O Metalúrgico #440

20 de outubro de 2016

Índice:

-Não fechou, impôs mais arrocho salarial e agora aumentou a produção: isso é a Usiminas;
-As condições de trabalho pioram a cada dia;
-Mais calotes nos adicionais;
-Atividade cultural reúne filhos dos trabalhadores no Sindicato;
-Zé Protesto;



Não fechou, impôs mais arrocho salarial e agora aumentou a produção: isso é a Usiminas

HSBr: trabalhadores paralisam as atividades por direitos HSBr: trabalhadores paralisam as atividades por direitos
Usiminas: trabalhadores participam de assembleia Usiminas: trabalhadores participam de assembleia

Os patrões demitiram milhares de trabalhadores, arrocharam os salários dos trabalhadores e agora comemoram o aumento da produtividade e a diminuição do custo da força de trabalho.

Em vários setores do ramo metalúrgico a produtividade aumentou em mais de 20%, ou seja, quem ficou trabalhando é obrigado a fazer o serviço de três, ao mesmo tempo o custo unitário da força de trabalho caiu quase 30%. Ou seja, demitiram, arrocharam salários e assim ampliaram seus lucros.

Na Usiminas não é diferente
A direção da Usiminas, logo depois de impor mais perdas salariais, retomou a produção a todo vapor. Logo depois de dar calote no reajuste salarial, começou a chover placas de aço na planta de Cubatão. Dias atrás foi descarregado um navio que veio da CSA com 35 mil toneladas de placa de aço e está para chegar mais um navio vindo da Rússia.

Além disso, chegaram placas da Gerdau e já está confirmada a vinda de placas de Pecem(CE). Quem está no dia a dia na área sente a pressão por mais produção na pele, a exigência para descarregar a carga é cada vez maior, gerando um corre-corre e fazendo com que os trabalhadores trabalhem ainda mais, depois das milhares de demissões que a Usiminas fez no início do ano.

E os acionistas continuam sua guerra para ver com quem fica com a maior fatia dos lucros
Na primeira semana de outubro, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou a troca de comando na Usiminas. Assim, sai o Sérgio Leite, apoiado pelo grupo Ternium/Techint e volta o Rômel, apoiado pelo grupo Nippon Steel. Mais uma vez, fica clara a briga entre os acionistas da Usiminas para ver quem abocanha o lucro produzido através do intenso trabalho dos trabalhadores.

Os jornais falam também que a USIMINAS, seguindo o movimento da CSN, anunciou um aumento de 5% no preço de seus produtos, que será aplicado no final desse mês. Deram calote nos salários, aumentaram a produção e agora comemoram seus lucros.

Contra o desrespeito aos salários e direitos, é hora de colocar a revolta em movimento
Vivemos um momento em que os patrões e o governo Temer/PMDB intensificam o ataque aos nossos direitos e salários. Em várias categorias, os patrões impuseram mais arrocho salarial e o governo quer arrancar direitos que garantimos com muita luta, como o direito à aposentadoria, férias, 13º e querem liberar a redução salarial. E contra tudo isso, o caminho é ampliar a luta, pois é assim que garantimos nossos direitos, é assim que vamos barrar o ataque dos patrões e do governo.

Só se indignar não basta. É preciso se colocar em movimento, fique atento e participe das reuniões e das ações chamadas pelo Sindicato.



As condições de trabalho pioram a cada dia

Vergonha: remendos tomam toda máscara Vergonha: remendos tomam toda máscara

No LTF, a porta da cadeira nº4 do Laminador continua fora de operação e os vapores e fumaças tóxicos vazam por toda área. E nesse mesmo setor, na esteira de saída, os operadores de produção são obrigados a soldar miolo de bobina, uma função que deve ser feita por soldador. A Usiminas não paga o devido adicional de insalubridade e as máscaras de solda que não garantem a devida proteção, estão caindo aos pedaços.

E além de ter que soldar, os operadores estão sendo obrigados a pintar a área e a lavar banheiro.



Mais calotes nos adicionais

A ordem da direção da usina é emitir laudos técnicos que escondam a realidade das áreas insalubres para não pagar os devidos adicionais ou diminuir a percentagem a ser paga.

Exemplo disso, está acontecendo na Área do Pátio de placas da Aciaria. Lá existe um equipamento que opera nos turnos das 07h às 15 h e das 15h às 23 h. O barulho é tanto que a quilômetros de distância se escuta o ruído. Se até do vestiário o ruído do equipamento é enorme, imagina para os trabalhadores que estão no hangar?

E para enfrentar mais esses ataques da Usiminas, continue a denunciar os problemas que enfrenta na área em que trabalha e, junto com o Sindicato, vamos fortalecer a luta por melhores condições de trabalho e respeito aos direitos.



Atividade cultural reúne filhos dos trabalhadores no Sindicato

Como fizemos no ano passado, no dia 08 de outubro o Sindicato promoveu um teatro solidário com a apresentação da peça “Fantasia, o Mundo Mágico”, em comemoração ao Dia das Crianças. Também teve pintura facial, escultura em balões, pipoca, algodão doce, refrigerante e muita diversão.

O Sindicato ficou lotado com filhos dos trabalhadores. Foi um momento de lazer, de confraternização da categoria e de solidariedade, pois aconteceu a doação de leite para entidades assistenciais de crianças que necessitam na região.



Zé Protesto


“Zé, na área nem as ruas escapam, agora temos que desviar dos buracos. É o que está acontecendo na via de acesso principal para a área de laminação. Tem buraco que mais parece uma cratera.”

“Zé, na Vix Logística, enquanto a chefia anda de Hilux da empresa pra cima e pra baixo, os trabalhadores têm que ir embora de ônibus circular depois de serem obrigados a fazer mais horas extras. E muitas vezes temos que pagar a passagem do próprio bolso e a direção da empresa enrola até não querer mais para fazer o reembolso.”

“Zé, os ônibus fretados continuam cada vez piores. Dessa vez um ônibus da Praia Grande teve o pneu estourado e num ônibus de São Vicente (SV09) prefixo 4036, teve um princípio de incêndio. Além disso, a direção da Usiminas mudou os trajetos que ficaram cada vez mais longos e os ônibus vêm superlotados. E quando a Usiminas não consegue colocar todo mundo no ônibus, os trabalhadores têm que esperar bastante tempo no ponto para chegar o ônibus reserva.”

- Companheiros, é isso que faz a Usiminas e suas empresas terceirizadas, exigir cada vez mais dos trabalhadores e piorar as condições de trabalho. E contra isso, é preciso seguir denunciando e o mais importante: participar da luta junto com o Sindicato.

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