Os dados foram divulgados pela própria direção da Usiminas: as ações na Bolsa de Valores não param de crescer e isso em meio a pandemia, ou seja, a direção da empresa se aproveitou também da tragédia para aumentar seus lucros demitindo e aumentando ainda mais a exploração contra os trabalhadores que têm que trabalhar por mais de 4 para dar conta da produção.
Em 2020 as ações preferenciais da Usiminas tiveram aumento de mais de 50% e as ações ordinárias aumento de mais de 60%.
Quem está na área sente na pele o aumento da pressão por mais produção e as péssimas condições de trabalho só pioram. Enquanto os acionistas seguem comemorando os lucros, os trabalhadores amargam o arrocho no salário e o ritmo intenso da produção.
Em entrevista recente ao Jornal Tribuna de Santos, o presidente da Usiminas disse que a direção da empresa está empenhada em criar “um ambiente feliz” dentro da usina.
Que ambiente feliz é esse em que demitiu mais de 300 trabalhadores e seguem fugindo de reintegrar os demitidos?
Que ambiente feliz é esse em que mais de 50 trabalhadores foram mortos na planta da usina em Cubatão nas últimas décadas por conta das péssimas condições de trabalho?
Que ambiente feliz é esse em que os trabalhadores são obrigados a continuar trabalhando aglomerados em plena pandemia e que os casos de contaminação pelo novo coronavírus não param de crescer?
A Usiminas, além de tentar vários recursos judiciais para fugir de reintegrar os trabalhadores demitidos durante a pandemia, tem feito contratações irregulares o que já foi denunciado pelo Sindicato e medidas judiciais estão sendo tomadas. Mas só isso não basta, é preciso lutar, só assim vamos garantir a reintegração de quem foi demitido, os empregos e os direitos de todos.
Já são mais de 200 mil mortes e milhões de contaminados pela COVID 19 no Brasil e essa tragédia tem responsável: o governo Bolsonaro que nega a gravidade da pandemia, que coloca em dúvida a importância da vacinação e que junto com os patrões fez de tudo para impedir o devido isolamento, única forma de impedir o aumento da contaminação.
Já são mais de 40 milhões de desempregados e milhões entraram na miséria com o fim do auxílio emergencial que esse governo da morte se recusa a garantir.
Os patrões também se aproveitaram da pandemia para explorar ainda mais os trabalhadores. Com a ajuda do governo Bolsonaro em muitos lugares suspenderam contratos de trabalho com redução de salários, ampliaram o banco de horas, pioraram ainda mais as condições de trabalho e continuaram a demitir.
Os ricos ficaram mais ricos durante a pandemia. Enquanto isso, os trabalhadores estão com os salários cada vez mais arrochados e milhões já não têm como levar o sustento para casa.
Mas só se indignar com tanta coisa errada não adianta, é preciso lutar. O emprego, o devido aumento salarial e os direitos só serão garantidos através de muita luta dos trabalhadores.
Foi lutando que garantimos direitos é só lutando que vamos impedir que eles acabem.
O acesso ao LTQ e os trilhos estão cobertos de mato há meses e por conta disso os trabalhadores na locomotiva não tem visão do trânsito, o que significa mais risco de acidente.
Na Escarfagem o mato está por todos os lados. Não tem capinagem há muito tempo e o limo está cobrindo os acessos em vários lugares, os serviços de poda são feitos somente em alguns lugares e o restante da área é mato pra todo lado.
Mais um exemplo do desrespeito da direção da usina contra os trabalhadores. A comida, que já é pouca, agora piorou ainda mais e na noite do dia 10 de janeiro no restaurante da laminação faltou mistura para os trabalhadores. Mas não para a polícia. Para a repressão, que sempre está à disposição da empresa para reprimir as manifestações dos trabalhadores frango não faltou, mas para os trabalhadores o que restou foi ovo.
A polícia que sempre dá plantão na portaria da usina para garantir a repressão, também dá plantão no refeitório da usina e segue garantindo mistura no seu bandejão.
A SAPORE, empresa terceirizada responsável pela refeição na Usiminas, está cada vez pior. No final de semana a coisa fica ainda mais feia. Veja mais um desrespeito contra os trabalhadores: no LTQ 2 só um trabalhador é responsável para servir comida para os trabalhadores do turno na hora da refeição e a técnica de qualidade acho isso normal. A noite são duas trabalhadoras que tem que se virar para dar conta do serviço, ou seja, servir, lavar a louça e repor a comida. As trabalhadoras na Sapore têm que abastecer a cuba de feijão, sopa, arroz numa temperatura que ultrapassa 60 ou 80°C . É muito chefe colocando pressão em cima dos trabalhadores e nenhuma condição digna de trabalho.
Os ataques dos patrões e do governo aos direitos dos trabalhadores aumentam a cada dia e para impedir que eles acabem com o que foi garantido através de muita luta é preciso estar junto com o Sindicato. Sozinho a coisa só piora, por isso ser sindicalizado é uma forma de você se proteger junto com seus companheiros de trabalho. É preciso lutar junto com o Sindicato para defender direitos, salários e empregos. Por isso se você ainda não é sindicalizado, não deixe para depois, procure os diretores do Sindicato ou vá até a sede do Sindicato.
“Zé, na VIX tem quatro caminhões basculantes, mas só dois com arcondicionado funcionando. Nesse calor que tem feito nos últimos dias, os motoristas estão sofrendo mais ainda.”
- A Usiminas sabe disso e não faz nada, por que? Porque é a direção da usina que impõe essas condições de trabalho que são cada vez piores.
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“Zé, na ENESA a situação está tão ruim quem nem luva mista de maçariqueiro e óculos de segurança tem. Olha o absurdo: estão tentando reciclar os óculos velhos, lavando e distribuindo para o trabalhador.”
- A ENESA é mais um exemplo do desrespeito com os direitos e vida dos trabalhadores e contra isso não tem outro caminho que não seja a luta do conjunto dos trabalhadores.
15 de janeiro de 2021