O Metalúrgico #587

17 de janeiro de 2020

Índice:

-PLR: objetivo da Usiminas é sugar cada vez mais dos trabalhadores e não pagar o que deve;
-Usiminas tentou pegar carona na discussão da taxação do aço para chorar de barriga cheia;
-Usiminas inventa moda e desrespeita o Acordo Coletivo;
-Descaso no transporte no fim de semana;
-Calote do acerto de contas, é isso que a Usiminas começou a fazer na hora da homologação;
-Atenção!;
-Zé Protesto;



PLR: objetivo da Usiminas é sugar cada vez mais dos trabalhadores e não pagar o que deve

Cheiro de calote no ar


Os dados divulgados pela Usiminas no final do ano passado sobre a PLR, novamente mostram que as regras criadas por ela mesma só tem um objetivo: exigir de cada um e de todos nós mais sacrifícios e mais desgaste no trabalho.


Veja que as metas de produção já estão no limite da superação, ou seja, o que gera lucro para acionistas já foi alcançado e para fugir de pagar o que deve, a direção da empresa inventa vários outros índices e ainda tenta se apropriar da sabedoria de cada trabalhador para diminuir seus custos. É isso que ela pede no final do seu informativo, que todos contribuam com ideias que promovam a redução de custos nas áreas.


Os índices que medem produção e qualidade estão praticamente para além das metas impostas pela Usiminas, mas novamente a direção da empresa vai se utilizar das regras criadas por ela e enfiada goela abaixo para não pagar o que deve aos trabalhadores.


Nas regras impostas pela direção da Usiminas para o pagamento da PLR, os gerentes e superintendentes recebem muito mais enquanto vivem atormentando os trabalhadores que geram o lucro da empresa e recebem uma merreca de PLR, já que ela é proporcional ao salário.


A comissão da PLR imposta pela empresa não tem autonomia nenhuma, não é lá que se define como e quanto será pago de PLR. Essa comissão foi inventada para assinar embaixo de tudo aquilo que os acionistas da usina querem.


Para garantir uma PLR linear, ou seja, igual para todos e para enfrentar as metas impostas pela Usiminas, o único caminho é a nossa união e luta. É só assim quer vamos impedir o calote na PLR e, mais do que isso, é assim que vamos exigir o devido pagamento das perdas salariais e aumento salarial pra valer.



Usiminas tentou pegar carona na discussão da taxação do aço para chorar de barriga cheia

No final de 2019, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a taxação do aço e alumínio do Brasil e Argentina e o fiel escudeiro dos EUA no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), se achando muito amigo do presidente norte-americano, achou que só um telefonema bastava para falar sobre a questão. Porém, o mais importante nisso tudo, é que os empresários da indústria do aço no Brasil, como a Usiminas se aproveitam disso para chorar de barriga cheia, tanto a Usiminas como outras siderúrgicas no país se aproveitam das medidas do governo norte-americano para tentar esconder seus lucros que não param de crescer.


Então não se engane: os patrões seguem com os lucros subindo, enquanto os trabalhadores sofrem com arrocho salarial e com condições de trabalho cada vez piores. E para enfrentar isso não tem outro caminho que não seja a nossa luta contra os ataques dos patrões e de seus governos.


Para enfrentar a barbárie provocada pelo governo e patrões, não adianta só torcer e esperar que 2020 seja melhor, é preciso lutar em defesa dos direitos e da vida.



Usiminas inventa moda e desrespeita o Acordo Coletivo

A Usiminas divulgou recentemente um tal “horário flexível” onde diz que os trabalhadores só tem direito a 05 minutos de atraso. Porém, na cláusula 14 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), está definido que a tolerância diária de atraso é de 15 minutos, podendo chegar até 60 minutos durante o mês.


Mais uma vez a empresa tenta “roubar” parte da jornada dos trabalhadores e faz isso por baixo dos panos, não consulta ninguém, somente tenta impor sua vontade. Pra piorar ainda tem chefete que fica ameaçando trabalhador, dizendo que se não bater o ponto dentro do horário determinado será punido.


O Sindicato enviou ofício na segunda-feira (13), solicitando esclarecimentos por parte da empresa sobre esse tal de “horário flexível” e exigir o cumprimento do Acordo Coletivo. A Usiminas informou que irá agendar uma reunião com o objetivo de elucidar o assunto.



Descaso no transporte no fim de semana

Nos finais de semana os ônibus circulares passam a cada uma hora e, além disso, nenhum vai até a portaria.


Nos dias de chuva ou de muito calor os trabalhadores na escarfagem são prejudicados, pois tem que ir andando para o restaurante porque o horário que podem ir almoçar não bate com o que o ônibus passa. O último ônibus do restaurante para a área passa antes das 14h, ou seja, ainda tem muitos trabalhadores almoçando nesse horário.



Calote do acerto de contas, é isso que a Usiminas começou a fazer na hora da homologação

Nos últimos anos o Sindicato vem denunciando os ataques do governo e dos patrões que retiram direitos dos trabalhadores. As mudanças trabalhistas iniciadas no governo Temer e as medidas do governo Bolsonaro acentuaram a precariedade no mundo do trabalho.


Nesta semana, recebemos denúncia de um trabalhador demitido na Usiminas em setembro, foi até o Sindicato para obter informação sobre homologação, já que o trabalhador tinha um saldo de cerca de R$ 16.000,00 de verbas rescisórias para receber, porém na sua rescisão não caiu dinheiro algum. A homologação foi feita na usina, sem a presença do Sindicato e a empresa fez o que quis.


Esse é só um triste exemplo de que retirar a homologação de dentro do Sindicato, deixa o trabalhador desprotegido na hora de acertar a contas.


Converse com seus amigos que foram demitidos e diga para procurar o Sindicato imediatamente. Além de encaminhar as devidas ações judiciais exigindo que a Usiminas pague o que deve aos trabalhadores, vamos fortalecer a nossa luta contra a retirada de direitos.



Atenção!

No dia 13/02/2020 (quinta-feira), será realizada reunião de caráter informativo sobre o Processo das Horas em dois horários: às 10h e às 18h.


Local: Av. Ana Costa, 55 - Vila Mathias, em Santos.


Participe!

Local: Av. Ana Costa, 55 - Vila Mathias - Santos - - Brasil
Data: 13/02/20



Zé Protesto

“Zé, no turno das 7h às 15h, o ônibus GR1 todos os dias está lotado, temos que viajar 2km em pé e depois passar pro GR2, sendo que ele passa no nosso ponto e não para pra pegar o pessoal há dois meses e ninguém resolve.”

- É engraçado, quando é pra pressionar trabalhador as chefias estão de prontidão, agora pra resolver problemas é uma incompetência só!


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“Zé, a avenida da coqueria está fechada há mais de um mês. Quem sofre com isso é o trabalhador que tem que bater o ponto e andar 500 metros para pegar o ônibus.”

- Enquanto o trabalhador ficar apenas olhando as placas não vai ter solução. Tem que ir pra cima e exigir seus direitos.


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