O Metalúrgico #430

27 de julho de 2016

Índice:

-Usiminas usa chefia para tentar impor a redução dos salários e tenta intervir no Sindicato;
-Usiminas quer reduzir os salários e manter as demissões;
-Isso a Usiminas não informa;
-Usiminas: miséria até na alimentação dos trabalhadores;
-Foto da semana;
-Zé Protesto;



Usiminas usa chefia para tentar impor a redução dos salários e tenta intervir no Sindicato

Não vamos aceitar o ataque aos direitos e ao instrumento de defesa dos trabalhadores

A Usiminas desde a semana passada tem feito a mesma coisa que fez no início de 2015 quando tentava reduzir os salários dos trabalhadores do turno administrativo aqui e em Ipatinga(MG).

A direção da empresa está colocando as chefias para pressionar os trabalhadores e os pelegos que foram derrotados na eleição do Sindicato como porta-vozes de sua proposta. Manteve vários trabalhadores do turno dentro da usina até o horário administrativo como aconteceu na quinta-feira passada, quando as chefias foram para o Sindicato para tentar a todo custo aprovar uma proposta que reduz os salários.

Fizeram isso, tanto na reunião que aconteceu no Sindicato na semana passada, como ontem no Ministério do Trabalho, mas o Sindicato já disse:

“NÃO VAMOS ABRIR MÃO DE DEFENDER OS SALÁRIOS DOS TRABALHADORES. O PROCESSO PARA RECUPERAR O 7,34% QUE FOI ARRANCADO DOS SALÁRIOS, SEGUE. QUEM TEM QUE FORMALIZAR A PROPOSTA PARA 2016 É A DIREÇÃO DA USIMINAS, OU SEJA, O SINDICATO FARÁ ASSEMBLEIA PARA QUE OS TRABALHADORES DECIDAM SOBRE A PROPOSTA DE 7,34% E O ABONO, DESDE QUE A PROPOSTA SEJA PARA 2016.”

Na reunião do Ministério do Trabalho realizada na última segunda-feira, 25, mostramos que quem se recusa a negociar é a Usiminas quando insiste que o Sindicato desista do processo que exige a devolução dos 7,34%.

E por que a Usiminas quer tanto que o Sindicato desista do processo? Porque a direção da empresa sabe que a retirada dos 7,34%, foi uma redução salarial imposta por ela, não houve nenhum acordo e isso fere a legislação.



Usiminas quer reduzir os salários e manter as demissões

Foi isso que ela propôs no Ministério Público do Trabalho. A primeira proposta era demitir mais 130 trabalhadores agora, e que o Sindicato aceitasse que ela pudesse demitir além disso, um percentual de 2% do efetivo mensalmente.

Depois voltou com uma outra proposta para o Ministério Público de não demitir 130 agora, mas poder demitir um percentual de 1,6% do efetivo ao mês. O Sindicato também recusou a proposta.

Registramos para o Ministério Público que o quer a Usiminas depois de demitir em massa, é seguir com as demissões para, dessa forma, impor a rotatividade que significa demitir e depois contratar a partir do piso salarial.

Essa proposta escancara que a Usiminas mente ao pressionar os trabalhadores dizendo que precisam aceitar a proposta de redução dos salários para impedir as demissões. O que direção da empresa quer é reduzir os salários e continuar a demitir.

Também já denunciamos ao Ministério Público do Trabalho a ação da direção da Usiminas que tenta intervir na organização dos trabalhadores para impor a redução salarial e solicitamos reunião urgente em que vamos mostrar que quem está emperrando a negociação não é o Sindicato, mas sim a Usiminas.

E já avisamos que não adianta vir com os abaixo-assinados como aconteceu no ano passado, quando tentaram reduzir os salários. A assembleia devidamente convocada pelo Sindicato, acontecerá quando a empresa apresentar a proposta referente à Campanha Salarial de 2016.

O Sindicato segue firme na defesa dos direitos e dos salários dos trabalhadores



Isso a Usiminas não informa

De acordo com matéria publicada recentemente no jornal Valor Econômico, com a expectativa de resultado melhor, o setor de siderurgia apresentou um momento positivo na bolsa no último mês com investimentos mesmo de risco, em Usiminas por exemplo, se beneficiando disso. No acumulado de 2016, as ações preferenciais da Usiminas chegaram a 82%.

Dados mostram uma melhora na demanda de vendas de aços planos que chegaram a subir 5,5% em relação a junho de 2015, tanto na importação como no mercado interno.



Usiminas: miséria até na alimentação dos trabalhadores

Na Usiminas os trabalhadores são cada vez mais atacados em seus direitos. Não bastasse o calote nos salários, nem a alimentação é servida com dignidade.

Além da má qualidade dos produtos, agora a empresa serve uma miséria de refeição como, por exemplo, em dia de feijoada, só vem caldo e osso.

De acordo com a denúncia de um trabalhador, quando tem linguiça ou polenta, vem pequenos pedaços “como se fossem amostra grátis”.



Foto da semana

25.07.2016 - Reunidos em frente ao Ministério do Trabalho, em Santos, chefias da Usiminas fazem pressão sobre a diretoria do Sindicato para aceitar mais um calote imposto pela empresa.



Zé Protesto

“Zé, estou indignado com a atitude de 256 pelegos, reunidos num grupinho do Whatssapp, que acham que podem intimidar diretores do sindicato, com um movimento vazio e sem credibilidade. Eu pergunto: o que esses 256 pelegos fizeram quando a empresa anunciou o fechamento das áreas primárias e demitiu milhares de companheiros?

Por que não protestaram na porta da empresa ou fizeram um grupo no whatsapp em defesa do emprego de milhares de companheiros?

Esses mesmos pelegos estão puxando o saco de suas chefias tentando salvar a própria pele.

Portanto, esses 256 pelegos não me representam e muito menos a categoria dos metalúrgicos.

Quem negocia, analisa e decide se a proposta de acordo coletivo junto a empresa deve ir a votação em assembleia é a diretoria do Sindicato, para isso ela foi eleita. Inclusive, isso foi aprovado na assembleia de elaboração da pauta que, com certeza, esses pelegos não compareceram. A decisão da diretoria é soberana. Não ao Golpe do 7,34%.”


- É isso aí companheiro, quando a proposta for algo que mereça ser apreciada, com certeza a categoria será chamada para deliberá-la.

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