O Metalúrgico #606

22 de setembro de 2020

Índice:

-Em assembleia trabalhadores rejeitam proposta e aprovam Estado de Greve;
-É cada vez maior a adesão por parte dos patrões aos acordos individuais;
-O antes e depois da pandemia;
-Cada dia mais crueldade: governo corta auxílio emergencial pela metade;
-Bolsonaro segue tentando acabar de vez com direitos dos trabalhadores;



Em assembleia trabalhadores rejeitam proposta e aprovam Estado de Greve

Patrão só escuta trabalhador quando as máquinas param


Mais uma vez os trabalhadores em empresas metalúrgicas da região, reunidos em assembleia no dia 11 de setembro rejeitaram a proposta apresentadas pelos patrões e aprovaram Estado de Greve na categoria.


Está na hora de mostrar para os patrões que quem produz os lucros dele somos nós, os trabalhadores.


Os patrões, em nome de uma pandemia que tem feito diariamente milhares de vítimas pelo mundo, se aproveitam do momento para oferecer migalhas para os trabalhadores e trabalhadoras que se expõem todos os dias saindo para o trabalho e enfrentando aglomerações em transportes coletivos, além das condições de trabalho inseguras para produzir a riqueza dos patrões que administram suas empresas de forma remota. Mas todo esse sacrifício não é suficiente para os patrões oferecerem um reajuste salarial que atenda o mínimo das necessidades do trabalhador e sua família.


O trabalhador precisa ficar ligado. O Sindicato já está organizando atividades políticas para dar um basta nesta situação!



É cada vez maior a adesão por parte dos patrões aos acordos individuais

O papel do Sindicato é de representar a categoria e estar a frente das lutas dos trabalhadores por um reajuste salarial decente, melhores condições de trabalho, entre outros assuntos que envolvem a classe.


Nos últimos anos, o Sindicato vem buscando entendimento convidando empresas com o objetivo de acabar com o impasse nas negociações salariais.


Alguns patrões entenderam a necessidade e se reuniram com o Sindicato e já fecharam acordos individuais, inclusive com índices maiores que os apresentado pelo sindicato patronal, tanto para o reajuste salarial como para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR).



O antes e depois da pandemia

A realidade da grande maioria dos trabalhadores, após um exaustivo dia de trabalho, é ter direito à uma refeição decente com sua família. Porém, até isso ele corre o risco de perder devido aos aumentos absurdos aplicados pelos supermercados. Veja abaixo alguns exemplos:


ANTES

- Arroz..............R$ 12,49

- Feijão............R$ 5,04

- Óleo................R$ 3,41

Reajuste dos alimentos

91%


HOJE

- Arroz..............R$ 22,10

- Feijão.............R$ 9,64

- Óleo................R$ 4,46

Proposta de reajuste

2,46%


ALTA DE:

- Arroz..............100%

- Feijão............. 70%

- Óleo................ 27%


Diga não ao descaso dos patrões, vamos cruzar os braços e exigir um reajuste decente e uma PLR digna para no mínimo poder continuar tendo os alimentos básicos em nossa mesa. Muitos trabalhadores da nossa categoria já contraíram o Coronavírus e, infelizmente, alguns perderam a vida enquanto outros ficaram com sequelas que nem a ciência consegue explicar se um dia voltarão a ter uma vida normal.


E, em nome destes companheiros e todos que colocam sua vida em risco todos os dias, vamos lutar para ter um reajuste decente. Converse com seu companheiro de trabalho, entre em contato com a diretoria do sindicato e vamos juntos construir uma grande greve em nossa categoria e deixar claro para os patrões que somos trabalhadores e trabalhadoras e exigimos respeito.



Cada dia mais crueldade: governo corta auxílio emergencial pela metade

O governo Bolsonaro logo no início da pandemia se recusou a liberar recurso público para garantir a sobrevivência de milhões que estão desempregados e na informalidade, depois apresentou uma proposta indecente de R$200,00. Mas só a partir da pressão feita pelas Organizações dos Trabalhadores, como os Sindicatos, o valor do auxílio emergencial chegou a R$600,00, o que ainda é muito pouco.


Mas no início desse mês o governo anunciou o corte do auxílio emergencial para R$300,00 e só mais 4 parcelas. Como uma mãe e um pai trabalhador desempregados conseguirão pagar aluguel, luz, água e colocar comida em casa com apenas R$300,00?


Para Bolsonaro, as famílias que se virem a agradeçam por receber R$10,00 por dia.


Enquanto corta o auxílio e arrocha ainda mais o salário-mínimo, o governo liberou mais de R$ 1 trilhão para os bancos em empréstimos para grandes empresas, as mesmas empresas que receberam bilhões em isenções de impostos.


Além do sofrimento de ficar por horas nas filas da Caixa, de enfrentar um monte de dificuldade para conseguir se cadastrar para receber o auxílio, agora mais desrespeito.


Enquanto o governo tira a comida da mesa do trabalhador e seus filhos, o presidente, deputados, senadores, juízes e militares do alto escalão seguem com seus gordos salários que chegam R$ 40 mil.



Bolsonaro segue tentando acabar de vez com direitos dos trabalhadores

A proposta do governo apresentada em agosto de uma nova forma de contratação de trabalho, chamada de contratação verde e amarela acaba com o salário fixo. Os trabalhadores só receberão pelas horas trabalhadas. Além disso, todos os outros direitos serão reduzidos, como 13º salário, férias, FGTS, recolhimento do INSS.


Isso é a festa para os patrões


Eles vão demitir quem hoje recebe salário garantido nas Convenções Coletivas de Trabalho e quem for contratado vai ter que pagar para trabalhar.


É só fazer a conta: sem salário fixo, sem direito, o que receber vai ficar na condução para chegar no local de trabalho


Ao mesmo tempo em que tira dos trabalhadores, dá para os patrões


O governo segue diminuindo impostos para as indústrias e também o que eles têm que pagar de FGTS, diminuindo o percentual de 8 para 6% e para Previdência de 20 para 15%.


Tem mais: os patrões que contratarem trabalhadores pagando apenas o salário mínimo serão liberados de pagar a Previdência Social.


Assim o governo garante mais condições para os patrões rebaixarem os salários e tira dinheiro da Previdência.


É só na luta da classe trabalhadora que vamos impedir o fim dos direitos e o ataque às nossas vidas. Os patrões junto com o governo atacam os direitos de todos os trabalhadores e isso só vai mudar na união dos que estão empregados, desempregados e na informalidade, uma luta do conjunto da classe trabalhadora.


MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO, PROTEÇÃO À SAÚDE E À VIDA SÓ VAMOS GARANTIR NO FORTALECIMENTO DA LUTA DO CONJUNTO DOS TRABALHADORES.

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