O Metalúrgico #641

20 de agosto de 2021

Índice:

-À custa de muita exploração contra os trabalhadores, Usiminas registra lucros recordes;
-Bolsonaro segue lançando os trabalhadores na mira da morte, seja pelo vírus, seja pela fome;
-Usiminas Mecânica quer passar por cima dos direitos dos trabalhadores;
-Ritmo alucinante de produção, acúmulo de função, trabalho nas folgas, adoecimento: é isso que a Usiminas impõe aos trabalhadores;
-No Transporte Ferroviário a ordem da Usiminas é usar as locomotivas sem nenhuma preocupação com a segurança dos trabalhadores;
-AMOI está obrigando os trabalhadores a trabalhar aos sábados;
-Zé Protesto;



À custa de muita exploração contra os trabalhadores, Usiminas registra lucros recordes

Direção da usina anunciou na semana passada a reativação de seu plano de expansão


A cada dia os exemplos só crescem de como a direção da Usiminas se aproveita da tragédia da pandemia para aumentar ainda mais seus lucros.


Logo no início da pandemia, a direção da empresa demitiu mais de 300 trabalhadores em sua planta de Cubatão(SP) e impôs novamente como reajuste salarial só as perdas medidas pelo INPC e dessa forma o que aumentou foi o arrocho nos salários.


Agora, a direção da empresa anuncia sua pretensão de expandir a produção, como uma nova linha de galvanizados, dessa vez na planta de Cubatão.


O que segue agora são dados divulgados pela própria Usiminas, veja:


- A Usiminas fechou junho com lucro de R$ 4,54 bilhões.


- A receita líquida cresceu 296%, alcançando R$9,59 bilhões.


- O lucro ante juros, impostos, depreciações e amortizações (o Ebitida) chegou a R$5,06 bilhões no segundo semestre, um salto de 2.543%.


- O caixa da Usiminas fechou em 30 de junho em R$ 6,05 bilhões 


Veja o que diz o presidente da usina: “O nosso Ebtida trimestral foi muito importante, o lucro líquido e o caixa robustos. Estamos trabalhando no planejamento de longo prazo, para 10 anos. E há inúmeros projetos que estão em análise. É uma empresa forte, com resultados robustos e preparada para o futuro”.


O que o presidente da Usiminas e seus acionistas tentam esconder é que esse resultado robusto se dá às custas de arrocho salarial, extensão da jornada, demissões, acúmulo de funções, péssimas condições de trabalho.


Está mais do que na hora de colocar a indignação em movimento e isso já começou na Campanha Salarial desse ano em que conseguimos com nossa pressão garantir o Vale Alimentação. Mas é preciso muito mais.


Vamos firme e juntos com o Sindicato fortalecer a luta em cada área para garantir salário, respeito aos direitos e melhores condições de trabalho.



Bolsonaro segue lançando os trabalhadores na mira da morte, seja pelo vírus, seja pela fome

Já são mais de 40 milhões de desempregados, mais de 60 milhões de pessoas na miséria e o que o governo Bolsonaro faz? Mais medidas para agradar os patrões:


Mais lucro para o patrão, mais arrocho para o trabalhador: o governo impôs novamente a Medida Provisória que libera os patrões para reduzir salários, suspender contratos de trabalho e continuar com as demissões. A MP 1045 foi ainda piorada pelo deputado Christino Aureo (PP-RJ) que tenta enfiar a proposta do governo da chamada carteira verde amarela, um desejo antigo dos patrões, veja porque:


O projeto quer liberar novas formas de contratações com salários menores (no máximo dois salários-mínimos), e sem direitos garantidos para jovens até 29 anos e trabalhadores com mais de 55 anos.


Nessa forma de contratação o patrão além de pagar salários bem menores, ganha do governo mais um presente: a diminuição do que deve pagar para o FGTS.


A proposta também quer aumentar a jornada de trabalho de diversas categorias e criar formas de contratações sem registro em carteira. Mais fome: Bolsonaro sempre foi contra o auxílio emergencial, foi a pressão das Organizações sindicais e populares que garantiu o auxílio emergencial em 2020. Mas ainda em 2020, o governo cortou o auxílio de R$600,00 pela metade até que acabou com ele no final do ano.


