para os trabalhadores do LTQ porque o setor está a milhão, produzindo 100%. Mas, cadê as nossas horas extras?”

- A gente só vai ter como garantir direitos a hora que correr atras.

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“Ze, no restaurante do LTQ as lâmpadas estão sem a proteção adequada. Cadê segurança?


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