O Metalúrgico #605

17 de setembro de 2020

Índice:

-Usiminas foge de pagar o que deve aos trabalhadores e mente;
-Não se engane: a coisa está feia é para o trabalhador. O patrão está numa boa;
-Situação do refeitório e vestiários é cada vez pior;
-Cada dia mais crueldade: governo corta auxílio emergencial pela metade;
-Bolsonaro segue tentando acabar de vez com direitos dos trabalhadores;
-Zé Protesto;



Usiminas foge de pagar o que deve aos trabalhadores e mente

É só na luta que vamos garantir os empregos, salários e direitos


Até agora a empresa se recusa a pagar as perdas acumuladas e o reajuste salarial. Além disso, teve a cara de pau de mentir para os trabalhadores no tal informativo “ Fala aí’ que deveria se chamar “Mentimos aqui”. No informativo a direção da usina diz que está em negociação com o Sindicato sobre a pauta de reivindicação e que entre os pontos, está a discussão do retorno de férias.


Mentira deslavada, pois o retorno de férias já está garantido na renovação do Acordo Coletivo que vai até 2021. Nesse ano a discussão é somente sobre as cláusulas econômicas, ou seja, o reajuste salarial que o patrão deve e se recusa pagar.


Enquanto segue com suas mentiras, comemora que foi capa do mês da “Revista Isto É Dinheiro”. Lá o presidente da Usiminas novamente afirmou que demitiram para aumentar sua produtividade, o que significa colocar no olho da rua centenas de trabalhadores e obrigar a quem ficou a fazer o trabalho de mais de 5.


Na matéria os dados só confirmam o que Sindicato já tinha denunciado: a Usiminas como tantas outras grandes empresas se aproveitaram da tragédia da pandemia para demitir em massa, arrochar salários e passar por cima de direitos.


Veja alguns dados:


- A receita com as exportações aumentou de R$591 milhões referente ao período de abril a junto de 2019 para R$ 897 milhões no mesmo período de 2020.


- O valor das ações da Usiminas também aumentou: o aumento no valor das ações foi de 180% nos últimos cinco meses.


- A projeção de vendas registrada na matéria diz que a Usiminas deve saltar de 608 mil toneladas vendidas no segundo trimestre, para 905 mil toneladas no terceiro trimestre desse ano.


- Placas não param de chegar: tem um navio da Pecém com 35 mil toneladas sendo descarregado no Porto, além das placas que chegam pela malha ferroviária. A meta de produção no LTQ 2 é de 127 mil toneladas.



Não se engane: a coisa está feia é para o trabalhador. O patrão está numa boa

Enquanto a direção da Usiminas e seus acionistas comemoram seus lucros, os trabalhadores sofrem com a demissão e o arrocho salarial. O salário que há tempo não tem o devido aumento, agora não dá conta nem de colocar a comida na mesa direito.


Arroz a quase R$40,00, feijão a quase de R$10,00, gás de cozinha a R$80,00, carne cada vez mais cara. E o plano de saúde? Se depender da Usiminas vai ser mais uma facada no salário do trabalhador.


E a direção da empresa ainda tem a cara de pau, enquanto foge de pagar o deve aos trabalhadores, de fazer propaganda do novo prédio da Previdência Usiminas.


Tudo isso mostra que é só na luta que vamos garantir as nossas reivindicações. O emprego de ninguém está garantido e se não tiver mobilização a única coisa que vai aumentar é a pressão por mais produção, mais adoecimento, mais arrocho nos salários e a continuidade das demissões. Fique atento e participe das mobilizações organizadas pelo Sindicato.



Situação do refeitório e vestiários é cada vez pior

No refeitório do LTQ 2 as filas estão enormes, mais de 15 minutos do horário de refeição fica na fila. A empresa terceirizada do restaurante demitiu muitos trabalhadores e obriga a quem ficou a se virar para dar conta de tudo. Não há higienização adequada o que aumenta ainda mais a possibilidade de contágio pelo coronavírus.


Nos vestiários outro caos: a empresa terceirizada da limpeza também demitiu. A limpeza é feita só pela manhã e com isso os vestiários estão cada vez mais imundos. No carboquímico não há higienização há 2 meses. É sujeira pra todos os lados, lixeiras entupidas e até álcool em gel falta.



