O Metalúrgico #609

19 de outubro de 2020

Índice:

-USIMINAS SEGUE FUGINDO DE PAGAR O QUE DEVE E MENTE;
-Usiminas até agora não cumpriu a determinação de reintegrar os trabalhadores demitidos durante a pandemia;
-Usiminas segue tentando vários recursos judiciais para fugir de pagar o que deve no processo sobre a Semana Espanhola;
-NÃO ESQUECEMOS, NÃO PERDOAMOS;
-Zé Protesto;



USIMINAS SEGUE FUGINDO DE PAGAR O QUE DEVE E MENTE

Não adianta só esperar pelas próximas reuniões para discutir a pauta de reivindicação, é preciso fortalecer a luta


Nos dias 08 e 15 de outubro aconteceram mais duas reuniões para discutir a pauta de reivindicação da nossa Campanha Salarial e novamente a proposta da direção da Usiminas é arrochar ainda mais os salários. Veja a proposta da empresa:


- Pagar apenas o índice do INPC está longe de repor as perdas: a proposta da empresa é pagar somente o índice no INPC, ou seja, a miséria de 2,46% de reajuste retroativo à maio até o teto de R$ 10.500,00. Acima desse valor não haverá correção.


- Abono não é aumento: os representantes da usina apresentaram também uma proposta de abono de R$1.000,00, para que ganha até R$ 10 mil. Além de ser uma merreca, abono não é aumento salarial, não é incorporado aos salários, férias, 13º, FGTS, a nada e mal entra na sua conta e já acaba, sem contar que o imposto de renda abocanha uma parte.


- Diz que vai congelar o reajuste da alimentação e do transporte, mas vai manter a facada no plano de saúde: a direção da usina tenta fazer uma propaganda enganosa dizendo que sua proposta é vantajosa porque ela congela o reajuste da alimentação e transporte. Mas, e o plano de saúde? A Usiminas não vê a hora de estar liberada para aumentar a mensalidade, o que significa mais uma facada no salário do trabalhador. Lembramos que o reajuste do plano de saúde é em junho e a ANS só vai autorizar em dezembro de 2020 ou janeiro de 2021, mais ou menos 16%. A Usiminas disse que vai cobrar o retroativo.


- A Usiminas quer manter o acúmulo de descontos do plano de saúde: já não é de hoje que o Sindicato cobra da Usiminas para que deixe de acumular os descontos do plano de saúde, pois está tirando o sustento do trabalhador. Cobramos um desconto de no máximo 30%. Há casos de trabalhadores que tiveram mais de mil reais descontados em seu pagamento de uma só vez. Este é um dos itens essenciais para o fechamento do acordo, porém a Usiminas informa que está estudando o tema.


- Não paga o que deve e mente: a Usiminas insiste em mentir para os trabalhadores, ao dizer que na proposta está incluído o retorno de férias, quando a verdade é que o retorno de férias já está garantido desde 2019, ele está entre as cláusulas do Acordo Coletivo que foi renovado até 2021.


O Sindicato já disse NÃO para as propostas da Usiminas. A hora é de fortalecemos a mobilização


A proposta foi recusada pelo sindicato. Exigimos que a empresa apresente uma proposta financeira melhor e que se manifeste oficialmente sobre esse último tema para que possamos avançar nas negociações. Mas só esperar pela próxima reunião não basta. É importante os trabalhadores estarem mobilizados e na luta juntos com o Sindicato.


Está na hora de esquentar a chapa, pois é só com mobilização que vamos garantir as nossas reivindicações.



Usiminas até agora não cumpriu a determinação de reintegrar os trabalhadores demitidos durante a pandemia

Sindicato já encaminhou a denúncia ao Judiciário exigindo a reintegração dos trabalhadores


A decisão do Judiciário na ação encaminhada pelo Sindicato determina que a Usiminas, além de parar com as demissões, reintegre todos os trabalhadores que foram demitidos durante a pandemia. Mas, a direção da usina para fugir de cumprir a sentença entrou com mais recursos judiciais que ainda não foram julgados.


O Sindicato já encaminhou denúncia à juíza que está com o processo mostrando que a decisão judicial está sendo descumprida. Mas além da denúncia, o mais importante é a nossa luta.


Participe das atividades chamadas pelo Sindicato, é só lutando que vamos garantir os empregos, salários e direitos.



Usiminas segue tentando vários recursos judiciais para fugir de pagar o que deve no processo sobre a Semana Espanhola

O Sindicato segue exigindo o pagamento aos trabalhadores


Como já informamos em outros Jornais, a ação judicial encaminhada pelo Sindicato contra a imposição do turno fixo já foi julgada e a Usiminas foi condenada a pagar as horas que excedem a jornada regular, mas desde então a direção da usina tenta vários recursos para empurrar o processo e atrasar ainda mais o pagamento dos trabalhadores.


