Direção da usina anunciou na semana passada a reativação de seu plano de expansão
A cada dia os exemplos só crescem de como a direção da Usiminas se aproveita da tragédia da pandemia para aumentar ainda mais seus lucros.
Logo no início da pandemia, a direção da empresa demitiu mais de 300 trabalhadores em sua planta de Cubatão(SP) e impôs novamente como reajuste salarial só as perdas medidas pelo INPC e dessa forma o que aumentou foi o arrocho nos salários.
Agora, a direção da empresa anuncia sua pretensão de expandir a produção, como uma nova linha de galvanizados, dessa vez na planta de Cubatão.
O que segue agora são dados divulgados pela própria Usiminas, veja:
- A Usiminas fechou junho com lucro de R$ 4,54 bilhões.
- A receita líquida cresceu 296%, alcançando R$9,59 bilhões.
- O lucro ante juros, impostos, depreciações e amortizações (o Ebitida) chegou a R$5,06 bilhões no segundo semestre, um salto de 2.543%.
- O caixa da Usiminas fechou em 30 de junho em R$ 6,05 bilhões
Veja o que diz o presidente da usina: “O nosso Ebtida trimestral foi muito importante, o lucro líquido e o caixa robustos. Estamos trabalhando no planejamento de longo prazo, para 10 anos. E há inúmeros projetos que estão em análise. É uma empresa forte, com resultados robustos e preparada para o futuro”.
O que o presidente da Usiminas e seus acionistas tentam esconder é que esse resultado robusto se dá às custas de arrocho salarial, extensão da jornada, demissões, acúmulo de funções, péssimas condições de trabalho.
Está mais do que na hora de colocar a indignação em movimento e isso já começou na Campanha Salarial desse ano em que conseguimos com nossa pressão garantir o Vale Alimentação. Mas é preciso muito mais.
Vamos firme e juntos com o Sindicato fortalecer a luta em cada área para garantir salário, respeito aos direitos e melhores condições de trabalho.
Já são mais de 40 milhões de desempregados, mais de 60 milhões de pessoas na miséria e o que o governo Bolsonaro faz? Mais medidas para agradar os patrões:
Mais lucro para o patrão, mais arrocho para o trabalhador: o governo impôs novamente a Medida Provisória que libera os patrões para reduzir salários, suspender contratos de trabalho e continuar com as demissões. A MP 1045 foi ainda piorada pelo deputado Christino Aureo (PP-RJ) que tenta enfiar a proposta do governo da chamada carteira verde amarela, um desejo antigo dos patrões, veja porque:
O projeto quer liberar novas formas de contratações com salários menores (no máximo dois salários-mínimos), e sem direitos garantidos para jovens até 29 anos e trabalhadores com mais de 55 anos.
Nessa forma de contratação o patrão além de pagar salários bem menores, ganha do governo mais um presente: a diminuição do que deve pagar para o FGTS.
A proposta também quer aumentar a jornada de trabalho de diversas categorias e criar formas de contratações sem registro em carteira. Mais fome: Bolsonaro sempre foi contra o auxílio emergencial, foi a pressão das Organizações sindicais e populares que garantiu o auxílio emergencial em 2020. Mas ainda em 2020, o governo cortou o auxílio de R$600,00 pela metade até que acabou com ele no final do ano.
Em 2021 o governo liberou a miséria de R$150,00 e tem a cara de pau de chamar isso de auxílio.
Por tudo isso é necessário fortalecer a luta pelo fim desse governo, que destrói direitos empregos e vidas.
Lutar pelo Fora Bolsonaro é lutar em defesa da vida
É por isso que tenta esconder que sua atividade econômica se enquadra no ramo metalúrgico, tudo para fugir da Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista/SP
A direção da Usiminas Mecânica para tentar fugir da Convenção Coletiva dos Metalúrgicos, tenta esconder sua atividade econômica principal e diz que está enquadrada no ramo da construção civil, quando na realidade a empresa faz parte do grupo Usiminas e a atividade principal está no ramo metalúrgico.
O Sindicato segue exigindo o devido enquadramento e se a direção da USIMEC não fizer isso o quanto antes, iremos encaminhar as devidas ações judiciais, mas o mais importante: é necessário fortalecer a mobilização pelo devido aumento salarial e pelos direitos.
A direção da empresa é tão cara de pau, que falou que não esperava um índice deINPC tão alto, por volta de 9%, é mole? Alto está tudo que temos que pagar: comida, energia, gás, aluguel, gasolina.
A direção da Usimec, além de não pagar o devido aumento salarial, pretende dar calote até nas perdas medidas pelo INPC. É só na luta que vamos impedir os ataques do patrão, por isso fique atento e participe da mobilização organizada pelo Sindicato.
Já faz tempo, desde as demissões de 2015, que o acúmulo de função aumentou ainda mais dentro da usina em Cubatão. O ritmo de produção é alucinante, os trabalhadores têm que executar várias tarefas, muitos estão vindo trabalhar nas folgas e em diversas áreas operacionais nem o horário de almoço e janta está sendo respeitado. Veja o absurdo: trabalhar no dia de folga, não descansar no devido horário de refeição, engolir a comida de qualquer jeito, para a todo custo garantir a produção, é isso que a direção da usina impõe. Essa é a realidade nas áreas seja na Laminação, Pátio de embarque, Pátio de Placas, LTQ 2 entre outras e a consequência disso é o aumento do adoecimento dos trabalhadores.
As locomotivas na usina de Cubatão não chegam a 10 e estão há tempos sem a devida manutenção, mas, mesmo assim a ordem das chefias aos maquinistas é não parar de jeito nenhum e eles que se virem para as máquinas não pararem. Esse é mais um exemplo do que faz a direção da usina, que além de sucatear ainda mais os equipamentos, coloca a vida dos trabalhadores em risco.
O salário continua arrochado, a pressão por mais produção só aumenta e agora a direção da empresa está obrigando os trabalhadores a virem trabalhar também aos sábados. As chefias pressionam e ameaçam os trabalhadores os obrigando a trabalhar no dia que deveriam estar descansando. Para enfrentar tudo isso é preciso fortalecer a nossa luta contra o arrocho salarial, o desrespeito à jornada de trabalho e aos
direitos.
“Zé, a alimentação na Usiminas vai de mal a pior. Falta mistura, a qualidade é cada vez pior, as filas são quilométricas.”
- Os trabalhadores na Sapore sofrem com o acúmulo de função e com as péssimas condições de trabalho, os trabalhadores na Usiminas sofrem com a pressão por mais produção e até na hora de se alimentar. Enquanto isso a direção da usina está numa boa, comendo do bom e do melhor.
“Zé, falando em restaurante, enquanto a gente amarga fila e comida ruim, no refeitório central a conversa é outra: não tem fila e a comida é melhor.”
- Enquanto tem trabalhador trazendo comida de casa, porque não dá pra comer a comida da usina, a direção da Usiminas se farta de comer bem à custa do trabalho do conjunto dos trabalhares. Já está mais do que na hora de voltar a virar o bandejão.
20 de agosto de 2021