O Metalúrgico #613

26 de novembro de 2020

Índice:

-Antecipação do pagamento da PLR não é nenhum presente da Usiminas, é obrigação;
-Usiminas está descumprindo a decisão judicial e fazendo contratações fraudulentas;
-Companheiro Alvemi Presente, agora e sempre!;
-Os números de contaminação pelo novo coronavírus aumentam e a Usiminas segue impondo mais aglomeração;
-Mais pressão: Usiminas instala câmera para vigiar os trabalhadores durante toda a jornada;
-AMOI segue colocando trabalhadores em risco;
-ENESA faz propaganda enganosa e ataca trabalhadores;
-A mixaria de mistura na refeição;
-Zé Protesto;



Antecipação do pagamento da PLR não é nenhum presente da Usiminas, é obrigação

A direção da Usiminas na semana passada ao anunciar o pagamento da primeira parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) novamente escancarou que seus lucros aumentaram. O resultado do terceiro trimestre já superou meses anteriores, enquanto isso os trabalhadores sofrem com o arrocho salarial e as péssimas condições de trabalho.


A USIMINAS registrou um lucro líquido de R$ 198 milhões no terceiro de 2020 e o EBTIDA (lucro bruto) foi de R$ 826 milhões um dos maiores dos últimos 7 anos. O volume de venda do aço foi de 934 mil toneladas, um aumento de 54% comparado ao trimestre anterior.


Já em outubro tanto a Usiminas, como outras siderúrgicas também aumentou o preço do aço em torno de 10%. Para os trabalhadores mais pressão por produção, mais arrocho nos salários, para os patrões mais lucros.


O pagamento da primeira parcela da PLR não é nenhum presente da Usiminas é uma obrigação. É do trabalho pesado dos trabalhadores que vem o lucro dos patrões que não para de crescer.


Nunca é demais lembrar: tudo aumenta, menos os salários


Enquanto os salários não dão conta de pagar as contas, os alimentos para garantir a comida dentro de casa estão cada vez mais caros, veja:


- O arroz ficou 20% mais caro.

- Feijão subiu mais de 30%.

- Cebola subiu mais de 50%

- Carne vermelha subiu mais de 60%.

- O óleo de cozinha em várias cidades mais que dobrou de preço.



Usiminas está descumprindo a decisão judicial e fazendo contratações fraudulentas

A Usiminas se aproveitou da pandemia para demitir mais de 400 trabalhadores e até agora não cumpriu a determinação do Judiciário de reintegrar todos os metalúrgicos que foram demitidos a partir de maio. Ao invés de fazer a devida reintegração dos trabalhadores demitidos, a Usiminas está cometendo mais um desrespeito impondo contratos temporários de 6 meses.


Na ação judicial feita pelo Sindicato em que denunciamos as demissões, o Judiciário determinou a reintegração de todos os demitidos a partir de maio de 2020 como o fim de mais demissões nesse período. Mas até agora a direção da Usiminas não fez a reintegração devida dos trabalhadores.


Além da contratação irregular, a Usiminas está desrespeitando a decisão judicial, o Sindicato já está encaminhando a denúncia ao Judiciário e também ofício para empresa exigindo a reintegração dos trabalhadores. Mas só isso não basta, é na pressão da nossa luta dos trabalhadores juntos com o Sindicato que vamos garantir os empregos e direitos.


É na luta que garantimos direitos, e só na luta que vamos impedir que eles acabem!



Companheiro Alvemi Presente, agora e sempre!

Alvemi Cardoso Alves, foi operário na antiga COSIPA em Cubatão(SP). Participou das greves da década de 80, continuou trabalhando na siderúrgica depois que essa foi comprada pela Usiminas. Alvemir foi um dos companheiros muito importantes para a retomada do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista como instrumento de luta da classe trabalhadora a partir de 2005.


Fez parte da direção do Sindicato dos Metalúrgicos até 2010 e continuava presente nas mobilizações dos aposentados metalúrgicos.