Cada dia mais crueldade: governo corta auxílio emergencial pela metade

O governo Bolsonaro logo no início da pandemia se recusou a liberar recurso público para garantir a sobrevivência de milhões que estão desempregados e na informalidade, depois apresentou uma proposta indecente de R$200,00. Mas só a partir da pressão feita pelas Organizações dos Trabalhadores, como os Sindicatos, o valor do auxílio emergencial chegou a R$600,00, o que ainda é muito pouco.


Mas no início desse mês o governo anunciou o corte do auxílio emergencial para R$300,00 e só mais 4 parcelas. Como uma mãe e um pai trabalhador desempregados conseguirão pagar aluguel, luz, água e colocar comida em casa com apenas R$300,00?


Para Bolsonaro, as famílias que se virem a agradeçam por receber R$10,00 por dia.


Enquanto corta o auxílio e arrocha ainda mais o salário-mínimo, o governo liberou mais de R$ 1 trilhão para os bancos em empréstimos para grandes empresas, as mesmas empresas que receberam bilhões em isenções de impostos.


Além do sofrimento de ficar por horas nas filas da Caixa, de enfrentar um monte de dificuldade para conseguir se cadastrar para receber o auxílio, agora mais desrespeito.


Enquanto o governo tira a comida da mesa do trabalhador e seus filhos, o presidente, deputados, senadores, juízes e militares do alto escalão seguem com seus gordos salários que chegam R$ 40 mil.



Bolsonaro segue tentando acabar de vez com direitos dos trabalhadores

A proposta do governo apresentada em agosto de uma nova forma de contratação de trabalho, chamada de contratação verde e amarela acaba com o salário fixo. Os trabalhadores só receberão pelas horas trabalhadas. Além disso, todos os outros direitos serão reduzidos, como 13º salário, férias, FGTS, recolhimento do INSS.


Isso é a festa para os patrões


Eles vão demitir quem hoje recebe salário garantido nas Convenções Coletivas de Trabalho e quem for contratado vai ter que pagar para trabalhar.


É só fazer a conta: sem salário fixo, sem direito, o que receber vai ficar na condução para chegar no local de trabalho


Ao mesmo tempo em que tira dos trabalhadores, dá para os patrões


O governo segue diminuindo impostos para as indústrias e também o que eles têm que pagar de FGTS, diminuindo o percentual de 8 para 6% e para Previdência de 20 para 15%.


Tem mais: os patrões que contratarem trabalhadores pagando apenas o salário mínimo serão liberados de pagar a Previdência Social.


Assim o governo garante mais condições para os patrões rebaixarem os salários e tira dinheiro da Previdência.


É só na luta da classe trabalhadora que vamos impedir o fim dos direitos e o ataque às nossas vidas. Os patrões junto com o governo atacam os direitos de todos os trabalhadores e isso só vai mudar na união dos que estão empregados, desempregados e na informalidade, uma luta do conjunto da classe trabalhadora.


MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO, PROTEÇÃO À SAÚDE E À VIDA SÓ VAMOS GARANTIR NO FORTALECIMENTO DA LUTA DO CONJUNTO DOS TRABALHADORES.



Zé Protesto

“Zé, os caminhoneiros continuam sofrendo com as condições de trabalho no pátio de carregamento de resíduos, porque a pá carregadora da VIX não tem balança. Quando passa do peso, o trabalhador tem que descer para tirar o excesso.”

– E isso coloca o trabalhador na mira de mais acidentes. Tanto a direção da VIX, como da Usiminas sabem dessa situação e não fazem nada. Só estão preocupados como seus lucros.

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“Zé, de novo a VIX: o tal protocolo de distanciamento por causa do coronavírus da Usiminas e terceirizadas é só pra inglês ver. A chefia na VIX está obrigando que dois trabalhadores ficam dentro do trator para treinamento.”

- A direção da empresa é tão cara de pau que tenta fazer isso as escondidas usando a pista do Pátio de Minérios. Esse é mais um exemplo do desrespeito da Usiminas e suas terceirizadas com a saúde e a vida dos trabalhadores.

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