O Metalúrgico #622

01 de março de 2021

Índice:

-Usiminas segue registrando lucros cada vez maiores De que forma? Demitindo, arrochando salários e piorando as condições de trabalho;
-Enquanto, a Usiminas comemora seus lucros, os trabalhadores sofrem com as demissões, o arrocho nos salários e as péssimas condições de trabalho;
-Condições de trabalho cada vez piores dentro da usina
No pátio de placas da aciaria, telhados em frangalhos e risco de curto-circuito
;
-No Porto mais desrespeito contra os trabalhadores na terceirizada Ormec;
-Trabalhadores nas áreas de manutenção estão sendo obrigados a fazer dobras constantes;
-Em plena pandemia, a higienização do transporte que leva os trabalhadores para a usina é cada vez mais precária;
-Zé Protesto;
-DOAÇÃO DE SANGUE;



Usiminas segue registrando lucros cada vez maiores De que forma? Demitindo, arrochando salários e piorando as condições de trabalho

A Usiminas divulgou no dia 12 de fevereiro o aumento dos seus lucros. A empresa encerrou o quarto trimestre de 2020 com recordes de lucros, o EBTIDA foi de R$ 1,6 bilhão, um aumento de 95% comparado ao trimestre anterior. O lucro líquido foi o maior em 10 anos.


O lucro líquido foi de R$1.9bilhão, um aumento de 243% comparado ao ano de 2019 em que registrou R$ 377 milhões.


Em relação as vendas de aço, a Usiminas registrou 8,7 milhões de toneladas de aço e mais: a produção de laminados em Cubatão e Ipatinga totalizou 1.143 mil toneladas, um aumento de mais de 42%.



Enquanto, a Usiminas comemora seus lucros, os trabalhadores sofrem com as demissões, o arrocho nos salários e as péssimas condições de trabalho

O resultado divulgado pela Usiminas só escancara o que o Sindicato tem denunciado todos os dias: a direção da empresa se aproveita da pandemia para reorganizar os seus negócios atacando os trabalhadores:


- Demitiu mais de 300 trabalhadores na usina em Cubatão logo o início da pandemia.


- Mantém e aprofunda o arrocho salarial.


- Piora as condições de trabalho e pressiona por mais produção os trabalhadores que continuam na área produzindo o lucro da empresa.

 

-Não está nem aí com a saúde e vida dos trabalhadores: a mesma usina que em pouco mais de 20 anos registrou mais de 50 mortes dentro da área de Cubatão, trabalhadores vítimas das péssimas condições de trabalho, é a mesma que aglomera os trabalhadores dentro da usina durante uma pandemia que já matou mais de 240 mil pessoas.


-A Usiminas tentou recentemente cassar a decisão do Judiciário que a impede de demitir, tenta isso para retomar as demissões e assim arrochar ainda mais os salários. O objetivo da direção da empresa é demitir quem recebe um pouco mais do que o piso salarial e fazer contratações irregulares, temporárias pagando um salário ainda menor.


A direção da usina não conseguiu derrubar a decisão judicial que a proíbe de demitir, mas só isso não basta: além de seguir com as ações judiciais para defender os empregos é no fortalecimento da nossa luta que vamos garantir direitos, empregos, salários e melhores condições de trabalho.


Pense nisso: enquanto os acionistas comemoram os lucros que foram produzidos por cada um que está na produção, o trabalhador, cada vez mais, tem menos para garantir o seu sustento. Pois tudo aumentou menos o salário.



Condições de trabalho cada vez piores dentro da usina
No pátio de placas da aciaria, telhados em frangalhos e risco de curto-circuito

Já faz muito tempo que o Sindicato denuncia a situação dos telhados no pátio de placas, mas até agora nada foi feito pela direção da usina. Falta manutenção, as telhas estão soltas e podres e com as fortes chuvas e o telhado todo furado, a água está caindo direto num painel elétrico de 440 volts o que pode provocar um grave acidente. A situação é grave e a direção da usina que acabou de registrar aumento dos lucros tem a cara de pau de dizer que não tem verba para fazer a manutenção.



No Porto mais desrespeito contra os trabalhadores na terceirizada Ormec

A Ormec junto com a Usiminas pressiona por mais produção, ameaça de demissão e também obriga os trabalhadores a fazer a limpeza do cais e dos porões dos navios após a retirada das placas. Além da pressão, da sobrecarga de trabalho, os trabalhadores estão expostos à graves riscos no trabalho. Além de denunciar essa situação para os órgãos de fiscalização, é na mobilização que vamos acabar com tanto desrespeito.



Trabalhadores nas áreas de manutenção estão sendo obrigados a fazer dobras constantes

A Usiminas demitiu em massa e quem ficou é obrigado a trabalhar por quatro, as dobras são quase diárias e os trabalhadores são obrigados a trabalhar também nas folgas. Ou seja, é mais trabalho, menos salário e mais adoecimento, isso só vai mudar no fortalecimento da nossa luta.



Em plena pandemia, a higienização do transporte que leva os trabalhadores para a usina é cada vez mais precária

Para a Usiminas e suas contratadas a saúde dos trabalhadores pouco importa.Já no trajeto para o trabalho é possível ver isso. É só olhar para a limpeza meia boca que a empresa de ônibus responsável pelo transporte garante: os vidros das janelas estão todos sujos, passam um paninho no ar condicionado para fingir que estão preocupados com a pandemia



Zé Protesto

“Zé, a comida na usina está de mal a pior. A Sapore está minguando cada vez mais a comida e o lanche.  tal “composto lácteo” que chamam de queijo que já é ruim, foi reduzido à metade e o presunto? Mal aparece no lanche.”

- E a comida? Pouca e fria, só o suco que deveria vir gelado, vem quente e quem não come carne às vezes nem ovo tem como mistura. É um desrespeito atrás do outro: uma jornada massacrante e a alimentação vai de mal a pior. Isso só vai mudar virando o bandejão.

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“Zé, o serviço social da Usiminas não atende e muito menos dá retorno sobre situações urgentes para os trabalhadores.”

- Esse é mais um exemplo que o serviço social das empresas, de social nada tem, é só uma fachada para fingir que se preocupam com os problemas dos trabalhadores, na realidade é mais um espaço que os trabalhadores são desrespeitados.”

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“Zé, a Brasiltec, terceirizada da Usiminas não fornece alimentação para os trabalhadores e nem vestiário tem para a higienização depois de uma dura jornada de trabalho.”

- A empresa não garante comida, nem local adequado para alimentação, nem vestiário e ainda tem a cara pau de dizer que já paga o vale alimentação como se isso fosse um benefício, isso é DIREITO.



DOAÇÃO DE SANGUE

O ex-Diretor do Sindicato, Salustiano Tavares do Santos (Salu) necessita da doação de sangue de qualquer tipo.


Doações no Banco de Sangue Casa de Saúde de Santos, situado na rua Armando Sales de Oliveira, 138,

Boqueirão, em Santos de 2ª a 6ª feira das 7 às 17 hs ou no sábado das 7 às 15 hs. Mais informação: 3202-7900.

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