Alvemi faleceu no dia 24 de outubro vítima de um infarto fulminante, mas continuará em nossa memória e na luta dos trabalhadores, luta que ele dedicou boa parte de sua vida.


É no fortalecimento da nossa luta contra os ataques dos patrões e seus governos que os nossos seguem presentes.



Os números de contaminação pelo novo coronavírus aumentam e a Usiminas segue impondo mais aglomeração

Mesmo com o número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus subindo cada vez mais, a Usiminas continua colocando os trabalhadores em risco também nos ônibus circulares internos.


Na hora almoço os ônibus ficam lotados principalmente nos dias de chuva, isso acontece porque a direção da usina se recusa a colocar mais ônibus para rodar, ou seja, a Usiminas não tem nenhum respeito pela vida do trabalhador, sua única preocupação é lucrar às custas do trabalho dos trabalhadores.


O Sindicato vai fazer denúncia ao Ministério Público do Trabalho e também para vigilância sanitária, mas só esperar pelas fiscalizações não basta, é só na força da nossa luta que garantimos o respeito às nossas vidas.



Mais pressão: Usiminas instala câmera para vigiar os trabalhadores durante toda a jornada

No porto o gerente mandou instalar câmeras nos porões de todos os navios que atracam, e nas calçadas, ou seja, em toda área portuária.


Essas câmeras não são uma exigência dos órgãos de fiscalização, elas foram instaladas para botar mais pressão contra os trabalhadores que estão sendo vigiados durante toda a jornada. O gerente carrasco usa as imagens que vão para o computador que ele tem acesso para esculhambar os trabalhadores nas reuniões.


Na GEU a chefia instalou uma câmera dentro da sala de operação para perseguir o trabalhador a cada minuto, controlar o tempo de ida ao banheiro e qualquer outra saída necessária.


A instalação dessas câmeras são mais um exemplo da perseguição escancarada da Usiminas que quer invadir a vida dos trabalhadores e contra isso, além das denúncias é preciso colocar a indignação a tanto desrespeito em movimento.



AMOI segue colocando trabalhadores em risco

A AMOI está obrigando os trabalhadores a usar máscaras descartáveis por 3 dias e os aventais descartáveis também estão sendo reutilizados. Veja o absurdo: a AMOI expõe os trabalhadores aos agentes nocivos dentro da usina e também à contaminação pelo novo coronavírus.



ENESA faz propaganda enganosa e ataca trabalhadores

A Usiminas e suas terceirizadas fazem propaganda enganosa dizendo que são contra o racismo e o machismo, mas na realidade se utilizam da desigualdade para aumentar ainda mais a exploração. A discriminação é também contra a idade dos trabalhadores, pois a ENESA não contrata trabalhador que tem mais de 45 anos. Mais ataques: os trabalhadores no setor de limpeza da usina que trabalhavam na NM passaram a trabalhar na Enesa e depois disso sofreram mais ataques. O valor da cesta básica foi reduzido pela metade e o adicional de insalubridade reduzido de 40 para 20%. Esse é mais um exemplo do que significa a terceirização: reduzir salários, acabar com direitos e piora as condições de trabalho.



A mixaria de mistura na refeição

A Sapore, empresa terceirizada responsável pela refeição na Usiminas, a cada dia só piora a qualidade da alimentação e a mixaria na mistura. Em tudo, incluindo a alimentação, a Usiminas e suas contratadas demonstram seu desrespeito contra os trabalhadores.



Zé Protesto

“Zé, a VIX, está obrigando os trabalhadores no caminhão Munck a trabalhar no posto de combustíveis da usina.”

- A Usiminas demite em massa, terceiriza vários setores e obriga os trabalhadores a fazer o serviço de mais de três e contra todos esses ataques, as demissões, terceirização não tem outro caminho que não seja a luta do conjunto dos trabalhadores.

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“Zé, a MG Andaimes tirou o ônibus e colocou uma kombi para o transporte dos trabalhadores em plena pandemia.”

- A MG está expondo os trabalhadores a grave risco de acidentes e doenças, aglomera os trabalhadores numa kombi e num veículo que não tem condições de circular. Tem trinca na Kombi .


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