Novo governo apoiado pelos patrões anuncia mais ataques aos direitos dos trabalhadores

03/12/18

O resultado da eleição no Brasil não significa que os trabalhadores escolheram um indivíduo que odeia pobres, negros, homossexuais e quer acabar com os direitos trabalhistas. Mas foi esse o candidato eleito, sustentado na mentira e com o máximo de empenho dos patrões.

Durante a campanha eleitoral, nosso Sindicato, junto com a Intersindical e tantas outras Organizações e movimentos que lutam em defesa dos direitos, denunciou que o objetivo de Jair Bolsonaro não era fazer um governo de combate ao desemprego e a corrupção, e sim garantir os interesses dos empresários atacando direitos.

Exemplos disso não faltam

Depois da eleição, a primeira reforma anunciada é a da Previdência e o que vem nela é o aumento da idade para aposentadoria e mais arrocho nos valores pagos, isso para quem conseguir se aposentar.

O futuro governo pretende garantir mais condições para os patrões avançarem com sua reforma trabalhista. Ele falou isso com todas as palavras ao afirmar que está pronto para desregulamentar o mercado de trabalho.

Uma reforma radical

A equipe do governo eleito que toma posse em 1º de janeiro próximo, já cogita um novo modelo de Previdência Social com a criação de um regime de capitalização, ou seja, uma poupança que será administrada por empresas privadas que, com certeza, investirão no mercado financeiro, lucrando ainda mais em cima dos trabalhadores. Abaixo, o exemplo do Chile que aplicou tal reforma há anos.

No Chile, a situação ficou insustentável

No início da década de 1980, durante a ditadura do General Augusto Pinochet, (idolatrado pelo presidente recém-eleito), foi privatizada a previdência com os trabalhadores sendo obrigados a depositar no mínimo 10% do salário por no mínimo 20 anos para conseguir a aposentadoria. Não existe contribuição dos patrões e muito menos do estado nesse regime.

Passado esse tempo, o regime começa a ter seus primeiros aposentados recebendo valores bem abaixo do esperado e, em mais de 90% dos casos, recebem cerca de 60% do salário mínimo chileno, equivalente a R$ 1.226,20.

Hoje, o atual governo, depois de inúmeras manifestações de trabalhadores contra as desigualdades criadas pela previdência privada, propõe mudanças buscando um novo modelo e, principalmente, maior rigor na fiscalização das empresas que administram esses fundos de pensão.

É preciso lutar contra mais esse ataque aos direitos

É importante entender o que a Reforma da Previdência de Bolsonaro significa para o futuro de nossos pais, nós mesmos e até nossos filhos. Nossos vizinhos do Chile sofrem até hoje com o mesmo regime de capitalização que a equipe econômica do governo eleito propõe para nós: lá, boa parte dos aposentados chegam a passar fome sem ter direito ao mínimo para viverem com dignidade.

A luta continua contra os ataques dos patrões e do futuro governo Jair Bolsonaro aos nossos direitos e conquistas.

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