O Metalúrgico #615

17 de dezembro de 2020

Índice:

-Mais lucros, mais descaso com a saúde e a vida dos trabalhadores;
-Já são mais de 180 mil mortes, a contaminação aumenta e o Governo Bolsonaro diz que a pandemia está no fim;
-RECESSO DE FINAL DE ANO;
-No Pátio de placas da Aciaria mais riscos de acidentes;
-Descarregamento das placas é cada vez mais pesado;
-No Ferroviário perseguição e condições de trabalho cada vez mais piores;
-Ritmo alucinante de jornada com mais dobras e antecipações;
-Discriminação até no tal kit de Natal;
-Zé Protesto;



Mais lucros, mais descaso com a saúde e a vida dos trabalhadores

A direção da Usiminas novamente está comemorando seus resultados garantindo às custas de mais arrocho salarial e demissões contra os trabalhadores.


Em informativo da própria Usiminas a direção da usina afirma que encerrou o terceiro trimestre com resultados positivos, com lucro bruto de R$ 892 milhões e o caixa teve um aumento de 49% ficando com R$ 3,7 bilhões, maior valor dos últimos 7 anos.


O volume de venda do aço foi de 934 mil toneladas, aumento de 54% comparado ao trimestre anterior. Ou seja, dia após dia a Usiminas escancara que se aproveitou da pandemia para reorganizar seus negócios às custas dos empregos e dos salários dos trabalhadores.


Descaso com a vida: a produção está a todo vapor e não há nenhuma medida para evitar o aumento da contaminação pelo novo coronavírus e assim os casos de COVID 19 estão se espalhando pela área.


Enquanto a direção da Usiminas segue com a hipocrisia de fingir estar preocupada com a pandemia fazendo “lives”, a contaminação nas áreas só aumenta por responsabilidade da empresa. Os testes para COVID 19 estão sendo feitos no ambulatório da usina, o resultado demora e mesmo com sintomas da doença os trabalhadores são obrigados a continuar trabalhando.


O Sindicato já enviou documento para direção da usina exigindo a realização dos testes de forma mais rápida e a garantia de afastamento para quem apresenta os sintomas da COVID 19 mas não vamos ficar esperando. Se a coisa não for resolvida além das denúncias na Vigilância Sanitária, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador e Ministério Público do Trabalho é preciso ampliar a mobilização. Abaixar a cabeça e continuar trabalhando correndo risco de adoecer não vai garantir seu emprego e sua saúde.


Lutar pelo devido afastamento, pela realização dos testes em todos os trabalhadores que tiveram contato com quem estava contaminado é o básico para proteger a saúde e a vida dos trabalhadores.



Já são mais de 180 mil mortes, a contaminação aumenta e o Governo Bolsonaro diz que a pandemia está no fim

Bolsonaro e seu governo não tem nenhum respeito pela vida. Esse governo desde o início da pandemia negou a gravidade da doença, impôs várias medidas para proteger os lucros dos patrões atacando direitos, salários e empregos dos trabalhadores e sempre foi contra o isolamento, única forma de conter o aumento do contágio pelo novo coranavírus.


O governo segue desrespeitando a vida, ao fazer de tudo para dificultar a vinda da vacina e a cada dia aumenta seu ataque ao SUS, um sistema público de saúde que mesmo sendo atacado governo após governo, é o serviço público que segue na linha de frente com os profissionais da saúde tentando salvar vidas.


Lutar contra os ataques dos patrões e contra esse governo da morte é lutar em defesa da vida


Já são mais de 40 milhões de desempregados e a partir de janeiro 60 milhões de pessoas vão cair na miséria profunda por causa do governo Bolsonaro que vai acabar com o auxílio emergencial. Enquanto o governo garante as medidas que protegem os interesses dos patrões, os trabalhadores sofrem com as demissões, o arrocho salarial e o aumento da contaminação pela COVID 19.


Enfrentar tudo isso é na união e na luta do conjunto da classe trabalhadora, só assim que vamos garantir direitos, empregos e nossas vidas.



