O Metalúrgico #668

20 de abril de 2022

Índice:

-Usiminas já começou com as manobras para fugir de pagar o que deve aos trabalhadores;
-Na próxima semana tem eleição do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista;
-Usiminas recebe homenagem de quem está a seu serviço para reprimir a luta dos trabalhadores;
-Zé Protesto;



Usiminas já começou com as manobras para fugir de pagar o que deve aos trabalhadores

Vamos em cada área transformar a indignação em luta pelo devido aumento salarial


Todo ano a direção da Usiminas vem com a mesma conversa fiada no mês de maio, choram de barriga cheia para fugir do que devem pagar aos trabalhadores.


Fazem manobras na produção para mentir que os negócios vão mal, mas a verdade é outra: a produção continua bombando, em janeiro a produção foi de 117 mil toneladas no LTQ 2, em fevereiro 132 mil toneladas e em março 142 mil toneladas, ou seja, os acionistas seguem fazendo festa com o lucro produzido pelos trabalhadores que sofrem com ao arrocho salarial.


O desrespeito da direção da usina está em cada detalhe de suas manobras para fugir de pagar o devido aumento salarial.


Exemplo disso é que está colocando vários trabalhadores que trabalham no zero hora em outros horários, a Usiminas faz isso para fingir que a produção está baixa e também deixa de pagar o adicional noturno para o trabalhador.


E a merreca da PLR?


No início de abril, a Usiminas pagou a merreca de 0,75 do salário de cada trabalhador, o que chamou de “pagamento eventual”. A direção da usina fez isso com a intenção de dar um cala boca nos trabalhadores, mas isso só aumentou a revolta, pois os lucros da empresa aumentaram muito mais e o valor da PLR diminuiu. É um desrespeito atrás do outro.


Vamos à luta pela reposição das perdas e por aumento salarial pra valer


Só se indignar não basta, só esperar pelas reuniões sobre a nossa pauta de reivindicação também não adianta, é com mobilização que garantiremos a reposição das perdas salariais, aumento salarial pra valer, aumento do vale alimentação, fim do banco de horas e o devido pagamento das horas extras.


Então fique atento aos Jornais do Sindicato e participe das assembleias e de todas as mobilizações organizadas pelo Sindicato.



Na próxima semana tem eleição do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista

Você que é sindicalizado não deixe de votar, participe desse importante momento de organização da luta dos trabalhadores


Na próxima semana de 26 a 29 de abril acontece a eleição do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, como já informamos houve a inscrição de uma Chapa, a CHAPA 1 DA INTERSINDICAL.


As urnas estarão na usina, nas demais empresas metalúrgicas, na sede e subsedes do Sindicato.


Você que é sindicalizado não deixe de votar. Na usina as urnas estarão no refeitório.


Vamos juntos fortalecer nossa organização e luta por nenhum direito a menos e para avançar rumo a novas conquistas.


Manter e ampliar a luta em defesa dos direitos, empregos e salários é o compromisso da CHAPA 1.



Usiminas recebe homenagem de quem está a seu serviço para reprimir a luta dos trabalhadores

No dia 7 de abril a direção da Usiminas divulgou na intranet que sua usina em Cubatão recebeu uma medalha de reconhecimento do 21º batalhão da PM.


Esta medalha, segundo informações da própria PM, é entregue para aqueles que de “alguma forma auxiliam a atuação militar”, ou seja, mais um exemplo que mostra que os órgãos de repressão do Estado estão à serviço dos patrões que exploram a classe trabalhadora.


No mesmo dia, a Usiminas divulgou que os aços balísticos produzidos na empresa vão equipar o centro de treinamento da Polícia Militar de MG.


A Usiminas é a única siderúrgica nacional onde são produzidas chapas grossas para blindagem, vendendo esse tipo de aço tanto para segurança pública, como privada, é mais munição não para proteção, mas sim para repressão.


O patrão suga nossa força de trabalho e quanto mais nos explora, mais lucro ganha e a Polícia está lá de prontidão para tentar na base da porrada, das bombas e gás impedir a luta contra essa exploração.


Nunca é demais lembrar de 2015, quando a Usiminas decidiu suspender as atividades das áreas primárias para aumentar seus lucros e demitir mais de 5 mil trabalhadores


A manifestação organizada pelo Sindicato e pela Intersindical foi reprimida pela ação da Polícia Militar que passou a noite com a tropa de choque dentro da usina, bombas de gás, balas de borracha foram lançadas contra os trabalhadores para impedir a paralisação contra as demissões.


A repressão do Estado à serviço do patrão


A ditadura militar no Brasil foi financiada pela burguesia para conter a luta dos trabalhadores. As mais de 80 empresas que constam do relatório da Comissão da Verdade que estavam juntas com a repressão perseguindo trabalhadores como Volks, GM, Ford é apenas um dos muitos exemplos que mostram como a repressão do Estado ao longo da história está a serviço do Capital.


Na Usiminas em Ipatinga, em 1963, dezenas de trabalhadores foram assassinados pela polícia na porta da empresa durante uma greve que exigia melhores condições de trabalho, essa tragédia provocada pela Usiminas e pela repressão do Estado ficou conhecida como o Massacre de Ipatinga.



Zé Protesto

“Zé olha o absurdo: a Usiminas enviou tablet para os operadores das pontes-rolantes dizendo para anotar tudo referente a manutenção, mas tem chefe no 15h do LTQ2 dizendo para não registrar os problemas porque isso pode parar a produção.”

- Esse é mais um exemplo que mostra a propaganda enganosa da usina sobre a segurança. O que importa para ela é não parar a produção, passando por cima da segurança e da saúde dos trabalhadores.

--

“Zé a situação dos caminhoneiros continua de mal a pior, não tem banheiro, nem bebedouro. Ficam horas na fila para liberação dos caminhões e depois tem que procurar banheiro fora da usina ou então ir no mato.”

- E a Usiminas que não garante nem banheiro para esses trabalhadores, usa um sistema de monitoramento para ficar vigiando os caminhoneiros até quando eles vão em busca de banheiro.

--

“Zé, a iluminação dos galpões está cada vez pior o que pode provocar acidentes graves.”

– O Sindicato já enviou vários documentos exigindo que a Usiminas respeite as normas de segurança também referente a iluminação. Mas só isso não basta, o fundamental é a nossa mobilização, pois só assim vamos garantir melhores condições de trabalho.

--

“Zé, o problema da lancha no porto da Usiminas continua, a tal lancha foi entregue em dezembro do ano passado e até agora nada de entrar em operação.”

- E o resultado disso é mais risco para os trabalhadores que são obrigados a usar um barco que não tem iluminação, capota, nada de segurança.

+ boletins