Enquanto os acionistas se fartam com seus milhões, para os trabalhadores o que não falta é arrocho salarial e mais carestia
A direção da Usiminas divulgou, no dia 29 de outubro seus resultados do terceiro trimestre do ano.
De julho a setembro, a Usiminas contabilizou um Ebitda Ajustado (lucro bruto) de R$ 2,9 bilhões, já o lucro líquido da empresa ficou em R$ 1,8 bilhão e nesse segundo trimestre o lucro chega a R$ 4,5 bilhões.
O caixa da Usiminas chegou em 30/09/21 à R$ 7,3 bilhões, um aumento de aproximadamente 20% comparado à 30/06/21 em que estava em R$ 6,1 bilhões.
No dia 26 de outubro, a direção da Usiminas antecipou o pagamento da PLR no valor de um salário nominal e o presidente da empresa ainda teve a cara de pau de dizer que isso era um presente para os trabalhadores.
A verdade é que o valor da PLR não é nem uma migalha dos lucros que os acionistas estão recebendo, inclusive com a distribuição de dividendos.
Além de impor metas cada vez mais absurdas que colocam a saúde dos trabalhadores em risco, os patrões não pagam o devido aumento salarial e pagam uma merreca de PLR.
É na luta que avançamos contra os ataques do capital aos nossos direitos
Enquanto a direção da Usiminas segue comemorando os lucros, os trabalhadores amargam o arrocho salarial, um ritmo alucinante de produção sendo obrigados a fazer dobras, antecipações, acumulando várias funções e trabalhando nos dias de folga.
Para enfrentar tanto desrespeito e exploração o caminho segue sendo a luta organizada junto com o Sindicato, por isso participe da mobilização, pois nossos direitos não são presentes nem de patrão, nem de governo, são fruto da nossa luta.
Termina hoje a eleição para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, a CIPA. Essa Comissão é formada também por trabalhadores que eleitos devem denunciar as condições de trabalho que provocam acidentes e adoecimento.
Por isso é muito importante eleger quem está comprometido em lutar em defesa da saúde e denunciar as péssimas condições de trabalho. Então participe da eleição que dessa vez será virtual e vote em quem tem compromisso em defender a saúde dos trabalhadores, entre eles está o companheiro Maicon, nº 14, da direção do Sindicato que trabalha no pátio de placas.
A Usiminas comprou um grande volume de placas, os pátios estão cheios e o que faz a direção da Usiminas? Gambiarra, exemplo disso é a estocagem de placas na Pista C, próxima ao Porto.
Na semana passada, houve um incidente com uma das pilhas de placas e um lambe botas do Porto chegou desrespeitando os trabalhadores.
O que está acontecendo é isso: a direção da Usiminas improvisa; os trabalhadores ficam expostos à tarefas diferentes e com novos riscos e quando algo dá errado, o chefete lambe bota ainda quer esculachar. Por que a Usiminas não providencia um galpão adequado para armazenar essas placas? Porque quando o assunto é investir em segurança a direção da usina foge, pois a única segurança em que pensa é a segurança de seus lucros.
O vestiário do Porto está superlotado, os trabalhadores na Ormec, Vix e Usiminas são obrigados a se aglomerarem e isso numa pandemia que ainda não terminou.
Os problemas no vestiário já foram denunciados diversas vezes , mas a direção da usina não está nem aí, pois não os que fazem parte da direção e os acionistas não são obrigados a se amontoarem dentro do vestiário.
Essa situação só vai mudar na força da nossa mobilização.
No dia 28 de outubro os metalúrgicos aposentados juntos com o Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista realizaram uma grande manifestação contra os ataques da Usiminas no plano de saúde.
A Usiminas em mais uma investida contra os trabalhadores tenta impor aos aposentados a migração para outros planos de saúde ainda piores.
A direção da usina buscou vários recursos judiciais com o objetivo de mudar para pior o plano de saúde, começou pelos aposentados e seu objetivo é atacar o conjunto dos trabalhadores.
Logo após conseguir no Judiciário a liberação para mudança do plano de saúde, a direção da Fundação São Francisco Xavier, plano de saúde da Usiminas, tem pressionado os trabalhadores aposentados a migrar para outras modalidades de plano que são muito piores.
A escolha é a seguinte: ou se paga muito mais para ter acesso a procedimentos mais complexos e continuar tendo acesso a tratamento em hospitais fora da Baixada Santista, ou a migração é para um plano que não garante o devido acesso a procedimentos e tratamentos que os aposentados necessitam.
A investida da Usiminas em tentar obrigar os aposentados a aderirem às outras modalidades de plano é mais uma violência contra os trabalhadores. Seu objetivo é logo mais impor essa mudança também para quem está trabalhando na usina.
Os aposentados juntos com a direção do Sindicato decidiram fortalecer a luta contra mais esse ataque da Usiminas e desde o dia 14 de outubro estão realizando assembleias e manifestações na cidade de Santos.
No dia 28 de outubro centenas de metalúrgicos aposentados realizaram passeata até a sede do plano de saúde da Usiminas, numa demonstração que estão firmes e juntos na luta organizada pelo Sindicato.
Estamos unidos à luta dos Metalúrgicos aposentados da Baixada Santista que seguem ativos e firmes na luta da classe trabalhadora.
“Zé, no dia 30/10 no refeitório central a quantidade de sobremesa foi menos da metade do pote. Estavam todos assim. E o suco? Só água.”
- Isso é a Usiminas. Enquanto a direção da empresa come do bom e do melhor, os trabalhadores que produzem os lucros sofrem até na hora de se alimentar durante a jornada de trabalho.
“- Zé a direção da Ormec continua não fornecendo os devidos EPI’s e os técnicos de segurança são obrigados a ir para o almoxarifado controlar a saída do EPI que está de mal a pior.”
- Seguindo a receita da Usiminas, as empreiteiras não têm nenhum respeito pela saúde dos trabalhadores e para enfrentar isso é preciso fortalecer a luta do conjunto dos trabalhadores.
05 de novembro de 2021