O Metalúrgico #625

Enquanto isso a Usiminas se recusa a suspender as atividades nesse momento tão grave da pandemia e segue comemorando seus lucros

Vivemos um dos piores momentos da pandemia no Brasil. Já são mais de 330 mil mortes, mais de 13 milhões de contaminados e o governo genocida de Bolsonaro junto com os patrões segue defendendo que tudo que não é essencial continue funcionando, dessa forma obrigam os trabalhadores a se aglomerarem nos transportes, nos locais de trabalho sendo lançados na mira do vírus.

O Sindicato segue pressionando a Usiminas para que suspenda as atividades não essenciais garantindo a devida estabilidade no emprego e a licença remunerada, mas a direção da usina mantém tudo funcionando como se nada estivesse acontecendo e dessa forma é conivente com essa tragédia que arranca a vida de milhares de nossa classe.

A produção no LTQ 2 já ultrapassou 190 mil toneladas no mês de março, a maior produção desde 2013. O ritmo da produção é alucinante no porto, as placas chegam por navio, pelo transporte ferroviário e nos pátios de placas. No LTF a produção também segue bombando e seja no LTQ, no LTF e em outros setores os trabalhadores são obrigados a fazer dobras e antecipações.

Um trabalhador tendo que fazer mais de três funções ao mesmo tempo por conta da ação da direção da usina que demitiu centenas logo no início da pandemia e até agora nada de garantir a devida reintegração.

A direção da Usiminas não se cansa de divulgar as matérias que mostram que seus lucros crescem, que suas ações na Bolsa de Valores sobem e os prêmios que têm ganhado de seus clientes, como a John Deere, umas das maiores fábricas de equipamentos agrícolas do mundo.

Os lucros que só aumentam são produzidos às custas de mais exploração e ataque contra os trabalhadores que são obrigados a continuar confinados dentro da usina num dos piores momentos da pandemia. A consequência disso são muitos trabalhadores testando positivo para COVID-19, ou seja, a Usiminas está contribuindo para o aumento da contaminação.

É na luta que vamos garantir proteção à saúde, a vida e aos direitos

Na próxima segunda-feira, dia 12 de abril, das 7:00 as 19:00 haverá votação eletrônica pelo site do Sindicato para aprovação da nossa pauta de reivindicação da Campanha Salarial de 2021. A votação acontece dessa forma ainda porque estamos num momento muito grave da pandemia.

Nesse ano, além da exigência da reposição das perdas e aumento salarial, a luta também é pela manutenção e ampliação dos direitos do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Também vamos seguir exigindo a devida licença remunerada para todos os trabalhadores nesse momento grave de pandemia, a realização de testagem em massa, a emissão de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) para todos os trabalhadores que adoeceram pela COVID 19 e estavam trabalhando.

Entre os principais itens da pauta estão:

- Manutenção de todos os direitos que estão no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

- Reposição das perdas acumuladas e aumento salarial pra valer. Chega de arrocho salarial.

- Estabilidade no emprego.

- Redução da jornada de trabalho, sem redução salarial. Fim do banco de horas.

- Garantia de estabilidade até aposentadoria para todos os trabalhadores que tiveram sequela de doenças e acidentes provocados pelo trabalho.

- Vale alimentação/ cesta básica

A pauta de reivindicações completa você acessa pelo site do Sindicato (www.metalurgicosbs.org.br) e você pode sugerir propostas também pelo e-mail do Sindicato (metalurgicosbs@metalurgicosbs.org.br) até o dia 08 de abril.

No dia 12 de abril para participar da votação, basta você acessar o site, colocar seu nome e matrícula e votar.

Vamos juntos ampliar a luta dentro da usina para garantir as nossas reivindicações.

Mas ainda é muito lento e a Usiminas está discriminando os trabalhadores nas empresas terceirizadas

Depois do Sindicato cobrar muito, a Usiminas voltou a realizar os testes para COVID 19, mas a testagem está lenta demais e junto com isso, mais desrespeito da direção da usina com os trabalhadores nas empresas terceirizadas. Veja só:

Para os trabalhadores efetivos na Usiminas o teste feito é o PCR, mas para quem trabalha nas empresas terceirizadas só é feito o teste rápido que não tem a mesma eficácia no resultado. Veja o tamanho do absurdo e do desrespeito: a cada testagem muitos trabalhadores na Usiminas estão sendo afastados porque testaram positivo e os trabalhadores nas terceirizadas ficam sem saber se de fato estão contaminados ou não.

Mas além de exigir agilidade na testagem, teste PCR para todos os trabalhadores efetivos e nas terceirizadas o urgente é a suspensão de todas as atividades não essenciais nesse momento tão grave da pandemia.

A máscara de pano que a Usiminas fornece para os trabalhadores não protege em nada os companheiros. Temos que exigir máscaras certificadas N95, porque as máscaras fornecidas pela empresa, além de não proteger pra valer, são muito pequenas.

Muitos trabalhadores nem conseguem usar a máscara porque é tudo tamanho único e não cobre direito o nariz e a boca e, por ser pequena, não é possível nem amarrar em alguns casos.

Os trabalhadores são treinados em uma função nova, mas não recebem o devido aumento nem a classificação. Não tem folguista, um trabalhador que exerce uma função insalubre e recebe o adicional, quando sai de folga é substituído por um outro trabalhador que vai fazer sua função, mas não recebe insalubridade.

É só na luta que vamos garantir a devida classificação, o aumento dos salários e o pagamento do adicional de insalubridade.

Os vestiários continuam com aglomeração, um exemplo é o vestiário do LTF durante as trocas de turno. Só na área do LALD já foram 3 casos confirmados no turno das 7 h, mas a Usiminas não afastou ninguém que teve contato com quem foi contaminado.

Outro exemplo do descaso com as contaminações é durante a troca dos uniformes dos trabalhadores na ENESA. A empresa aglomerou os trabalhadores num galpão.

Assim que o Sindicato soube disso foi pra cima da direção da ENESA que diz que vai montar uma escala para a retirada dos uniformes. A mesma cobrança o Sindicato fez para AMOI para troca dos uniformes no canteiro.

Estamos atentos exigindo as condições básicas de segurança e os companheiros devem continuar denunciando para o Sindicato toda situação de risco à saúde, a vida e de desrespeito aos direitos.

E o mais importante: vamos seguir exigindo a suspensão de todas as atividades não essenciais nesse momento garantindo a devida estabilidade, salários e direitos.

“Zé, perto da oficina de manutenção tem lixo acumulado há dias. É tanto lixo que os trabalhadores têm que andar na rua porque a sujeira já invadiu a calçada.”

- É máscara que não protege, aglomeração no vestiário, no refeitório e na produção e agora até lixo acumulado. A Usiminas não tem nenhum respeito pela saúde e pela vida dos trabalhadores. É só lutando que vamos preservar nossas vidas e nossos direitos."

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“Zé, na Vix durante toda a pandemia só foi feito uma testagem para COVID 19 e ainda foi aquele teste rápido.”

- Estão vendo? A Usiminas e suas contratadas falam que estão preocupadas com a pandemia, mas é uma mentira deslavada, os patrões só estão preocupados com seus lucros, não estão nem aí com a vida dos trabalhadores. Para proteger nossas vidas, é só com nossa união e luta. União de todos os trabalhadores, os efetivos na usina e os que estão nas terceirizadas.”