O Metalúrgico #620

Mas o mais importante segue sendo o fortalecimento da luta, é assim que vamos garantir direitos, melhores condições de trabalho e empregos

A direção da Usiminas novamente foi derrotada em sua tentativa de derrubar a ação judicial encaminhada pelo Sindicato que teve como sentença no Judiciário em Cubatão a proibição da empresa de continuar a demitir.

Na audiência sobre esse recurso feito pela Usiminas, os representantes da usina não conseguiram esconder que a situação financeira da empresa segue cada vez melhor e que sua intenção é continuar a demitir quantos e quando quiser.

Ou seja, aquilo que o Sindicato denunciava desde o início se confirmou: a Usiminas se aproveita da pandemia para reorganizar seus negócios visando cada vez mais lucro, lucro que vem às custas de mais exploração contra os trabalhadores, com demissões, mais arrocho salarial e mais pressão por produção.

Tanto a decisão do Tribunal em São Paulo do dia 1º de fevereiro, como a decisão em Brasília negam o pedido da Usiminas de suspender a determinação do Judiciário em Cubatão que impede as demissões. O que significa que a Usiminas não pode demitir.

Mas a direção da usina vai continuar tentando mais recursos para voltar a demitir. E para enfrentar esse ataque, mais do que as ações judiciais é preciso fortalecer a luta, é assim que vamos barrar as demissões e garantir melhores condições de trabalho.

Por isso além das ações judiciais que o Sindicato segue fazendo para impedir as demissões, exigindo a reintegração de quem foi demitido, a principal ação é organização da nossa luta.

Não é abaixando a cabeça que os empregos estarão garantidos. É só lutando junto com o Sindicato que garantimos empregos, direitos e melhores condições de trabalho.

Desde que os trabalhadores colocaram os pelegos que estavam no Sindicato à serviço da Usiminas para correr, ele voltou a ser o instrumento de defesa dos direitos, que enfrenta os patrões e organiza a luta para enfrentar os ataques das empresas e seus governos.

Sozinho e abaixando a cabeça para o patrão os trabalhadores só perdem direitos, mas quando os trabalhadores se juntam na luta como Sindicato aí a coisa muda.

Os ataques dos patrões e do governo aos direitos dos trabalhadores aumentam a cada dia e para impedir que eles acabem com o que foi garantido através de muita luta é preciso estar junto com o Sindicato.

Por isso ser sindicalizado é uma forma de você se proteger junto com seus companheiros de trabalho. Lutar com o Sindicato para defender direitos, salários e empregos. Ser sindicalizado é um direito se, se você não é sindicalizado não deixe isso para depois, procure os diretores do Sindicato ou vá até a sede do Sindicato.

A falta de investimento da Usiminas em manutenção tem como consequência a piora das condições de trabalho que colocam a saúde e a vida dos trabalhadores em risco.

Exemplo disso é o que acontece no tráfego ferroviário: lá a coisa está de mal a pior, são apenas 5 locomotivas que funcionam em toda usina e que estão caindo aos

pedaços, nem cabine refrigerada tem. A direção da usina desrespeita a saúde dos trabalhadores chegando ao absurdo de colocar um ventilador pequeno que aspira o

calor dos dois motores das locomotivas para o interior da cabine das locomotivas, o que piora ainda mais a condição de trabalho. Se a temperatura externa é de 35

graus, no interior das cabines chega a mais 40.

As passarelas (as vigas de passagem) dos operadores de ponte e dos trabalhadores na manutenção elétrica e mecânica da forma como estão, são mais um exemplo do

descaso da Usiminas com a proteção à saúde e vida.

As passarelas, além de serem as linhas de vida de muitas pontes, são estreitas e estão irregulares, o que coloca em risco quem precisa transitar nestes dispositivos e

principalmente quando precisam se deslocar das pontes. O local é estreito e coloca os trabalhadores em risco, principalmente quando se deparam com uma viga no meio do trajeto.

A VIX e a Ormec juntas com a Usiminas seguem desrespeitando os trabalhadores.A gerência do Porto está obrigando os operadores de empilhadeira a trabalhar no

porão do navio em condições análogas a confinamento.

O gerente, que fica no bem bom do ar-condicionado, observa os trabalhadores na tela e caso alguém de uma parada para tomar um ar ele dá um “gancho” ou manda embora.

As empilhadeiras não tem ar-condicionado há muito tempo e nos últimos dias, com um calor de mais e 40 graus, dois trabalhadores passaram mal.

Eles, além de serem monitorados pelas câmeras por 24 horas, são obrigados a entrar antecipado e trabalhar mais de 8 horas. Isso ocorre há algum tempo.

O Sindicato já notificou a Usiminas e caso não seja tomada uma providência, a empresa será acionada junto ao Ministério Público do Trabalho.

“Zé, a comida é minguada, a mistura mais ainda e agora se você escolhe na hora da refeição comer o lanche, não pode escolher a sobremesa, quem decide a sobremesa é a SAPORE e a Usiminas. Na semana passada no LTQ quem escolheu o lanche teve como sobremesa maçã, parece saudável? Só parece, pois, a fruta veio podre.”

- É companheiro, essas empresas só vão tomar jeito quando os trabalhadores forem à luta e exigir respeito.

O Sindicato recebeu denúncia grave em relação à refeição que vem sendo oferecida aos trabalhadores. Usando como parâmetro o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), as refeições oferecidas pela empresa estão muito inferiores às necessidades nutricionais dos trabalhadores que exercem jornadas que esgotam qualquer ser humano. 

O Sindicato já notificou a Usiminas solicitando providências imediatas para a oferta de refeições saudáveis e que atendam o conjunto dos trabalhadores.