O Metalúrgico #658

Enquanto nós trabalhadores sofremos com o arrocho salarial e a carestia que atinge o conjunto da classe trabalhadora, os patrões comemoram os lucros que não param de crescer através de muita exploração contra a classe trabalhadora.

Exemplo disso é a Usiminas que fechou o ano de 2021 comemorando seus lucros que só até setembro já tinham ultrapassado R$ 7 bilhões de lucro líquido. Os acionistas comemoram também os vários aumentos das notas de crédito que a Usiminas teve das agências do mercado financeiro.

Esses lucros são resultado de muita exploração contra os trabalhadores, com arrocho nos salários, aumento da jornada a partir de horas extras que metade vai para o banco de horas, acúmulo e desvio de função.

A direção da Usiminas já começou 2022 dando mais um golpe contra os trabalhadores

Em praticamente todos os setores os trabalhadores foram obrigados a compensar as horas extras que tinham no banco de horas. Ou seja, os trabalhadores são obrigados a dobrar ou antecipar, as horas extras não são pagas pela empresa e não se pode escolher nem o dia da compensação porque a Usiminas empurra goela à baixo a compensação da forma como ela quer. Isso é o banco de horas; colocar a jornada do trabalhador refém da vontade da direção da empresa e dar calote nas horas extras.

Os casos de Covid-19 aumentam a cada dia com uma nova variante mais transmissível, a Ômicron. Na Baixada Santista não está sendo diferente. Somente na semana de 02 a 09/1 foram mais de mil casos registrados, 40 mortes confirmadas e mais 122 em investigação. Além disso, tem um surto de gripe na região que atinge grande parte dos trabalhadores que tem lotado os hospitais.

A direção da Usiminas tentou fingir que não existia mais pandemia para lucrar mais e em dezembro do ano passado retirou a aferição de temperatura nas portarias e já faz muito tempo que não realiza testes. Neste mês, chegou a dizer que ia a voltar com a superlotação normal dos ônibus fretados, mesmo com o surto de gripe e o aumento dos casos de Covid. Só recuou após a pressão do Sindicato junto com os trabalhadores.

O problema é que só essas medidas de prevenção não adiantam, porque nas áreas os trabalhadores continuam sendo expostos à aglomeração e à contaminação.

A direção do Sindicato encaminhará novamente documento exigindo testagem para todos, afastamento de todos os trabalhadores que tiveram contato com alguém que foi contaminado e as devidas medidas de higienização.

Há muito tempo a direção do Sindicato denuncia e cobra da Usiminas medidas urgentes no vestiário do porto.

Dezenas de trabalhadores são obrigados a ficar aglomerados nesse vestiário durante a troca de turno e acabam sendo contaminados. No final de dezembro, vários trabalhadores no porto chegaram a sair de ambulância porque passaram mal devido a gripe. Mesmo assim, a direção da Usiminas não faz nada e só se preocupa com embarque e desembarque de navios para garantir seus lucros com placas e bobinas.

A realidade em todos os outros vestiários da usina não é muito diferente, trabalhadores são obrigados a se trocar próximos uns dos outros e ficam expostos à contaminação. Não tem nenhum revezamento para manter os vestiários menos cheios, porque a ordem é ir pra área rápido para produzir.

Ser sindicalizado é um direito seu e um passo muito importante para fortalecer a luta em defesa dos direitos.

Nesses tempos de ataques ainda maiores dos patrões e dos governos à classe trabalhadora ficou muito mais claro ver a importância de ter um Sindicato que não abaixa a cabeça para patrão e organiza a luta nas fábricas e nas ruas por melhores condições de trabalho, salários e direitos.

Se você ainda não é sindicalizado, não deixe para depois, procure os diretores do Sindicato ou vá até a sede e preencha sua ficha de sindicalização.

“Zé, no dia 03 de janeiro aconteceu mais um caso de desrespeito contra os trabalhadores. Com as saídas atrasadas devido ao trânsito, deram preferência pela liberação do horário em que se concentram as chefias deixando os trabalhadores do turno para depois e ainda com falta de ônibus, sendo que o turno entra 1h antes. Muitos demoraram mais de 3 horas para chegar em casa.”

- Isso é mais um exemplo de que a direção da Usiminas não está nem ai para os trabalhadores. Eles só se preocupam em colocar os trabalhadores pra dentro da usina para trabalhar, mas na hora de ir embora é puro descaso, garantem a saída das chefias na hora certa, mas os trabalhadores da produção que se lasquem."

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“Zé, na Vix tem trabalhador sendo obrigado pela gestora a vir trabalhar estando de atestado. Segundo ela, faz o teste de covid e se der negativo retorna as atividades mesmo gripado e com atestado.

- Isso é um absurdo, a chefete além de dar calote no atestado médico, joga o trabalhador para trabalhar doente. Se a Vix não respeitar os afastamentos médicos, logo vai responder processo judicial, mas o mais importante é transformar a indignação a tanto desrespeito em mobilização.”