A Usiminas além de pressionar os trabalhadores impondo o pagamento apenas do INPC e um abono que tem por objetivo arrochar ainda mais os salários, continua negligenciando as condições de trabalho e assim, a usina a cada dia oferece mais risco à vida dos trabalhadores.
Vejam só: para aumentar ainda mais seus lucros, a Usiminas sucateia os equipamentos, reduz a força de trabalho e intensifica ainda mais a produção sobre os trabalhadores que ficaram na área, o resultado disso é o aumento de acidentes.
Graves acidentes com pontes rolantes
Os acidentes com pontes rolantes e locomotivas são cada vez mais constantes. Tem ponte rolante destruindo cabines operacionais, danificando instalações elétricas, deixando bobina cair e tem até moitão (gancho principal) caindo. Foi o que aconteceu no recozimento 05. Um acidente como esse matou um trabalhador na planta de Ipatinga(MG) há poucos meses.
A falta de manutenção da malha ferroviária e dos carros torpedos é mais um problema que atinge os trabalhadores na execução das tarefas. No dia 25/05, a locomotiva 18 que movimentava o carro torpedo com gusa líquido, descarrilhou e por pouco não gerou uma tragédia de grandes proporções. Os engates que prendem as locomotivas aos CTs estão caindo. Isso mesmo: caindo e fazendo com que os CTs deslizem pelos trilhos, podendo colidir em estruturas como aconteceu na bica do Alto Forno 2. Já são cinco ocorrências de quedas de engates pelas áreas. A situação é tão crítica, que a Usiminas faz transplante das peças das locomotivas 6 e 12, que estão paradas, para outras que estão em operação.
ESSE É O SUCATÃO
Nas últimas semana mais dois sérios acidentes na Aciaria. Na PR 362, que destruiu uma cabine operacional e explosão de um maçarico no Pátio 03, (todos na área do pátio de placas). Acidentes sérios que foram omitidos e não divulgados pela Usina, só apareceram pela cobrança dos diretores do Sindicato. Aí foram obrigados a divulgar a análise preliminar sobre o acidente.
Alagamento e lama pra todos os lados
É chover para as ruas alagarem e a lama se espalhar pra todos os lados. As avenidas próximas aos altos fornos e coqueria enchem tanto que os trabalhadores precisam ir ao restaurante de van, porque não há condição de andar a pé. E o problema não é só a água da chuva, pois a infraestrutura da usina está tão precária que o que mais se vê é tubulação corroída jorrando água.
Para fugir, a Usiminas tenta responsabilizar quem é vítima das péssimas condições de trabalho
Além dos devidos adicionais não serem pagos, a Usiminas tenta fugir de sua responsabilidade, ou seja, são as condições de trabalho impostas pela direção da usina que fazem com que os acidentes aumentem em número e gravidade. Mas, além de tentar esconder essa grave situação, eles tentam responsabilizar os trabalhadores que não têm a mínima condição de trabalho.
Os problemas aumentam a cada dia e para enfrentá-los, é preciso retomar a mobilização com força necessária, pois é assim que vamos recuperar as perdas salariais, lutar por um novo turno, enfrentar o calote da Usiminas nos adicionais e garantir melhores condições de trabalho.
Participe das atividades chamadas pelo Sindicato. Juntos em nosso espaço de organização e luta, é que avançamos contra os ataques dos patrões.
Completamente fora dos trilhos
O acidente que aconteceu no dia 25/05/2014 relatado na frente desse Jornal, mostra como a falta de manutenção em toda a usina tem colocado em risco a vida dos trabalhadores. A falta de manutenção nos trilhos e os dormentes que deveriam ser trocados regularmente (o que não vem ocorrendo), faz o risco aumentar ainda mais. No acidente de maio, 6 metros de trilhos foram quebrados e vários dormentes que estavam podres.
E a ordem da Usiminas é só trocar quando quebrar. E tem mais: esse setor está se transformando num dos mais perigosos dentro da usina pois, além dos problemas dos trilhos e dormentes, os engates estão caindo. Essa peça mecânica que faz a união da locomotiva com os vagões e carros torpedos, pesa aproximadamente 50 quilos e nas últimas semanas, como falamos, houve queda de 5 engates como esse.
Uma dessas quedas aconteceu na bica do Alto Forno 2 e houve um choque com Carro Torpedo contra a barreira de contenção e com isso, o lançamento do gusa líquido para diversos pontos da área. O que aconteceu poderia ter se transformado numa tragédia, se houvesse uma explosão ou o tombamento do CT, que só não tombou de vez porque ficou preso na área de brita.