RECESSO DE FINAL DE ANO

Comunicamos que, em razão das festividades de final de ano, o Sindicato entrará em recesso a partir do dia 21 de dezembro de 2020, retornando às atividades normais no dia 11 de janeiro de 2021. O Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista deseja Boa Festas à todos!



No Pátio de placas da Aciaria mais riscos de acidentes

O telhado do pátio continua cheio de buracos e com várias goteiras. Quando chove o piso fica com várias poças d’água, inclusive em locais de passagem dos trabalhadores provocando risco de queda.


As goteiras também caem sobre as pontes-rolantes que tem vários componentes elétricos. É um risco enorme de acidente grave e a direção da usina sabe, mas não faz nada.



Descarregamento das placas é cada vez mais pesado

As madeiras que chegam junto com as placas pelo ferroviário são cada vez maiores e mais pesadas, ferrando com a coluna dos trabalhadores.


As plataformas que carregam as placas que vêm de Ipatinga (MG), são as piores, porque chegam com verdadeiros troncos de árvores que os trabalhadores têm que carregar no braço.


Há muito tempo o Sindicato denúncia essa situação: fruto da pressão do Sindicato um grupo da área médica da usina foi observar como é feita a tarefa e reconheceu que força bastante a coluna dos trabalhadores. Também um grupo de engenheiros passou por lá dizendo que veriam alternativas, mas até hoje nada.



No Ferroviário perseguição e condições de trabalho cada vez mais piores

A Usiminas possui aproximadamente 20 locomotivas em sua planta de Cubatão, mas apenas 05 estão em operação. As demais estão paradas e são usadas para repor peças das que estão funcionando, ou seja, é a direção da usina sucateando até não querer mais e piorando as condições de trabalho.


Agora que as peças de reposição estão acabando e a Usiminas não quer gastar comprando peças novas, tenta arrancar o couro dos trabalhadores da manutenção mecânica e elétrica obrigando os companheiros a se virar para colocar as locomotivas pra funcionar. Além disso, as chefias obrigam os trabalhadores da operação a trabalhar correndo o risco. E veja o tamanho do desrespeito desse chefetes lambe-botas da Usiminas: quando as locomotivas quebram porque estão mais do que sucateadas, os trabalhadores são ameaçados de demissão.



Ritmo alucinante de jornada com mais dobras e antecipações

É o que está acontecendo nas áreas do L.A e L.E. As chefias querem que vire rotina as dobras e antecipações tanto que colocaram uma escala que vai até fevereiro de 2021 com os nomes dos trabalhadores e os dias de horas extras que serão obrigados a fazer.


Ritmo alucinante de produção, extensão da jornada que tem como consequência o adoecimento e contra tudo isso não tem outro caminho que não seja a nossa luta por melhores condições de trabalho.



Discriminação até no tal kit de Natal

A Usiminas desrespeita os trabalhadores ao achar que está dando um presente ao fornecer o Kit de Natal e desrespeita ainda mais os trabalhadores nas empresas terceirizadas que não receberão nada. Vejam a crueldade da terceirização que se mostra até numa cesta de natal que não vai chegar.



Zé Protesto

“Zé, a ENESA está aglomerando os trabalhadores no vestiário que é muito pequeno, e por isso a contaminação pelo coronavírus está aumentando na área”


-A ENESA além de provocar o aumento da contaminação pelo novo coronavírus também não está respeitando o intervalo entre jornada. Os trabalhadores que fazem jornada das 7 às 15 horas estão sendo obrigados a voltar no mesmo dia às 23h. Além de não receber hora extra o mais grave é o desrespeito ao direito básico que é o descanso entre as jornadas. E ainda tem chefete lambe botas que fala na maior cara de pau que é melhor ganhar um “obrigado” do que aumento salarial. Contra tanto desrespeito é preciso fortalecer a luta em defesa dos direitos e da vida.

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“Zé, a alimentação que já é ruim fica pior depois das 13h, nos finais de semana e no zero hora”.

- A Sapore como a Usiminas só está preocupada em faturar. Está mais do que na hora de virar o bandejão para garantir alimentação de boa qualidade”.

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