Em 2021 o governo liberou a miséria de R$150,00 e tem a cara de pau de chamar isso de auxílio.


Por tudo isso é necessário fortalecer a luta pelo fim desse governo, que destrói direitos empregos e vidas.


Lutar pelo Fora Bolsonaro é lutar em defesa da vida



Usiminas Mecânica quer passar por cima dos direitos dos trabalhadores

É por isso que tenta esconder que sua atividade econômica se enquadra no ramo metalúrgico, tudo para fugir da Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista/SP


A direção da Usiminas Mecânica para tentar fugir da Convenção Coletiva dos Metalúrgicos, tenta esconder sua atividade econômica principal e diz que está enquadrada no ramo da construção civil, quando na realidade a empresa faz parte do grupo Usiminas e a atividade principal está no ramo metalúrgico.


O Sindicato segue exigindo o devido enquadramento e se a direção da USIMEC não fizer isso o quanto antes, iremos encaminhar as devidas ações judiciais, mas o mais importante: é necessário fortalecer a mobilização pelo devido aumento salarial e pelos direitos.


A direção da empresa é tão cara de pau, que falou que não esperava um índice deINPC tão alto, por volta de 9%, é mole? Alto está tudo que temos que pagar: comida, energia, gás, aluguel, gasolina.


A direção da Usimec, além de não pagar o devido aumento salarial, pretende dar calote até nas perdas medidas pelo INPC. É só na luta que vamos impedir os ataques do patrão, por isso fique atento e participe da mobilização organizada pelo Sindicato.



Ritmo alucinante de produção, acúmulo de função, trabalho nas folgas, adoecimento: é isso que a Usiminas impõe aos trabalhadores

Já faz tempo, desde as demissões de 2015, que o acúmulo de função aumentou ainda mais dentro da usina em Cubatão. O ritmo de produção é alucinante, os trabalhadores têm que executar várias tarefas, muitos estão vindo trabalhar nas folgas e em diversas áreas operacionais nem o horário de almoço e janta está sendo respeitado. Veja o absurdo: trabalhar no dia de folga, não descansar no devido horário de refeição, engolir a comida de qualquer jeito, para a todo custo garantir a produção, é isso que a direção da usina impõe. Essa é a realidade nas áreas seja na Laminação, Pátio de embarque, Pátio de Placas, LTQ 2 entre outras e a consequência disso é o aumento do adoecimento dos trabalhadores.



No Transporte Ferroviário a ordem da Usiminas é usar as locomotivas sem nenhuma preocupação com a segurança dos trabalhadores

As locomotivas na usina de Cubatão não chegam a 10 e estão há tempos sem a devida manutenção, mas, mesmo assim a ordem das chefias aos maquinistas é não parar de jeito nenhum e eles que se virem para as máquinas não pararem. Esse é mais um exemplo do que faz a direção da usina, que além de sucatear ainda mais os equipamentos, coloca a vida dos trabalhadores em risco.



AMOI está obrigando os trabalhadores a trabalhar aos sábados

O salário continua arrochado, a pressão por mais produção só aumenta e agora a direção da empresa está obrigando os trabalhadores a virem trabalhar também aos sábados. As chefias pressionam e ameaçam os trabalhadores os obrigando a trabalhar no dia que deveriam estar descansando. Para enfrentar tudo isso é preciso fortalecer a nossa luta contra o arrocho salarial, o desrespeito à jornada de trabalho e aos

direitos.



Zé Protesto

“Zé, a alimentação na Usiminas vai de mal a pior. Falta mistura, a qualidade é cada vez pior, as filas são quilométricas.”


- Os trabalhadores na Sapore sofrem com o acúmulo de função e com as péssimas condições de trabalho, os trabalhadores na Usiminas sofrem com a pressão por mais produção e até na hora de se alimentar. Enquanto isso a direção da usina está numa boa, comendo do bom e do melhor.


“Zé, falando em restaurante, enquanto a gente amarga fila e comida ruim, no refeitório central a conversa é outra: não tem fila e a comida é melhor.”


- Enquanto tem trabalhador trazendo comida de casa, porque não dá pra comer a comida da usina, a direção da Usiminas se farta de comer bem à custa do trabalho do conjunto dos trabalhares. Já está mais do que na hora de voltar a virar o bandejão.


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