A Usiminas se recusa a incluir os trabalhadores que não estão na lista que ela apresentou ao Judiciário, com a desculpa esfarrapada que eles não têm direito a receber e se recusa a apresentar os holerites desses trabalhadores, ou seja, está tentando esconder a jornada imposta a cada trabalhador.


O Sindicato encaminhou ao Judiciário a solicitação de que o pagamento dos trabalhadores que já estão na lista seja feito imediatamente e que a Usiminas seja obrigada a apresentar a documentação dos demais para que os cálculos sejam feitos e que todos os trabalhadores que foram obrigados a trabalhar na jornada irregular recebam o que a Usiminas deve a cada um.


A direção da usina sabe que vai ter que pagar os trabalhadores, mas usa dos recursos judiciais para tentar empurrar ao máximo a data do pagamento. O Sindicato está diariamente acompanhando o processo e exigindo que a sentença seja cumprida. Mas o mais importante é a nossa pressão. Não tem nenhum direito do trabalhador que tenha sido presente de patrão, governo ou juiz, tudo que temos é fruto da nossa luta.


Por isso mais do que esperar pelas ações judiciais é preciso ampliar a mobilização.



NÃO ESQUECEMOS, NÃO PERDOAMOS

Há 57 anos, à serviço da Usiminas, a repressão militar feriu e matou para tentar acabar com a luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho


Era 1963, no dia 07 de outubro, milhares de trabalhadores estavam em greve na Usiminas em Ipatinga buscando melhores condições de trabalho dentro da Usiminas. Na véspera do dia 07, a vigilância da usina novamente foi violenta e na revista arrancaram até o leite e alimentos que os trabalhadores carregavam e durante a madrugada, alojamentos onde os metalúrgicos eram amontoados foram invadidos pela vigilância privada da Usiminas e também por policias, o que aumentou ainda mais a justa revolta dos trabalhadores.


No dia 07 a greve se fortaleceu: milhares de trabalhadores se concentravam em frente as portarias da Usiminas em Ipatinga se mantendo firmes na luta por melhores condições de trabalho. A direção da Usiminas novamente mentiu ao dizer que estava disposta a discutir as reivindicações dos trabalhadores, quando na realidade estava junto com a repressão tentando acabar com a organização e a luta dos trabalhadores.


Foi assim que na manhã do dia 07 de outubro os policiais disparam contra os trabalhadores, ferindo centenas e matando dezenas, inclusive um bebê que estava no colo de sua mãe que passava em frente a portaria no momento da manifestação.


NÃO DEIXAR QUE APAGUEM NOSSA MEMÓRIA E CONTINUAR A LUTAR


Vivemos num momento no Brasil em que o ainda presidente Bolsonaro, é um defensor da ditadura militar e que a cada dia de seu governo vomita seu ódio contra a classe trabalhadora.


Seu governo ao fazer de tudo para impedir o isolamento durante a pandemia, única forma de impedir o aumento do contágio pelo novo coronavírus, contribuiu para esse número cruel de mais de 150 mil mortes e mais de 5 milhões de contaminados no Brasil pelo novo coronavírus.


Hoje já são mais de 40 milhões de trabalhadores desempregados no país e todas as medidas do governo servem para aumentar as demissões, arrochar ainda mais os salários e retirar direitos.


Contra tudo isso não tem outro caminho que não seja continuar a luta: lembrar dos nossos irmãos que foram assassinados seja pela repressão da polícia e do Exército, seja pelas péssimas condições de trabalho, contar a história de nossas lutas que os patrões tentam esconder é muito importante para fortalecer a luta de em defesa dos direitos, dos salários e empregos. Uma luta em defesa da vida.



Zé Protesto

“Zé, na VIX a direção da empresa finge que está preocupada com a segurança. O tal do checklist é só enganação. Os trabalhadores são obrigados a ir para área sem que seja checado que os procedimentos de segurança estão garantidos. Depois vem os líderes assinar e se a gerencia pegar check list sem assinatura quem leva punição é o operador. É muito desrespeito.”

- É preciso ir pra cima da VIX e exigir que nenhum trabalhador seja obrigado a ir para área se não for garantido os procedimentos de segurança.

--

“Zé na área do Porto o chão não está sendo molhado para baixar a poeira nos dias de calor, simplesmente porque o gerente do Porto da Usiminas não quer parar a produção.”

- Esse é mais um absurdo praticado pela Usiminas. O caminhão com água fica estacionado ao lado e o gerente não deixa molhar o chão e assim os trabalhadores ficam expostos a poeira o dia todo.

--

“Zé, a chefia na Enesa fala que os trabalhadores têm que fazer a refeição no restaurante e imediatamente sair para evitar aglomeração, mas depois da refeição o trabalhador não tem lugar para completar o resto da sua hora de refeição.”

- A Enesa faz isso para pegar o horário de descanso que é direito do trabalhador e obrigar os trabalhadores a voltar para a produção. Esse é mais um desrespeito à saúde do trabalhador que só vai acabar com a força da nossa luta.

+ boletins